JOANINHA CASTILHO, A ACROBATA MAIS JOVEM DO MUNDO

 JOANINHA CASTILHO, A ACROBATA MAIS JOVEM DO MUNDO

Da Revista Aero Magazine

Foi em homenagem à ela foi batizado o Guaraná Joaninha

A paulista Joana Martins Castilho D’Alessandro foi muito incentivada pelos pais e acabou se tornando a aviadora acrobata mais jovem do mundo, fato que lhe rendeu menção no Guiness Book, o livro dos recordes. Com apenas 14 anos de idade, realizou o voo solo e, com 15 completos, ganhou o primeiro campeonato de acrobacia em 26 de outubro de 1940. Na época, ficou conhecida como a “namorada dos ares” e disse a um repórter da Folha da Noite que fazia loopings sem qualquer tipo de dificuldade ou receio. Na “Semana da Asa” de 1941 foi novamente campeã.

A precocidade chamou atenção das autoridades. Recebeu o brevê das mãos do então presidente da República, Getúlio Vargas, que ainda prometeu dar-lhe de presente 100 horas de voo. Pura demagogia. No final das contas, o governo não pagou uma hora de voo sequer, mas também não fizeram a menor falta. Joana continuou recebendo do pai os subsídios necessários para a realização dos voos, que tinham como principal cunho o incentivo para que outras mulheres pudessem se engajar na carreira aeronáutica. A divulgação não poderia ter caído em melhores mãos. O magnata das comunicações, Assis Chateaubriant, encarregou-se pessoalmente das reportagens nos Diários Associados, dando destaque para a destreza da aviadora na pilotagem da aeronave Bücker, além de ótima performance também como paraquedista.

Joana, que nasceu em 10 de novembro de 1924 na cidade de São Paulo, considerava-se cidadã de Taubaté, onde morou boa parte da vida. Sua foto estampou até o rótulo de um refrigerante que era produzido na região pela companhia Bebidas Mariotto Ind. e Com. Ltda. Ficou conhecido como “Guaraná Joaninha”, uma alusão ao apelido carinhoso atribuído à aviadora. O refrigerante não existe mais, porém, Joana jamais caiu no esquecimento, pelo menos entre a população de Taubaté. Seu nome foi escolhido para batizar um dos hangares do aeroclube, além de ruas do município, e até uma unidade regional do Rotary Clube. Quem também pretende perpetuar a memória da aviadora é um dos seus quatro filhos, o médico mastologista Adalgir D’Alessandro, que reside em São Paulo e coleciona grande acervo com fotos e reportagens sobre Joana. Seu maior sonho: assistir a um documentário ou ler um livro sobre a história da vida de Joana. A aviadora faleceu no dia 14 de junho de 1991, e seus restos mortais estão sepultados no Cemitério da Quarta Parada, na cidade de São Paulo.

Fonte: Revista Aero Magazine, matéria Brasileiras Pioneiras

almanaqueurupes