Categoria: Histórias que a História Conta

Os Trapistas de Tremembé

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Em 1904, fugindo das perseguições da República Francesa, monges da Ordem Trapista, adquiriram em Tremembé a antiga fazenda de café “das Palmeiras”, abandonada desde 1888. Com um projeto audacioso e em um curto período, os monges e seus colonos reconstruíram a fazenda e passaram a utilizar técnicas europeias para cultivar o solo, criar gado, melhorar sementes, represaram o rio para irrigar terras e gerar energia elétrica. Silenciosamente, construíram uma harmonia entre o homem e a natureza.

Os caboclos de Tremembé também passaram por um processo de desenvolvimento humano.Os monges construíram escolas, conscientizaram a população sobre o saneamento básico. De indolentes e preguiçosos passaram a ser vistos, pela elite local, como uma potencial força de trabalho.

Graças ao trabalho e estímulo que os trapistas deram à cultura do arroz em grande escala, toda planície, bordejando as duas margens do Paraíba, desde Jacareí até Guaratinguetá, passou a ser trabalhada e cultivada segundo os processos dos padres.

Após um trabalho que revolucionou a região, os últimos monges trapistas deixaram Tremembé em 1931.

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Viagem de trem

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Por volta de 1916, a viagem mais segura entre São Paulo e o Rio era de trem, por isso, em Taubaté, havia um costume maroto: homenagear o taubateano que visitasse pela primeira vez uma das capitais.
Logo que um cidadão embarcava no trem a notícia corria de boca em boca, saía até no jornal. Malandramente um grupo de jovens organizava uma homenagem à vítima. Na data de retorno do viajante, quando o trem parava em Taubaté, começava um festival de rojões, gente aplaudindo e banda de música tocando. Quando o sujeito desembarcava era cercado por todos, elevado sem entender nada em cortejo pela rua das Palmeiras. A caminhada era terminada em um bar. Estando ali depois de ouvir vários discursos em sua homenagem só restava ao felizardo pagar bebida para todo mundo. Teve gente que não gostou da pegadinha. E aí a coisa acabava mal.

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Iluminação a gás

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7 de setembro de 1874. Taubaté está em festa. Finalmente é inaugurada a iluminação pública na cidade.
Bem diferente de hoje, a luz era gerada em lampiões instalados em elegantes postes de ferro fundido. O gás era distribuído aos postes por uma rede subterrânea de tubulação que tinha origem no gasômetro instalado onde hoje fica a sede da Bandeirante Energia. É bom frisar que o privilégio contemplava umas poucas ruas do centro e iluminação pública era coisa rara. Apenas 4 cidades paulistas a tinham. O benefício era caro.
Crônistas da época informam que a regalia consumia metade do orçamento de Taubaté, era fraca e falhava sempre. Mas era um luxo. O serviço de iluminação á gás foi abandonado ao redor de 1913 quando foi inaugurada a iluminação elétrica no município.

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As touradas em Taubaté

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As touradas surgiram na Espanha, expandiram-se para Portugal e chegaram quem diria a Taubaté. Em meados de 1890, os espetáculos eram divulgados em um grande desfile pelas ruas centrais da cidade. Panfletos anunciavam a presença de Antônio Corajoso, o mestre da Arena, Rodrigues e Cid, famosos toureiros espanhóis, Mineirinho, que praticava salto em vara por cima dos touros, Parafuso, o acrobata fenômeno e Lúcia, a loura toureira, única mulher que enfrentava os chifrudos à unha. A arena de touradas ficava em um circo instalado na rua Jacques Félix. Na festa de Tremembé também haviam touradas. Não se sabe ao certo quando elas começaram, mas as touradas desapareceram de Taubaté no início do século 20.

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Rubens Feijão, o “Príncipe de Ébano”

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Rubens Jesus ou Rubens Feijão, foi o taubateanos que começou a ficar conhecido no Brasil, quando jogou no Santos Futebol Clube integrando o time que conquistou o Campeonato Paulista de 1978. O primeiro título do alvi-negro praiano após a era Pelé.A importante conquista apresentaria ao futebol brasileiro a primeira geração dos meninos da Vila. Rubens Feijão até estampou um cromo de álbum de figurinha dedicado ao Campeonato Paulista que era distribuído por uma marca de chiclete. No Brasil, Rubens Feijão defendeu também o Guarani, Ceará e a Ferroviária de Araraquara. No Bangu, Rubens Feijão ficou conhecido como o “Príncipe do Ébano” e quase mais por muito pouco, não virou busto na porta do clube, tamanho era o carinho que o dono da equipe tinha com ele. Na Europa, Rubens Feijão jogou 10 anos no Boa Vista em Portugal. E parou em 1994 atuando na 2ª Divisão do futebol Alemão. Atualmente, o taubateano Rubens Feijão mora na Alemanha, tem duas filhas e é dono de restaurante.

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Casa na cidade

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Na Taubaté do passado todo fazendeiro rico tinha também uma casa na cidade para passar as festas. E não era uma casinha qualquer não. Tinha sala de visita, de jantar, cozinha e o número de quartos dependia do tamanho da família. As numerosas tinham até sete quartos na residência. O quintal também era grande e tinha entre outras coisas, uma cocheira para alimentar os animais que carregavam os alimentos da fazenda à cidade.

As melhores roupas das mulheres, os casacos de veludos e saltos altos ficavam trancados em armários na residência da cidade. E a cada visita, mais roupas eram compradas. Os sapateiros mais espertinhos nem esperavam as donzelas nas lojas, tratavam logo de levar os calçados diretamente na casa das clientes. Os barbeiros também já ficavam preparados, esperando as crianças que invariavelmente necessitavam de um novo corte de cabelo.

As visitas à cidade sempre aconteciam em festas como a Semana Senta, Carnaval e nas formaturas dos Colégios Bom Conselho e Diocesano.

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O tempo do Luto

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O pessoal mais antigo sabe disso, quando morria uma pessoa na roça todos os parentes tinham que por luto. O tempo de luto dependia de quem tivesse morrido. Pai ou mãe, o luto era de um ano. Irmão, seis meses. De amiga, 15 dias e de marido a vida toda. Como o custo de uma roupa preta era bem alto, nas fazendas tinham sempre as tintureiras grátis. Mulheres de família mais ricas, que ajudavam as pessoas mais pobres. Sempre que morria alguém de família mais humilde, essas tintureiras já sabiam que ia chegar a marca da tinta Guarani e a trouxa de roupas. E o tingimento das roupas não era algo fácil.Tinha que ficar o tempo todo na beira do fogão de lenha, mexendo à panela para não manchar as roupas. Quando o tingimento estava pronto era hora de enxaguar todas as roupas até sair água limpa. Depois colocar para secar e passar à ferro. Esse era um trabalho que consumia o dia inteiro e que era feito gratuitamente aos mais pobres.

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Tiro de Guerra 445

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Em 1917 foi fundado em Taubaté, o Tiro de Guerra 445. Era um órgão do exército brasileiro que tinha finalidade de fornecer instrução militar e estudos para jovens com 18 anos com o apoio do governo municipal. Naquela época ocorria a 1ª Guerra Mundial e havia possibilidade de que o Brasil entrasse no conflito. A iniciativa de criar um tiro de Guerra na cidade, partiu da Associação Comercial de Taubaté com o apoio da prefeitura. Lá dentro, os jovens praticavam tiro ao alvo, tinham aula sobre a história do exército e praticavam esportes como corrida, musculação e até futebol. Quando o Brasil declarou guerra à Alemanha em 1918, o presidente do tiro de Guerra de Taubaté telegrafou ao presidente da República colocando os mais de 400 atirados à disposição das autoridades. Aparentemente, o pessoal estava entusiasmado para ser enviado ao campo de batalha. Pois, a reposta do presidente mandando que guardassem instruções em Taubaté mesmo, esfriou o animo. O tiro de Guerra 445 funcionou por alguns anos em Taubaté e deixou muitas histórias para ser contada.

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Corridas de Cavalos

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No início do século 20, bem na Rua da Consolação, a hoje Avenida Marechal Deodoro, os taubateanos se deliciavam aos domingos assistindo á corridas de cavalo. As apostas eram feitas ali mesmo na rua, onde os donos dos cavalos mais famosos colocavam poncho no chão e iam recolhendo dinheiro. As provas aconteciam em linha reta na distância de uma ou duas quadras. Esse espaço não durou muito. E anos mais tarde, surgiu na estrada de Tremembé, o Jóquei Clube de Taubaté, construído pelo Dr. Cintra. O jóquei tinha arquibancada, guichês de apostas e cavalariças. Em 1917 surgiu o último hipódromo de Taubaté, próximo à futura Fitejuta. Tinha raias de 1200 metros, permitindo que 5 cavalos corressem em cada páreo. As corridas aconteciam aos sábados e domingos. E eram musicadas pela Banda dos Ursos. Uma das mais disputadas foi a de Marialva e Waterloo, sendo Waterloo vencedor e considerado o melhor cavalo que já correu em Taubaté. O problema maior do Jóquei Clube Taubaté eram as trapaças. A malandragem era tanta que afastou apostadores, falindo mais um empreendimento que poderia ter futuro na cidade.

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