As eleições de 1947 – Parte 1, por Luiz Carlos Batista
A eleição municipal de 1947 em Taubaté realizou-se no dia 9 de novembro, sendo eleito prefeito José Luiz de Almeida Soares, do PSD, que venceu a Jayme Barbosa Lima, do PDC. Não encontramos registros dos votos em nenhum jornal da época; apenas O Lábaro, órgão da Cúria Diocesana, elencou os vereadores da 1ª Legislatura (1948 a 1951) e as coligações e partidos, mesmo assim não foram citados Jayme de Castro e Abrahão José Moreira, além de colocar Moacyr Peixoto na condição de suplente – os três foram eleitos.
O Lábaro relacionou os prováveis eleitos antes da apuração final dos votos.
Foram eleitos os seguintes vereadores (é provável que, não sendo por ordem alfabética, a seqüência dos nomes seja por ordem de votação):
PSP – Jaurés Guisard, Omar de Abreu Rangel, Hypólito José Ribeiro,Octacílio Carvalho de Paula, Juventino Tavares, José Olegário de Barros, Newton Câmara Leal Barros, Eurico Pereira Pena, Benedito Rodrigues dos Santos, Sebastião Abreu, José Bonifácio Moreira Filho. Suplentes: Agnaldo Ribeiro Miranda, Amaro Negrini, Augusto Cembranelli e Benedito Winther Galvão.
“Coligação Municipal” (PTB, PSD, PDC, PR e PTN): Arthur Boéris Audrá, Félix Guisard Filho (que viria a ser prefeito na gestão seguinte), José Geraldo de Oliveira Costa, Genol Candelária de Morais, Lycurgo Barbosa Querido, Joaquim de Morais Filho, Nelson Alberto Meirelles, Moacyr de Alvarenga Peixoto.
Suplentes: João Batista Canavezzi, Daniel Danelli e Altivo Simonetti (os três assumiram em virtude de licença dos titulares).
PRP: Lino Rodrigues.
Suplente: Armando Teixeira.
UDN – Benedicto Cursino dos Santos.
Suplente: José da Costa Neves Filho (assumiu várias vezes e se constituiu num vereador participativo nos debates em plenário e na apresentação de emendas a projetos do Executivo, inclusive quando se tratava de peça orçamentária, como se observa da leitura das atas da Câmara).
PST: Wilson Alves de Carvalho.
Suplente: João Machado Filho.
O Taubaté-Jornal, dirigido pelo jornalista Evandro Campos, também presidente do PDC, defendia a candidatura de Jayme Barbosa Lima, sequer colocava notícia sobre o adversário. O jornal pregava que o voto do democrata-cristão deveria ser para os candidatos do PDC. “Sem querermos deslustrar o programa de ação de outras correntes, que para nós também merecem respeito, desejamos aplaudir os métodos de luta que vêm caracterizando a Coligação Municipal, à qual nos integramos em consciência e depois de rigorosa análise do momento.”
Outro trecho da matéria: “Com Jayme Barbosa Lima, pois, o candidato moço, apolítico e dinâmico, a Prefeitura, e com a chapa coligada de candidatos à vereança, caminhemos com a Coligação Municipal, no esplêndido rumo que nos levará à colimação de ideal tão nobre e tão louvável”.
O jornal criticava a “infiltração” de candidatos de ideologia comunista em outros partidos (o PCB teve seu registro cassado em “luminosa sentença do Tribunal Superior Eleitoral”).
Várias manchetes abordaram a candidatura de Barbosa Lima. No dia 12 de outubro de 1947, o Taubaté-Jornal estampou na primeira página: “Jayme Barbosa Lima fará um governo de harmonia e colaboração com todos os homens bem intencionados!”, enaltecendo o candidato e classificando-o de “comerciante operoso na cidade e ligado a famílias conceituadas e prestantes”.
A edição de 26 de outubro alerta que os eleitores estão fazendo confusão “com tamanha propaganda e tão numerosos candidatos” e faz um apelo para que não vote “por amizade ou afeição, por gratidão ou simpatia” para não correr o risco de ser constituída uma “Câmara mediocre, sem ação” e concita o taubateano a ver “os programas e as possibilidades da sua execução”.
Continua…
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Luiz Carlos Batista
Com mais de 35 anos dedicados ao jornalismo, sendo 30 como assessor de imprensa da Câmara Municipal, Luiz Carlos relembra fatos da política taubateana.
5 Comments
Angelo, não são 30 anos dedicados ao jornalismo, e sim 35. Na Câmara são 30 anos.
Opa, desculpe a falha.
Está corrigido.
Luiz Carlos: parabéns pela iniciativa e pesquisa, pois a partir de agora a politica taubateana passa a ter historia. Taubaté; março de 2012.
Luiz,
Muito bom
Enfim você tirou da gaveta todo este material e irá torna-lo público
Será leitura obrigatória aqui na redação
A começar por 1947, creio que “A Voz do Vale”” de Waldemar Duarte será citada em breve
Parabéns pelo projeto!
LUIZ CARLOS = parabéns pela iniciativa, agora a politica taubateana tem história. Djalma Castro.
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