Em 1847, por ato da Assembléia Legislativa Provincial, foi criado em Taubaté um liceu público às expensas da província. Neste estabelecimento lecionavam-se as seguintes matérias: filosofia, história, geometria, francês e latim. As cadeiras destas matérias regidas por hábeis professores.
Este estabelecimento funcionou regularmente até 1852. Seu primeiro diretor foi o padre Manoel Inocêncio Muniz Simões (41), que, apoiado pelos homens mais importantes do município, pode erguê-lo a um belo estado de prosperidade.
Chegou a ser frequentado por cerca de oitenta alunos. Porém, por causas que aqui não convém averiguar, foi extinto aquele utilíssimo estabelecimento que tão belos frutos ia produzindo.
Muitos magistrados, advogados, políticos, professores, homens de letras e distintos sacerdotes que existem na província, beberam os primeiros rudimentos, que tão belos frutos ia produzindo.
Eram seus professores: de geometria, o brigadeiro Pedro Maria Xavier de Castro; de história, o dr. João Cardoso de Meneses Souza Júnior (hoje conselheiro) ; de filosofia, o dr. João Ribeiro Mendes; de latim e francês, o padre Felipe Vieira de Toledo.
Funcionavam as aulas num dos salões do pavimento térreo do convento.
42 – Vide a propósito dessa situação de decadência apresentada pelo Convento de Santa Clara, a referência que o autor faz a respeito, no capítulo XVII.
João Cardoso de Meneses Souza Júnior, o Barão de Paranapiacaba, era pai de Cardoso de Menezes, um dos mais populares musicistas brasileiros do Segundo Império. Menezes, que nasceu em Taubaté, era abolicionista e foi o autor da marcha sinfônica “A Marselhesa dos escravos”, composta em 1884, para homenagear a abolição da escravidão no Ceará. Compôs músicas com Aluísio Azevedo e fez canções para Castro Alves e Ernesto Nazareth. (Fonte: Revista Almanaque Taubaté 5)