Convento de Santa Clara

 Convento de Santa Clara
Em 25 de março de 1674 foi lavrada escritura em que taubateanos se comprometiam a construir o Mosteiro

Convento

No século 17 foi solicitado pelos taubateanos a vinda de frades franciscanos à Taubaté para construir um Convento. O motivo não se sabe ao certo, talvez quisessem dificultar a vinda dos jesuítas, que interferiam na administração temporal dos sítios e se opunham a escravização dos gentios, ou porque como o padroeiro da então vila era São Francisco, devessem ter na região, franciscanos para participar da vida religiosa do povo.

O convite foi aceito pelos religiosos. No ano de 1674 foi lavrada a escritura em que os oficiais da câmara e a população se comprometiam a construir, às suas custas, o prédio do Convento, que serviria para abrigar os religiosos de São Francisco. O edifício seria construído em homenagem a Santa Clara.

Primeiro Guardião

O primeiro guardião do convento foi o frei Jerônimo de São Brás. Ele e os demais frades foram os responsáveis por escolher o terreno onde seria construído o prédio do convento.

Expansão territorial do convento

O convento Santa Clara tinha terras que iam até a proximidade da Associação Artística e Literária, hoje sede da faculdade de Filosofia, Ciências Sociais e Letras, abrangendo todo o campo da praça Monsenhor Silva Barros e outros adjacentes.

Primeiro Registro jornalístico de Taubaté

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O Convento de Santa Clara foi o primeiro local a ter sua imagem registrada na cidade. O registro, do século 19, foi obra do artista Thomas Ender, que pertencia à missão de Martius-Spix, uma das primeiras a visitarem Taubaté.

Enterros

Testamento de João Delgado de Escobar de 1676 acervo DMPAH

João Delgado de Escobar é o primeiro taubateano a pedir, no ano de 1676, para ser enterrado dentro da Igreja do Convento de Santa Clara. Depois dele José de Castilho (em 1684), Bartolomeu da Cunha Gago (1685) e Catarina Dias Del Rei (1867) também deixaram em seus testamentos instruções para serem enterrados no local.

Tradição no período colonial o enterro em igrejas era privilégio apenas das famílias mais abastadas, eles acreditavam que, se fossem enterradas dentro desses locais sagrados, ficariam mais próximos de Deus, o que facilitaria sua entrada no Paraíso.

Frei Galvão em Taubaté

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Em meados de 1757, Frei Antonio de Sant’anna Galvão foi admitido no Convento de Santa Clara. Daqui foi encaminhado para o Convento de São Boaventura no Rio de Janeiro, onde funcionava o noviciado da província. Recebeu a ordenação sacerdotal em junho de 1762. Após a ordenação transferiu-se para São Paulo, onde terminou seus estudos. No ano de 1804 foi nomeado ‘Visitador do Convento franciscano de Taubaté e Itu”.

Vida religiosa

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Em 1761 Antônio de Mello Freitas, com 17 anos, foi aceito na ordem dos Franciscanos que moravam no Convento de Santa Clara. Para fazer o noviciado, foi enviado ao Convento de São Paulo. Ao professar os votos virou Frei Antonio de Santa Ursula Rodovalho. Em 1910 foi nomeado bispo de Angola. No Rio de Janeiro, onde morou por muito anos foi confessor de D. Maria I.

O incêndio 

E 17 de setembro de 1842 um incêndio no Convento destruiu a capela-mor, salão da sacristia, o arquivo e a biblioteca do local.

Miguel, o desenhista

O segundo a retratar o convento de Santa Clara foi Miguel Benício Dutra em 1843.

4ª vista Taubaté meia legoa adiante de Piracangaguá – Milguelzinho Dutra. Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo

As primeiras fotografias

Convento de Santa Clara em 1856. Robin&Favreau – MISTAU

Os fotográfos Robin e Fraveu foram os primeiros, no ano de 1856, a fazer fotos do Convento de Santa Clara.

Último Guardão

O último guardião do Convento foi o frei Joaquim das Dores que faleceu em 1868. Depois de seu falecimento, o convento ficou vazio e sob responsabilidade de um Sindicato.

As reformas

O capitão, Vitoriano Moreira da Costa, síndico do convento, iniciou os trabalhos de sua lenta reconstrução, com a ajuda do povo taubateano. Embora já parcialmente reconstruído e reformado ao fim do Império, o convento de Santa Clara só estaria totalmente recuperado em 1927, oitenta e cinco anos após o  acontecimento.

Frei Caetano de Messina

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Foi ele o responsável pela intensificação das obras de restauração do Convento, que permaneceu fechado até 1887. Aqui, além de ministrar sacramentos e sermões, mudou o dia da feira de domingo para sábado, ergueu cruzeiros em cinco pontos da cidade e incentivou a abertura de um colégio para meninas, que mais tarde se tornaria no Colégio Bom Conselho.

Liceu

Após ser restaurado, no ano de 1887, o Convento  passou a abrigar um Liceu Público, que funcionou até 1882, com freqüência de mais de 80 alunos.

Frades italianos

Em 13 de janeiro de 1892, chegaram à Taubaté os capuchinhos trentinos. A prioridade dos frades era pregar e ministrar os sacramentos para o povo. O Jornal do Povo criticava as pregações do religiosos por serem muito enfáticas e rigorosas. Já o Noticiarista publicou artigo em que criticava a proibição de música, fogos de artifício e a quermesse da Festa de São Francisco. Insatisfeitos, os taubateanos convidaram os frades a mudarem de cidade.

O Poeta dos Ipês

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Clodomiro Amazonas começou sua carreira artística aos 16 anos restaurando telas e afrescos do Convento de Santa em 1892.

A escassez de documentos

A falta de documentação sobre o Convento tem duas razões:  o saque de Piratas em 1711 no convento de Santo Antônio, ao qual o de Santa Clara estava vinculado e o incêndio ocorrido no mosteiro de Taubaté em 1842 que destruiu inúmeros papéis.

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