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XVI
IGREJA DO ROSÁRIO

Esta igreja foi fundada nos anos de 1700-1705, como se depreende da provisão do bispo do Rio de Janeiro d. Francisco de São Jerônimo, passada a 20 de agosto de 1705, na qual aprovou o compromisso da irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos, pelo qual eles se obrigaram a ornar e paramentar esta igreja que eles edificaram.
Funcionava anteriormente esta irmandade em um altar da igreja matriz.
Pelo mau estado, em que se achava esta capela no ano de 1861 e prestes a cair, deliberou a mesa da irmandade reedificá-la e por isso fez transferência de suas imagens e vasos sagrados para a igreja matriz, em 20 de junho de 1862.
Tendo faltado recursos à irmandade afim de levar avante a conclusão do seu templo, associaram-se 20 cidadãos, e tomaram a si a conclusão da obra, a qual está feita com solidez e elegância.
Esta comissão é composta dos senhores major Francisco Fernandes de Oliveira e Silva, comendador José Rodolfo Monteiro, tenente-coronel Mariano José de Oliveira e Costa, e José Gabriel Monteiro (68).

Igreja do Rosário. Acervo AMPAH.
Igreja do Rosário. Acervo AMPAH

CAPELA DE SANT'ANA

Existe na antiga rua de Sant’Ana (69) um pequeno oratório particular da família Piza (70). A Câmara Municipal desejando alargar a rua de São José até sair no largo de Sant’Ana desapropriou o terreno, em que estava esse pequeno oratório, e então no ano de 1866, deu-se princípio à edificação de uma pequena capela , a qual está hoje concluída; é ela dirigida pela irmandade de Sant’Ana.

Largo de Santana com a capela ao fundo. Acervo Bento Melo.
Largo de Santana com a capela ao fundo. Acervo Bento Melo

CAPELA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


Não sabemos o ano em que se edificou a capela do Santíssimo Coração de Jesus (71), a qual foi fundada por Antonio Henriques, e seus filhos José e Joaquim Henriques, os quais logo que concluíram as obras da capela, fizeram unido a ela um pequeno hospital, a fim de recolherem a humanidade sofredora que falta de agasalho, que ia ali pedir lenitivos às suas dores; eram enfermeiros seus filhos e filhas. Este pequeno hospital manteve-se por alguns anos exclusivamente à custa de dois beneméritos cidadãos, o capitão-mor Vitoriano Moreira da Costa (72) e Joaquim Xavier de Assis. Com o desaparecimento destes dois humanitários indivíduos desapareceu também o pequeno hospital, pois para ele não havia quem concorresse a sustentar os pobres enfermos que ali existiam.
A capela é pequena, e sem ornamentos de talhas. Há poucos anos faleceu um dos fundadores, José Henriques, último da família do eretor.

68 – A origem da igreja do Rosário, de Taubaté prende-se à irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos que funcionava, 1.º , em um altar da igreja matriz. Entre 1700 -1705, essa irmandade edificou a capela do Rosário, conforme se deduz a provisão passada a 20/8/1705, pelo bispo do Rio de Janeiro, D. Francisco de São Jerônimo, aprovando o compromisso pela irmandade de ornar e paramentar essa igreja, por ela edificada.
Pelos idos de 1862 a capela achava-se em péssimo estado e sujeita a cair. Em 20/6 deste ano, desejando reedificá-la, a irmandade transferiu as imagens e vasos sagrados para a matriz. Como não possuísse recurso para, uma vez iniciado, prosseguir no empreendimento, foi constituída uma comissão composta do major Francisco Fernandes de Oliveira e Silva e Rodolfo Monteiro, coronel Mariano José de Oliveira e Costa (depois barão de Pouso Frio) e José Gabriel Monteiro, com o fito de levar a cabo a construção do templo. Em meado de 1879 as obras já se achavam bem adiantadas.
Colaborou também para esse empreendimento José Félix Monteiro (barão, depois visconde de Mossoró). (dr. José Bernardo Ortiz Monteiro in “Velhos Troncos” – Apontamentos Genealógicos e Biográficos- Taubaté -  1963 – Livro 8º - Notas Complementares – pág. 303-304).
69 – Este pequeno oratório “particular da família Toledo Piza” cuja desapropriação, para dar continuidade à rua São José até sair no largo de Sant’Ana, teria sido ao que tudo indica uma pequena capela com frente para a rua de Sant’Ana.
70 – Essa família Piza é oriunda do tronco comum d. Simão Toledo Piza, falecido em São Paulo, com testamento feito em 1668, do qual muitos membros estabeleceram residências em Taubaté. Entre membros dessa família destaca-se Timóteo Correa de Toledo (Piza) vide nota anterior.
71 – Segundo Guisard Filho, em artigo em “O Lábaro” n.º270 de 27/7/1943, “Taubaté possuía a mais antiga igreja do Sagrado Coração de Jesus no Brasil”, datando de 2/4/1713 a sua fundação, atribuída a padres da Companhia de Jesus. A proibição do culto ao Sagrado Coração de Jesus, por consequência, o desapropriamento da igreja de Taubaté, conforme aquele autor “foi um ato do nefasto marquês do Pombal, que, em 1777 deu ordem ao conde da Cunha, depois vice-rei do Brasil, para que se exterminasse com o culto. Data daí a profanação das igrejas consagradas ao Sagrado Coração de Jesus que caíram em ruínas para se reconstruírem algumas mais tarde, quando as ordens pombalinas foram abolidas por d. Maria I  a pedido dos Ursulinos da Bahia”.
Ainda nesse artigo, Guisard Filho fala de uma segunda capela dedicada ao Coração de Jesus aqui existente esta, situada na atual rua Pedro Costa, localizada quase em frente ao Grupo Escolar “dr. Lopes Chaves”, devendo a sua construção a um português que ali, em 1823, construiu residência, reservando área para referida capela.
Informa o prof. Gentil de Camargo que conheceu esta capela ainda em funcionamento, há cerca de 50 anos, mais ou menos, sendo então, sua zeladora d. Maria de Mattos (Anhazinha de Mattos), pessoa pertencente a importante cepa taubateana.
72 – Vitoriano Moreira da Costa, capitão-mor de Taubaté, destacada figura da sociedade taubateana no século passado, é casado com d. Mariana Justina de Moura. Para maior referência, vide Silva Leme.

 

Igreja do Rosário, tombada pelo município em 1995, está fechada desde 2010 por problemas estruturais. O prédio pertence à Diocese de Taubaté.
Capela de Sant’Ana, tombada por decreto municipal, em 2016. A igreja, inaugurada em 17 de julho de 1870, mantém as paredes, os sinos e os volumes originais. É aberta para visitação.