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XIV
CLÉRIGOS SECULARES E REGULARES, FILHOS DE TAUBATÉ

1. Timóteo Corrêa de Toledo

Antes de ordenar-se foi casado com Úrsula Isabel de Mello, de cujas núpcias teve os seguintes filhos: Antonio Manoel de Freitas, depois Frei Antonio de Santa Úrsula Rodovalho; Carlos Côrrea de Toledo, vigário de S. José de El-Rei em Minas, sargento-mor Luiz Vaz de Toledo, Bento Cortez de Toledo, vigário desta paróquia; e quatro filhas. Fundou a capela do Pilar e faleceu aos 90 anos (58).

2. Carlos Corrêa de Toledo

Faleceu em Lisboa, para onde foi preso como inconfidente da revolução de Minas; era senhor de grande fortuna; seus bens foram confiscados (59).

3. Bento Cortez de Toledo

Nomeado pelo bispo do Rio de Janeiro, visitador do Rio Grande do Sul, ali marcou e fundou a freguesia de Caçapava, hoje cidade, e faleceu aos 95 anos, tendo sido vigário desta paróquia (60).

4. Frei Antonio de Santana Úrsula Rodovalho

Frade franciscano, grande teólogo e profundo filósofo, foi provincial da ordem, pregador régio, confessor da rainha d. Maria, eleito bispo de Angola; antes de sagrar-se recusou o bispado.

Frei Antonio de Santana Úrsula Rodovalho em retrato restaurado por Gaspar Falco. Fonte: D. Rodovalho e D. José - Achegas à história de Taubaté, de Felix Guisard Filho

Frei Antonio de Santana Úrsula Rodovalho em retrato restaurado por Gaspar Falco. Fonte: D. Rodovalho e D. José - Achegas à história de Taubaté, de Felix Guisard Filho

5. Salvador Pinheiro de Jesus

6. João Portela Macedo

7. João Antunes Cordeiro

8. Joaquim Antunes Corrêa
Vigário colado da freguesia de Tamanduá e deputado geral por Minas.

9. Manoel Leite de Miranda

10. Joaquim Vieira da Silva

11. Felisberto Ferreira

12. Valério Alvarenga Ferreira
Vigário colado da Freguesia do Ó, e deputado provincial e geral por essa província. Fazendeiro importante na cidade de Paraibuna, onde faleceu.

13. Antonio Silvério de Alvarenga

14. Joaquim Ferreira de Alvarenga

15. Miguel José de Araujo

16. Frei João Batista de Santa Rosa
Frade franciscano, secularizou-se com o nome de João Batista Borges, prestou grandes serviços como coadjuntor nesta paróquia; faleceu como vigário em Santa Branca.

17. Frei José de Santa Úrsula Rodovalho

18. José de Abreu Guimarães

19. João de Abreu Guimarães

20. Joaquim Duarte

21. Lourenço Marcondes de Sá
Foi deputado geral.

22. Salvador Moreira da Costa

23. Francisco Moreira da Costa
Apenas teve ordem de epístola, não quis concluir sua ordenação; cavaleiro professo da Ordem de Cristo, abastado fazendeiro, de um tino e sagacidade admiráveis, gozava de muita estima e influência nesta província e no Rio de Janeiro. Dirigiu por muito tempo os negócios desta localidade, tendo estreitas relações com a Corte.

24. Antonio Moreira da Costa
Vigário colado desta paróquia; primeiro cônego honorário da capela Imperial, comendador de Cristo, capelão da guarda de honra de D. Pedro I.

25. Joaquim Pereira de Ramos

26. Manoel Alves Coelho

27. Emídio Corrêa de Toledo
Vigário da Vara.

28. João Leite de Freitas

29. Justino Antonio Leite

30. Antonio Moreira de Siqueira

31. Manoel José do Amaral

32. Francisco de Paula Simões
Professor de latinidade e deputado geral.

33. Manoel Inocêncio Muniz Barreto
Vigário da Vara de Taubaté.

34. Mariano Joaquim de Paula Simões
Idem, idem.

35- João Batista Bittencourt

36. Manoel Ernesto de Teives

37. José Alves Leite
Deputado provincial.

38. Francisco Fernandes d’Oliveira

39. Miguel Corrêa Fortes

40. João Alves Músico

41. João de Moraes Carapeva

42. Joaquim Pereira de Barros
Vigário colado de latim e deputado provincial.

43. Bento Osório de Mello

44. Francisco Marcondes do Amaral e Sá

45. Vicente Cândido d’Oliveira

46. Francisco Corrêa de Toledo

47. Lourenço Justiniano de Moura Boanerges

48. Francisco de Paula Queiroz

49. Felipe Corrêa de Toledo
Professor público de latim e francês no Liceu.

50. Francisco Xavier de Mello
Vigário colado de Atibaia.

51. Francisco Justiniano de Abreu e Andrade
2º cônego honorário da capela Imperial e atual vigário da Vara.

52. José Pereira da Silva Barros (62)
Vigário colado, camareiro, extra-numerário de S. Santidade, deputado provincial.

Dom José Pereira da Silva Barros. Fonte: D. Rodovalho e D. José - Achegas à história de Taubaté, de Felix Guisard Filho

Dom José Pereira da Silva Barros. Fonte: D. Rodovalho e D. José - Achegas à história de Taubaté, de Felix Guisard Filho

53. Amâncio Corrêa Leite

54. Benjamin de Toledo Mello
Cônego honorário da Sé, de São Paulo, deputado provincial, vigário de São Luiz, cavaleiro de São Bento de Aviz, em Portugal (63).

55. João Evangelista Martin de Brito

56. João Batista Rosa

57. João Batista da Motta

58. Francisco Marcondes do Amaral Rodovalho
Vigário de Caçapava.

59. João Alves Coelho Guimarães
Vigário de São José do Paraíso.

60. Miguel Martins da Silva

61. Joaquim Pereira da Fonseca

62. Bento Antonio de Souza e Almeida
Vigário de São Bento, deputado provincial e cônego honorário da capela Imperial.

63. Antonio José Pinheiro
Vigário colado do Amparo

64. Antonio de Castro Piza

65. Antonio Moreira de Souza e Almeida
Atual coadjuntor e mestre de cerimonial de Taubaté

66. Manoel Antunes da Siqueira
(*) Vigário de Paiolinho (64)

67. Antonio Pereira Amarante

68. Mariano de Paula Simões

69. Francisco Carlos de Alvarenga

70. Amador Bueno de Barros.
O grande número  de sacerdotes filhos desta paróquia é resultado (o que já dissemos) da grande predileção pela carreira eclesiástica por parte dos taubateanos. Força é reconhecer que muitos dos sacerdotes acima mencionados fazem honra ao lugar do seu nascimento pelas elevadas luzes, talentos e virtudes. Muitos deles têm sido o ornamento do clero paulistano.


58 – Vide nota n.º 45.
59 – Padre Carlos Correa de Toledo e Mello – inconfidente taubateano – “nascido em 1730, foi vigário colado da igreja de São José, comarca do Rio das Mortes. Foi envolvido na conspiração”. (Silva Leme – “Genealogia Paulistana”, vol. V, pág. 547 (3-1).
“Entre os inconfidentes que moravam na vila de São José (Minas Gerais), o que teve atuação mais destacada foi o padre Toledo, seu vigário. Muito instruído, o pe. Toledo desfrutava de amizade do povo por suas ideias liberais e sua bravura. Tendo nascido em Taubaté, possuía na capitania de São Paulo, inúmeros parentes e amigos. Possuía mineração no arraial do Lage. Foi condenado juntamente com os demais inconfidentes e teve seus bens confiscados, mas a sua sentença, conforme ordens reais, foi mantida em segredo por ser padre. Enviado a Portugal, esteve preso na fortaleza de São Julião em Lisboa. Depois foi transferido para um convento, onde morreu”. (“Tiradentes” – 1718-1968) – Publicação municipal- Gráfica Belo Horizonte.
Luiz Vaz de Toledo Piza – inconfidente taubateano, era irmão do pe. Carlos Correa de Toledo Mello, nasceu em 1739 em Taubaté, e casou em 1762 na freguesia de Nossa Senhora do Monte Serrate da Cotia com Gertrudes Maria de Camargo, filha de João Antunes Pais e de Rita Maria de Camargo. Mudou-se para São João de El Rei onde subiu até o posto de sargento-mor dos auxiliares daquela vila e foi muito acatado por suas distintas qualidades. Amante da liberdade foi envolvido, juntamente com seu irmão o padre Carlos Correa, na conspiração mineira de Tiradentes. Julgados criminosos pela devassa a que se procedeu foram condenados: o 1º a pena de morte na forca, comutada em degredo perpétuo onde faleceu; o 2º (pe. Carlos) a partir para Lisboa onde devia ser punido”. (Silva Leme – “Genealogia Paulistana” – vol. V, pág. 547 (3-1), (3-2).
Como o seu irmão, o pe. Carlos Correa Toledo Mello, trabalhou com entusiasmo pela causa revolucionária. Infelizmente, foi ele a primeira pessoa que deu notícia a Joaquim Silvério dos Reis do movimento que então se organizava. Em um de seus depoimentos, Luiz Vaz contou que o pe. Toledo ficou “muito enfadado com ele, quando lhe disse que havia convidado Silvério a entrar para o movimento, porque seu irmão estava convencido de que o dito coronel Joaquim Silvério dos Reis era louco e que havia de participar e dar parte da sedição e motim”.
60 – “ Pe. Bento Cortes de Toledo”, filho de Timóteo Correa de Toledo, foi vice-reitor do Seminário de São José do Rio de Janeiro em 1799. (Silva Leme – obra cit., pág. 557 (3-5).
Nomeado pelo bispo do Rio de Janeiro, visitador do Rio Grande do Sul, ali marcou e fundou a freguesia de Caçapava do Sul, 1800, hoje cidade. Faleceu aos 95 anos. (Dr. Félix Guisard Filho – “Ruas, Praças, Vilas e Bairros” – C.T.I. Jornal de Taubaté – 15/5/1938).
Gilberto Martins afirma: - “consultando genealogistas gaúchos, vemos que muitas famílias riograndenses  descendem de velhos troncos taubateanos emigrados para aqueles pampas após o Tratado de Santo Ildefonso (1/10/1777)”, sendo errônea a versão de que o taubateano pe. Bento Cortez de Toledo fundou Caçapava do Sul. Como “visitador ordinário nas Capitanias do Rio Grande de São Pedro do Sul e Santa Catarina, para inteirar-se das necessidades espirituais daquelas paragens, seu trabalho na freguesia supra referida não foi o de levantar pelourinho, mas sim o de inspecionar uma capela, nomear vigário, abrir o Livro do Tombo e outras providências” (vide documentos publicados pelo pe. Arlindo Rubert, “as freguesias de Caçapava e Santaninha”, Canoas, Rio Grande do Sul – 1956). (Gilberto Martins – “Taubaté nos seus primeiros tempos” – Empresa Gráfica E. Taubaté Ltda., 1973 – págs. 71-72).
61 – Irmão do pe. Carlos Correa de Toledo, pe. Bento Cortez de Toledo e frei Antonio de Santa Ursula Rodovalho, este eleito bispo de Angola.
62 – Vide Guisard Filho, Félix: “D. José Pereira da Silva Barros”, edição do autor, 1945.
63 – Vide nota n.º 49.
64 – Freguesia do Paiolinho, hoje município de Redenção da Serra.

A Casa de Padre Toledo, em Tiradentes, foi considerada uma das cem edificações mais belas do Brasil e figura entre os mais importantes exemplares da arquitetura colonial mineira. O imóvel foi tombado em 1938. (Fonte: Revista Almanaque Taubaté #5)
Luiz Vaz de Toledo Piza foi para um presídio de Angola, na África, mas não ficou preso e acabou admitido como integrante de uma importante irmandade religiosa de Luanda. Teve uma vida boa no exílio, que é explicada por duas hipóteses: ou foi bancado pela família, ou obteve, de comerciantes de Luanda, fazendas para negociar, além de ter amealhado posses com o comércio de escravos, sendo a maçonaria sua fiadora. Em Angola, Toledo Piza teve um filho não reconhecido, que, conforme os costumes da época, se tornou seu afilhado de batismo. A urna funerária de Luiz Vaz de Toledo Piza está exposta no Museu Histórico de Taubaté.
Para alguns pesquisadores, foi o bispo Rodovalho, confessor da rainha, e irmão do Padre Toledo e de Luiz Vaz, o responsável por livrá-los da forca. (Fonte: Revista Almanaque Taubaté #5)