Taubaté sem água

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 A primeira crise hídrica vivida pelos taubateanos foi no século 19;

 

Sem água encanada

No final do século 19 Taubaté era uma cidade em crescimento que recebia as primeiras indústrias; tinha iluminação a gás, linhas de bonde e era cortada pela Estrada de Ferro D. Pedro II, mas carecia de um item básico: água encanada.

 

Não rolou

O abastecimento feito por bicas, cacimbas e chafarizes, já não era mais suficiente para atender à população. Projetos para a criação de um serviço de abastecimento eram pensados desde 1860, mas foram abandonados devido a complexidade da obra e pela falta de dinheiro.

 

Os corajosos

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Fernando de Mattos

Em 7 de janeiro de 1884 os engenheiros Carlos Zanotta e Fernando de Mattos pediram à Câmara autorização para implantar na cidade um sistema de abastecimento de água encanada. A obra ficaria a cargo de Fernando de Mattos, republicano histórico e primo em segundo grau de Monteiro Lobato.

 

O acordo

No convênio assinado em 18 de setembro de 1888, ficou determinado que Mattos receberia do legislativo o valor de 150 contos de réis e a concessão do serviço de abastecimento por  50 anos.

 

Rede

O projeto consistia na captação da água em uma represa que seria construída no Ribeirão do Chaveco,  com transporte por tubulação fechada, que passaria pelo Rio Paraíba do Sul, iria até um platô na Vila Edmundo, seguiria por passagem subterrânea pela Estrada de Ferro D. Pedro II e chegaria ao reservatório construído na região da Boa Vista, local onde hoje está a Sabesp. A partir do reservatório seria construída uma rede de distribuição para o município.

 

 Na prática …

A construção passou por alguns percalços. O material importado atrasou e, ao chegar ao porto do Rio de Janeiro, houve demora para ser liberado. Além disso, o investimento necessário foi maior que o esperado; Mattos teve que pedir mais dinheiro à Câmara e ainda se associar a outros empresários para concluir o projeto.

 

Cia Norte Paulista

A união com outros empresários aconteceu no ano de 1891, quando fundou a Companhia Norte Paulista, que tinha entre os acionistas Felix Guisard, Benedito Marcondes de Mattos, Rodrigo Nazareth, Virgílio Cabral e José Francisco Monteiro Filho. Esse último era primo de Mattos e foi por anos presidente da Companhia.

 

Pronto! Perdeu …

O sistema de abastecimento ficou pronto em julho de 1893, mas sofreu pelo ineditismo. O serviço era interrompido com freqüência e a qualidade da água que chegava às torneiras não era das melhores. Por questões políticas, Fernando de Mattos perdeu a Companhia. A prefeitura, comandada por um desafeto seu, desapropriou a empresa culpando a má qualidade da água. A Companhia foi posta à venda e comprada pela Câmara Municipal em primeiro de setembro do mesmo ano, por 420 contos de réis.

 

 

Conteúdo publicado originalmente na Revista Almanaque Taubaté #3

 

Veja também:

– Fernando de Mattos e o início do abastecimento de água em Taubaté

 

Bibliografia: Fernando de Mattos e o início do abastecimento de água em Taubaté de Paulo Ernesto Marques Silva

 

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