Animais que viveram em Taubaté antes do homem

O Vale do Paraíba é berço de espécies animais únicas. A descoberta de fósseis em Tremembé revelou aves de vários tamanhos e formas, mamíferos gigantes e minúsculos, peixes de todos os tipos, incontáveis insetos e crustáceos.

DESCOBERTAS

Os estudos dos animais antigos da região foram sistematizados a partir dos anos 1970 pelo paleontólogo Herculano Alvarenga, com o achado de fósseis em minas que revelaram a existência de um imenso lago, que hoje forma a Bacia sedimentar de Taubaté, cuja parte mais antiga chama-se Formação Tremembé.

ESCAVAÇÕES

Há três locais de extração de fósseis da Formação Tremembé: uma no bairro Padre Eterno, em Tremembé; outra na Estrada Floriano Rodrigues Pinheiro, entre Quiririm e Tremembé; e uma terceira no Bairro da Estiva, em Taubaté.

Detalhe de uma das escavação da Formação Tremembé. Acervo Museu de História Natural de Taubaté (MHNT)

NO INÍCIO

Todos os animais encontrados na Formação Tremembé habitaram o Vale do Paraíba há cerca de 24 milhões de anos, quando a região estava em formação e o homem sequer existia.

FÓSSEIS

Os fósseis revelados até então, na sua maioria,  são insetos. Depois, os mais comuns são os de mamíferos, peixes, aves, crustáceos, répteis, moluscos, anfíbios e poríferos.

Veja na galeria abaixo algumas das mais importantes descobertas feitas na Formação Tremembé

AVÔ DOS URUBUS

Entre estes fósseis está a menor e mais antiga ave gigante do mundo, o Taubatornis campbelli, que se assemelhava em forma e hábitos ao urubu moderno. De uma ponta a outra de suas asas, media cerca de dois metros.

O PRIMEIRO

O primeiro fóssil de mamífero achado na região foi o morcego Mormopterus (Neomops) faustoi.

ÚNICO

Membro da família dos cascudos, o fóssil do Taubateiaparaiba é revelou um gênero de peixe desconhecido em outras regiões do mundo.

ARQUIVO

Fósseis encontrados na Formação Tremembé podem ser conhecidos no Museu de História Natural de Taubaté, que conta também com exemplares de animais e plantas de todas as regiões do mundo.

AVE DO TERROR

Há 24 milhões de anos o Paraphysornis brasiliensis reinava soberano sobre o Vale do Paraíba. Esta ave atingia 2,4 m de altura. Mas o tamanho não a tornava boa caçadora. Era lenta e, por isso, preferia carniça.

PREDADORA

O Paraphysornis é de uma antiga família das Aves do Terror, que foram as maiores predadoras da Terra depois da extinção dos dinossauros. O fóssil da ave foi encontrado pelo paleontólogo Herculano Alvarenga, que a apelidou de Fisó.

SURGE A FERA

Em 2015, a paleontóloga Graziela do Couto Ribeiro concluiu os estudos e a descrição do animal que foi uma das principais presas do Paraphysornis. Ao lado da ave, o Taubatheriumpaulacoutoi tornou-se ilustre atração do Museu de História Natural de Taubaté, onde seus fósseis estão exibidos.

ACHADO

O primeiro encontro do Taubatherium com o homem se deu por volta dos anos 1970. Herculano Alvarenga encontrou fósseis do animal e o catalogou no seu imenso arquivo. Cerca de trinta anos depois, a então doutoranda Graziela do Couto Ribeiro terminou o serviço, completou o esqueleto da Fera e revelou dados importantes sobre o animal, como seus hábitos alimentares, sociais, massa e aparência.

“Essas características corroboram a hipótese de ele ter sido um herbívoro de hábitos gregários, que vivia em bandos à beira de um paleolago” Graziela do Couto Ribeiro, em entrevista ao Jornal Contato em 2015

FERA DE TAUBATÉ

O Taubatherium era da família já extinta dos leontinídeos. Era um animal com massa corpórea semelhante a um cavalo, mas de estatura baixa. Vivia em bandos e era o mamífero mais abundante da região.

Fósseis de alguns desses animais pré-históricos podem ser vistos no Museu de História Natural de Taubaté. A instituição fica na Rua Juvenal Dias de Carvalho, 111, no Jardim do Sol. O horário de funcionamento é das 9h30 às 17h, de terça-feira a domingo.    

Bibliografia:

• Aspectos Geográficos do Vale do Paraíba, José Benedito Prado e Maria Morgado de Abreu, Coleção Taubateana, 1995.
• Acervo Museu de História Natural de Taubaté. Consultoria Herculano Alvarenga e Graziela do Couto Ribeiro.