Quando em 1808 D. João VI passou a sede da monarquia portuguesa para o Rio de Janeiro, os taubateanos unidos mandaram uma comissão à Corte para o felicitar.
Os Juízes Ordinários a quem era incumbida a administração da justiça foram por alvará de 9/10/1817 substituídos pela criação de um juiz de fora com sede em Taubaté, e com jurisdição sobre as vilas de Pindamonhangaba e São Luiz.
O último capitão-mor que teve Taubaté foi o importante taubateano Vitoriano Moreira da Costa (33), que com subido prazer e gosto aderiu à causa da Independência em 1822, o qual unido com seu irmão, coronel Manoel Marcondes do Amaral e coronel Manoel Marcondes de Oliveira Mello, primeiro barão de Pindamonhangaba, muito concorreu para a adesão dos habitantes do norte da província de São Paulo aos princípios e doutrinas consagrados na Constituição Política do Império. Seu nome é ainda repetido com saudades e veneração.
A criação da Guarda de Honra (34) , à pessoa do primeiro imperador, veio despertar nos taubateano entusiasmo militar; grande número de guardas de honra eram filhos de Taubaté e Pindamonhangaba.
E muitos foram os soldados voluntários que seguiram de Taubaté para sustentar, no sul, a guerra contra Montevidéu. A importância política, social e industrial de Taubaté crescia consideravelmente ao ponto de ser considerada em 1842, a principal cidade do norte da província.
A lei provincial nº5, de 5 de fevereiro de 1842 elevou-se à categoria de cidade, de então para cá pode-se dizer que Taubaté começou vida nova, recebendo novo impulso e novo vigor (35).
Foi substituída a plantação de cana pela do café (36).
Como era natural, a rotina tem sido até agora seu único guia.
Entretanto, com a disseminação das luzes, com o poderoso elemento da estrada de ferro, facilitando os transportes e encurtando as distâncias, vão-se introduzindo no município melhoramentos que prometem à sua lavoura, atenta à uberdade do solo, um futuro grandioso (37).
Em 1861, quando o Brasil achava-se empenhado na questão anglobrasileira (38), além de serem levantadas em Taubaté grandes somas pecuniárias, que foram remetidas ao governo para satisfação das urgências do Estado, ainda a Câmara Municipal de então dirigiu ao ministro de estrangeiros, marquês de Abrantes, uma mensagem de adesão na qual se vêm escritas as seguintes palavras:
“O deslanche, Exmo. Sr., que teve esta questão por parte do governo imperial, é mais uma página na história, com letras de ouro, consignando os brios da nação brasileira”.
Em 1867, quando o Brasil achava-se a braços com a guerra contra o governo do Paraguai, os taubateanos, já por meio de subscrições populares, cujas somas eram remetidas ao governo, e já pela aquisição de grande número de voluntários da pátria, tomaram parte ativa na luta contra o inimigo, distinguindo-se pelo seu denodo e coragem (39).
O caráter e índole geral dos taubateanos são pacíficas; seus filhos amam essencialmente a lavoura, porém quase que entregues a si sós, e tendo até há bem pouco a grande barreira que a natureza lhes criou – a serra do Mar – gastavam a metade do valor na sua produção com a condução de seus gêneros para os portos de Ubatuba e Caraguatatuba.
Uma nova era, porém, desponta em seu horizonte: é a data de 27 de dezembro de 1876, dia em que inaugurou-se nesta cidade a estação da estrada de ferro da Companhia São Paulo e Rio de Janeiro (40).
Agora mais que nunca se faz necessário a constância da dedicação e o esforço pelo trabalho que vai ser imensamente produtivo.
Da união, pois, dos taubateanos, e de seus bens calculados planos, nascerá a força que fará Taubaté bem corresponder às tradições gloriosas de seus avoengos.
33 – Vitoriano Moreira da Costa – último capitão-mor de Taubaté, filho do tenente-coronel Antonio Moreira da Costa e de Ana Rosa Marcondes de Sá; foi casado com Mariana Justina de Moura. Tiveram os filhos: comendador Antonio Moreira da Costa Guimarães, que foi capitão da Guarda de Honra de D. Pedro; João Tomaz Moreira da Costa, Francisco Manoel Marcondes de Moura e Costa, José Augusto Moreira da Costa, dr. Manoel Marcondes de Moura e Costa (que foi vice-presidente do Estado, nomeado e empossado a 7 de janeiro de 1882), Ana Rosa Marcondes de Palma, Maria Leopoldina Marcondes Varella, Maria José Marcondes de Camargo e Cândida Augusta Marcondes, que se casou com seu primo Manoel Moreira de Mattos, pais do coronel José Benedito Marcondes de Mattos.
(Em “Os Marcondes de Mattos do Vale do Paraíba” – José Marcondes de Mattos. São Paulo, 23 de março de 1937 – Edição das Escolas Profissionais Salesianas).
34 – A Guarda de Honra, formada em Pindamonhangaba, sob o comando do capitão-mor Manoel Marcondes de Oliveira e Mello, barão de Pindamonhangaba, - que acompanhou o príncipe regente em 1822 rumo à São Paulo e Santos, em cujo retorno proclamou a Independência - , ao passar por Taubaté, teve incorporado ao seu efetivos os seguintes elementos locais: Francisco Xavier de Almeida; Bento Vieira de Moura, Rodrigo Gomes Vieira, Francisco Gomes Nogueira, Vicente da Costa Braga, João José Lopes (português), Manoel Marcondes do Amaral e Flávio Antonio de Andrade (este, natural de Paraibuna).
35 – Juntamente com Taubaté, por força da lei provincial de 5 de fevereiro de 1842, pelo barão de Monte Alegre foram elevadas à categoria de cidade as vilas de Itú e Sorocaba, Curitiba, Paranaguá e a Vila de São Carlos, com o nome de cidade de Campinas.
Em sessão de 19 de abril de 1865, a Câmara Municipal de Taubaté aprovou parecer de sua Comissão Permanente no sentido de se responder pedido do Coletor de Rendas Nacionais, informando que ainda se achava em vigor a demarcação dos limites desta cidade para cobrança da “décima urbana” – dentro de cuja área se encontram, inclusive, “terrenos para lavoura e criação” – já comunicada ao governo provincial, conforme fora deliberado em sessão de 22 de março de 1855, a saber: “... compreendendo a nova rua da Cipoada (I), Convento de Santa Clara, chácara e rancho de Manoel Pereira do Amarante, rua do Saguirú (II) a seguir pela do Pastinho (III) até o rio do Judeu (IV) e pelo lado oposto desde o portão e chácara de Francisco Alves Monteiro (V), até a chácara ou taipas de Joaquim Marcondes Monteiro Bastos na estrada do Belém (VI)” – (Guisard Filho, Félix: “Taubaté, Atas da Câmara”, vol.2, pág. 368 e vol.3, págs.307 e 308, retificação).
(I) “Nova Rua da Cipoada” – essa referência, como se vê é de 1865. No livro da Câmara Municipal intitulado “Matrícula para a Cobrança do Imposto do ano de 1866”, ao mencionar a área de coleta um ano depois, cita a “rua da Cipoada” e, em seguida, o “Largo do Convento”.
O n.º7 do Apêndice da Lei n.º168, de dezembro de 1955, subscrito pelo historiador Félix Guisard Filho, então prefeito e responsável pela sua promulgação em decorrência de estudos feitos pela comissão especialmente nomeada para sugerir nomes a logradouros públicos de Taubaté (204 ao todo) diz, textualmente: “A rua que é prolongamento da rua Duque de Caxias, na chácara que foi de Humberto Ambrogi, denominar-se-á, rua da Cipoada, lembrando antiga denominação daquela parte da cidade. A esse trecho atualmente está atribuído o nome de “Antonio Valente da Silva”, negociante, vereador, tendo sido 1º secretário da Câmara Municipal e integrado a 2.ª comissão, a de Fazenda, Higiene, Orçamento e Contas; católico convicto, participava, por nomeação do vigário, da Comissão Protetora da solenidade da Semana Santa. Festeiro do Espírito Santo, em 1914 mandou levantar o “Império” na frente de sua casa da rua Duque de Caxias para as festas que duraram doze dias, de 21 de maio a 2 de junho, conforme programa que fez publicar.
(II) “Rua do Saguirú” – Saguirú, nome indígena de um peixe pequeno com os quais se costumava fazer moqueca, é a denominação pela qual é conhecido um córrego, (hoje canalizado) que atravessa a cidade de noroeste a sudeste indo desaguar no rio do Corrêa. A esse tempo, meado do século XIX, essa denominação tradicional ainda continuava designando trecho da rua do Príncipe (nas imediações do atual “Bairro Chique”, por onde passa o córrego) rua essa que, simples caminho, ia ter ao alto Convento. Até a ponte existente sobre o Saguirú se pedia o arruamento da rua do Príncipe, em sessão da nossa Câmara Municipal de 31 de março de 1888, quando aí não existia a transversal “de Santa Isabel”, atual rua Cel. Augusto Moreira. (GUISARD Filho, Félix: Taubaté, Atas da Câmara de 1887 a 1890, vol. 7, pág. 158).
A rua do Príncipe, acima referida é a atual XV de Novembro, em seus trechos iniciais. A denominação “Saguirú” vem da transposição da ponte aí existente.
(III) “Rua do Pastinho” – pelo que se depreende é a denominação popular que se dava à mesma rua do Príncipe (anteriormente rua do Gado, do trânsito bovino), verdadeiro caminho; era conhecido por rua do Pastinho na altura da rua do Bispo Rodovalho, hoje D.ª Chiquinha de Mattos. O denominado “Pastinho” foi devido a área ampla com vertente d’ água, cuja bica foi transformada em chafariz. A rua do Chafariz do Pastinho é hoje a rua José Pedro Camões, além do leito da E.F.C.B. (Estrada de Ferro Central do Brasil) e do antigo Gazômetro . O “Pastinho” era banhado pelo córrego Saguirú.
(IV) “O rio do Judeu” – lembra apelido de antigo e tradicional proprietário ou morador de suas bandas (rua Dr. Emílio Winther, logo após o largo do Bom Conselho, na parte baixa, adjacente ao atual n.º965). Nas suas proximidades, em rústica capela, se venerou, de início, a milagrosa imagem de Nossa Senhora da Piedade (do Bom Conselho), depois transladada para parte mais alta do terreno onde foi construída nova capela, como se poderá ver no capítulo XII desta obra.
(V) “Chácara de Francisco Alves Monteiro” – este cidadão ilustre está sobejamente biografado a partir de folhas 184 da obra “Velhos Troncos”, de José Bernardo Ortiz Monteiro. Entre outros títulos e honrarias, ostentava o de alferes da Guarda de Honra de D. Pedro, o proclamador da Independência, e de tenente-coronel da Guarda Nacional da Guarda Nacional e o de comendador, filho único de Antonio Alves dos Santos e de Angélica Monteiro, nascido em Taubaté em 1800. Segundo ainda o referido autor, “reuniu ao correr de sua existência uma das grandes fortunas da província de São Paulo. Entre suas propriedades se contavam chácaras descritas em seu inventário, inclusive a apontada na demarcação acima. A chácara do “Visconde” (José Francisco Monteiro , o quinto de seus 14 filhos com d. Teodora Joaquina de Moura, feito barão do Tremembé (mais tarde visconde) por sua grande devoção ao Senhor Bom Jesus) é parte da propriedade deste descendente. (Ortiz Monteiro, op. Cit., pág. 197). Assim, essa chácara de certa forma, fica ao lado oposto à linha ideal divisóriademarcada pela Câmara Municipal de Taubaté e que está sendo analisada, identificando-se no meio físico atual da cidade. “... E pelo lado oposto desde o portão e chácara de Francisco Alves Monteiro...”
(VI) “Até a chácara ou taipas de Joaquim Marques Monteiro Bastos na estrada do Belém” – a denominação de Belém, segundo o prof. Gentil Eugênio de Camargo Leite, é uma evocação, um preito religioso. Permanece. Continua atual a estrada que demanda o bairro do Belém. Do “Rol de Logradouros Públicos” do Departamento de Administração da Prefeitura Municipal consta até travessa do Belém (fls.4). Pelo artigo 1.º, do Decreto n.º1.774, de 17/7/1968, o Executivo declarou de utilidade pública, área à margem da rodovia Presidente Dutra, para abertura de via pública interligando as avenidas “Bandeirantes” e “Des. Paulo de Oliveira Costa” à “rua do Belém”. Quanto à “rua do Belém”, encontrou-se essa tradição oficializada na Lei n.º 60, de 19/7/1900, demarcando limite do segundo perímetro urbano de Taubaté, perímetro este que a conclusão da “Planta Cadastral” da cidade em elaboração com vistas a saneamento básico.
Deve estar assim, ainda de forma ideal, demarcada, circundada uma área, sendo de se supor pela sua amplidão, o bairro do Belém fosse confinar com a propriedade (naturalmente ampla) aí(item I) designado por “... chácara e ranchos de Manoel Pereira do Amarante” que, parece, ia até os chãos (pça. Dr. Silva Barros e adjacências) do Convento de Santa Clara. Daí o cuidado do Presidente da Câmara Municipal de Taubaté, na proposição da emenda à demarcação constante da ata da sessão de 19/4/1865, como consta a reunião seguinte. (Guisard Filho, Félix: Taubaté, Atas da Câmara, 1857-1868, págs. 307 e 308).
36 – A substituição da plantação de cana pela de café é anterior a 1842: em 1836 as estatísticas coevas (*) apontam o município de Taubaté produzindo 23.607 arrobas de café, contra 1.000 arrobas de açúcar e 2.308 canadas de aguardente. (*) – “Ensaio d’um Quadro Estatístico da Província de S. Paulo” – Daniel Pedro Muller, 1838.
37 – A propósito a produção cafeeira do Vale do Paraíba, devido ao seu espetacular desenvolvimento, impôs,a existência de transporte mais moderno e eficiente àquele até então utilizado, isto é, o lombo do burro, o que foi conseguido com a construção da Estrada de Ferro “D. Pedro II” (mais tarde Central do Brasil) com o primeiro trecho do Rio de Janeiro até Cachoeira, inaugurado em 1858; o trecho de São Paulo até Cachoeira foi concluído em 1877, assim, ficando estabelecida a ligação de toda a região valeparaibana e também, a sul mineira, com os portos de Santos e Rio de Janeiro, dando margem ao rápido escoamento do café nelas produzidos.
38 – Trata-se da chamada Questão Christie que determinou o rompimento de relações entre Brasil e Inglaterra, surgida devido a dois incidentes de pouca importância: o 1.º, em 1861: - um navio inglês naufragou nas costas gaúchas e sua carga, ao dar à praia, foi roubada; o 2.º incidente ocorreu no Rio de Janeiro m 1862: - três oficiais da Marinha Britânica, embriagados e sem farda, provocaram desordens na cidade, sendo por isso presos. Identificados, a polícia soltou-os imediatamente. O representante da Inglaterra junto ao governo brasileiro Willian Christie, transformou esses dois incidentes em um caso que abalou a opinião pública do país e uniu o povo em torno de D.Pedro II. Os exageros, a falta de diplomacia e a prepotência do representante inglês, ameaçavam transformar-se em sério conflito. Então, recorreu-se ao arbitramento do rei D. Leopoldo I, da Bélgica. Este, em 1863, deu ganho de causa ao Brasil. Apesar disso as relações diplomáticas foram rompidas, só vindo a ser reatadas em 1865 quando o representante da Inglaterra em Bueno Aires apresentou a D. Pedro II as desculpas oficiais de seu governo.
39 – Guerra do Paraguai (1864 – 1970) – Os documentos e a tradição atestam a participação da gente taubateana nesse conflito que sensibilizou e sacrificou a nação brasileira:
Ofertas e indicações patrióticas – Na 8.ª sessão a 30/1/1865, “o secretário da Câmara Joaquim Pereira, pedindo licença, fez perante a mesa e verbalmente, de prestar-se gratuitamente ao curativo das famílias de todas as pessoas que marcharem como voluntários da Pátria, oferecendo-se mais apesar de sua idade septuagenária para em concorrência fazer o serviço policial dentro da cidade e marchar como cirurgião-mor com a Guarda Nacional, caso chegue o batalhão dessa cidade a destacar para fora do município”.
Na mesma sessão foi lido um ofício: “... Francisco Joaquim de Barros Lima, pondo seu estabelecimento e pessoa a disposição das ocorrências da Pátria”. (Félix Guisard Filho –“Taubaté” – Atas da Câmara (1857-868), pág.296).
Em 30 de agosto de 1865, uma Circular, convoca os taubateanos para uma “reunião popular”: “Ilustríssimo Senhor. A Câmara Municipal dessa cidade atendendo às circunstâncias especiais da nossa pátria que tem sido ultrajada em sua honra” etc... “Deliberou convocar seus munícipes no dia 7 de setembro p.f. às 6 horas da tarde para combinarem sobre os meios mais eficazes para prestarem auxílio ao governo nas atuais circunstâncias de modo que este município, um dos mais populosos da província, voluntariamente contribua com o maior número possível de seus filhos para coadjuvar o exército no santo e patriótico empenho de repelir o inimigo ...”. Em consequência do que foi resolvido na Reunião Popular, a Câmara Municipal nomeou uma comissão central composta pelo vigário José Pereira da Silva Barros, tenente-coronel José Francisco Monteiro (Presidente da Câmara), juiz municipal, delegado de Polícia e pelo juiz de paz da Paróquia, com o fim de angariar voluntários, “que coadjuvem o exército em operações no sul do Império”. Houve também comissões parciais, “nomeadas das freguesias do Paiolinho e Boquira”. (Félix Guisard Filho – “Taubaté” – Papéis Expedidos pela Câmara (1853 – 1869) págs. 126-163).
Titular do Império: José Francisco Monteiro, em razão de seu patriótico desempenho como Presidente da Câmara taubateana, no decurso da luta contra Solano Lopes, no intuito de angariar auxílio pecuniário e reunir voluntariado para a guerra, contribuindo ele próprio com ponderável parcela dessa ajuda, foi agraciado a 30 de maio de 1868, com o título de barão de Tremembé. Pela sua diversificada atuação, inclusive como grande fazendeiro de café, foi elevado a visconde, a 7 de maio de 1887. (José Bernardo Ortiz Monteiro – “Velhos Troncos” – Taubaté –págs. 196-197).
- Nas “Efemérides Taubateanas” de J. Cláudio A. da Silva, há inúmeras referências a participação de taubateanos na Guerra do Paraguai. Entre elas:
- 8 de maio de 1875: “ Realiza-se baile em homenagem ao tenente do Exército Brasileiro José Vitoriano de Oliveira Moura, taubateano recém chegado dos campos de luta do Paraguai.
- 24 de maio de 1900: “Por ocasião do transcurso do trigésimo sexto aniversário da Batalha de Tuiuti, realiza-se em Taubaté uma manifestação em homenagem aos veteranos da guerra do Paraguai aqui residentes, senhores Manoel Agostinho (negociante estabelecido na rua Dr. Winther) e José Elpídio, que pertenceram ao batalhão “Paulista de Voluntários”, e que tomaram parte ativa nos combates desde o início da guerra em 1865.” – Sob váriasformas veio colaboração:
Em ofício dirigido ao presidente da Câmara Municipal de Taubaté (20/8/1865), o fiscal da Câmara Manoel Vieira do Amaral “vendo os supremos esforços que tem empregado os dignos representantes desse município em prol da causa nacional” ...“ oferece a esta Câmara dez por cento de seus ordenados como fiscal a contar de 1º de outubro” ... (Félix Guisard filho – “Taubaté” – Papéis recebidos pela Câmara (1854-1872), pág. 236, Empresa Editora Universal – São Paulo, 1944).
Manifestando desejo de “desafrontar quanto antes a honra nacional tão injustamente agredida “foi enviado ofício ao presidente e vereadores da Câmara Municipal de Taubaté, 24/11/1866: “Ilustríssimos Senhores. Tenho a honra de levar ao conhecimento de Vv. Ss. que em data de hoje faço ciente pelo número 20 do “Eco Popular”, eu e meu irmão cidadão Francisco Marcondes Varelo e meu genro o dr. Francisco de Paula Toledo, oferecemos a quantia de duzentos mil réis a cada voluntário até o número de vinte neste município se apresentarem para servir em desafronto dos brios nacionais” ... Assinado por Antonio Moreira da Costa Guimarães. (Félix Guisard Filho – “Taubaté” – Papéis recebidos pela Câmara (1854-1872), págs. 256-257. Empresa Editora Universal, São Paulo – 1944).
- O último veterano -em 15 de maio de 1938, o dr. Félix Guisard Filho, escrevia no C.T.I. Jornal: “ O último veterano de Taubaté que fez toda a guerra contra o Paraguai, José Elpídio Vieira, faleceu a coisa de poucos anos em Taubaté, onde tinha modesta tenda de carpinteiro. Era filho de Francisco Vieira da Costa e de d. Francisca Vieira do Espírito Santo”.
40 – A produção da lavoura taubateana (café, principalmente) seguia para Ubatuba, via São Luís do Paraitinga utilizando tropas de muares. Assinalava Guisard Filho em “Ubatuba”, pág.10, - “Não raro, eram vistas trezentas, quatrocentas, e mesmo quinhentas mulas carregadas de mercadorias”
Entre as tropas mais célebres, era bem notória a “Tropa Branca”, que mensalmente descia a serra do Mar ...”
O trecho da serra era todo calçado de pedras afim de melhor dar movimento de tropa. Vide nota nº 35.
Em 1861 a estrada de Ubatuba exportava mais de 1 milhão de arrobas de café fornecendo à Província renda superior a 80 contos. Nesse tempo os tropeiros cobravam pelo transporte de carga de 1:500 réis à 2:000 réis por arroba e, à despeito disso diziam os entendidos que não “Há lucros com ele” (Jornal “O Taubateense”, n.º 14 de 5 de dezembro de 1861, hemeroteca do Arquivo Histórico Municipal de Taubaté).
Os taubateanos que integraram a guarda de honra de D. Pedro tornaram-se nomes de rua, em 1955. (Fonte: Revista Almanaque Taubaté 5)
O gasômetro da Companhia de Gás e Óleos Minerais, que começou a funcionar em 1883, localizava-se nas imediações da Estação Ferroviária. Ali era beneficiado o xisto betuminoso, que fornecia, entre 1884 e 1913, gás para iluminação da cidade. (Fonte: Contribuição à história de Taubaté: denominação de vias e logradouros públicos, Umberto Passarelli, Coleção Taubateana,1996.)
José Francisco Monteiro, o Visconde de Tremembé, era um dos homens mais poderosos da Taubaté da segunda metade do século XIX. Fazendeiro de café, foi chefe político do Partido Liberal, vereador, presidente da Câmara e deputado provincial. Casado com D. Belmira de França Monteiro, a quem pertencia o Solar da Viscondessa (ainda existente na Rua XV de novembro), teve três filhos do relacionamento com Anacleta do Amor Divino: Dr. José Francisco Monteiro Júnior, Dr. Francisco Alves Monteiro Neto e D. Olímpia Augusta Monteiro – mãe de Monteiro Lobato. (Fonte: Contribuição à história de Taubaté: denominação de vias e logradouros públicos, Umberto Passarelli, Coleção Taubateana,1996.)