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FUNDIÇÃO DE OURO EM TAUBATÉ

Com o correr dos tempos, crescendo a descoberta de minas, e sendo o ouro minerado em grande quantidade, o governador do Rio de Janeiro, Minas e São Paulo, César Antonio Pais de Sande, em janeiro de 1695, determinou que houvesse na cidade de Taubaté uma fundição, para onde os mineiros deveriam levar todo o ouro que colhessem, a fim de ser fundido à custa do Estado, que devia perceber o quinto do dito metal (28).
A criação de fundição do ouro em Taubaté por confirmação do governo da metrópole,  revelou a importância que mereceram os taubateanos daqueles tempos pela sua lealdade, honradez e probidade.
Na carta de provisão que criava a fundição de ouro em Taubaté, declarava-se que era esta a recompensa e homenagem dada à pátria dos intrépidos e distintos descobridores de tão precioso metal (29).

28 – A descoberta do ouro em Minas Gerais definiu súbita alteração das atividades econômicas brasileiras, assinalada oficialmente com a criação da Casa de Fundição de Taubaté. A Carta de Provisão que instituiu o estabelecimento – “como prêmio à gente taubateana” – foi assinada pelo governador do Rio de Janeiro, D. César Antonio Paisde Sande em 1695. Como seu primeiro provedor, foi nomeado o bandeirante Carlos Pedroso da Silveira, que participou da bandeira de Rodrigues Arzão. Cabia à Casa de Fundição de Taubaté fundir e cunhar todo o ouro descoberto nas minas, transformando em barras às quais era aplicado em relevo, mediante pressão a frio, exercida sob forte pancada de martelo ou marreta, o cunho real. Em favor da Coroa, arrecadava-se no estabelecimento, o “quinto” (20%). Nos anos decorrentes, de 1696 a 1697, a Casa de Fundição de Taubaté arrecadou 3 arrobas e 4 arretéis, ou 14.080 oitavas. A propósito da Casa de Fundição de Ouro de Taubaté, o historiador Pedro Calmon diz em sua “História da Civilização Brasileira (“Brasiliana”, 5ª, vol. 14, pág. 136) que “foi o início de uma nova civilização””. 58
29 – O governador do Rio de Janeiro, dom Artur de Sá Menezes, que havia substituído dom César Antônio Pais de Sande, em carta de 20 de setembro de 1702, encarregou o capitão-mor da vila de Parati providenciar rápida condução de engenho de cunhar (prensa) que enviara por mar áquela cidade, de modo que chegasse ao seu destino, Taubaté. No entanto, essa prensa jamais chegou à Casa de Fundição de Taubaté. Segundo alegação do capitão-mor de Parati, referendada depois por dom Álvaro da Siqueira Albuquerque, já então investido do cargo de governador do Rio de Janeiro, - dado o peso enorme da máquina de cunhar, não havia possibilidade de sua condução para Taubaté ... Em vista disso, ordenou aquele mesmo governador “que, enquanto não dava conta a El-Rei, ele a pusesse em arrecadação em parte segura” – o que foi feito, permanecendo o engenho naquela vila. Em 1704, por Carta-Régia de 7 de fevereiro, foi criada a Casa de Fundição de Paraty ...

 

A Oficina de Fundição de Ouro e Quintos de Taubaté foi instalada em 1695. Foi fundada na cidade por ser passagem obrigatória dos bandeirantes que iam e voltavam das Minas. Aqui, o metal era manipulado e registrado para depois ser encaminhado ao reino via Parati (RJ). A Fundição foi a maneira encontrada pela Coroa para combater a sonegação. Carlos Pedroso da Silveira foi o primeiro provedor da Casa de Fundição. Não há indícios do local onde ela existiu. (Fonte: História de Taubaté através dos textos, Antônio Argôllo de Andrade e Maria Morgado de Abreu, Coleção Taubateana, 1996)