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by almanaqueurupes

Golpe de 64 – 50 anos depois: Uma lápide para Wilson Silva!

março 25, 2014
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Assassinado e reduzido a cinzas por agentes da ditadura em 1974, juntamente com esposa Ana Rosa Kucinski, Wilson retorna, por meio do depoimento de um colega e amigo da terra de Lobato, para incomodar aqueles que silenciaram e se acomodaram diante da violência e do arbítrio que marcaram o País de 1964 a 1985

por Marcos Barbosa Vasques

Eu cursava o 1.ª ano do curso científico no glorioso Colégio Estadual e Escola Normal Monteiro Lobato, o Estadão, que havia recentemente mudado da Rua Visconde do Rio Branco para a Rua Prof. Clóvis Winther, 625 – Jardim Maria Augusta. Corria o ano de 1959.

Nosso professor de Desenho Geométrico, Prof. Fábio Moura, figura emblemática do Colégio, num determinado dia, estabeleceu que a nossa tarefa consistiria em fazer um desenho livre, a critério de cada um. E foi nesse dia que notei pela primeira vez o Wilson Silva, embora fôssemos alunos da mesma classe. Ele apresentou o seu desenho: uma lápide num cemitério onde estava escrito “Aqui jaz Wilson Silva”.

O desenho provocou uma enorme comoção na nossa sala. Logo se espalhou por todo o Colégio, pois, para aquela época de uma sociedade tão conservadora como a de Taubaté, a sua ideia rompia com muitos dos sagrados valores que a permeavam.

Lembro bem que na hora do recreio todos da nossa sala o cercaram para saber o porquê da ideia contida no desenho. Se a memória não me falha, ele argumentou que, afinal, todos nós um dia iríamos morrer e, portanto, o seu desenho nada tinha de original, mas apenas retratava um fato que, mais dia menos dia, todos nós teríamos de enfrentar.

Fiquei muito impressionado com a franqueza e a visão do Wilson Silva, que bateu de frente com os cânones que moldavam a minha forma de ver a vida, até então. Mal sabia ele, no entanto, que a vida não lhe permitiria, no futuro, que tivesse uma lápide na qual os seus familiares viessem pranteá-lo, por força de arraigado valor que desde tempos imemoriais instalou-se na cultura ocidental no sentido de que é preciso venerar “a religião doméstica”.

Eu saí de Taubaté no final daquele ano e nunca mais tive notícias do Wilson Silva.

Depois de mil peripécias, fui trabalhar na Companhia Telefônica Brasileira (CTB), na Rua 7de Abril, no Centro de São Paulo. E conclui o curso de engenharia metalurgista da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, assumindo, à época, uma função de gerência no então recém-criado Departamento de Sistemas.

Um dia, dirigi-me para uma reunião neste departamento e dei de cara com o Wilson Silva. Não acreditei. Era ele mesmo, com o mesmo jeitão. Meio vesgo, com aquela vasta cabeleira esvoaçante, de pouco riso e de pouca fala. Ficamos um tempão conversando, nos atualizando e fiquei sabendo que ele havia concluído o curso de física na Universidade de São Paulo, quase ao mesmo tempo em que eu concluía o de engenharia; que havia se casado e que na então CTB era o analista de sistemas responsável pelo sistema contábil da empresa.

Depois fiquei sabendo que o Wilson Silva gozava de um enorme respeito profissional pelos seus colegas e superiores graças à sua notável inteligência. A contabilidade da então CTB era uma “caixa preta” que resistia heroicamente a qualquer esforço de automatização e foi o Wilson que conseguiu penetrá-la e automatizar as suas rotinas contábeis, “democratizando” os processos contábeis que eram “propriedade” exclusiva de poucas pessoas no então Departamento de Contabilidade.

Depois deste inusitado encontro, muitas vezes eu subia até a Divisão de Sistemas para conversar com ele. Em uma ocasião, lembrei-lhe do desenho que causara tanto furor no nosso Colégio. Para minha surpresa ele não se lembrava muito bem do que se tratava. Tive que lhe relembrar do fato do inesperado desenho que fizera, mas parece que o evento não lhe fora marcante, pois pouco, ou quase nada, lhe vinha à memória.

Depois de algum tempo, fiquei sabendo que ele não estava mais trabalhando na CTB. Achei estranho ele sair assim, sem mais nem menos. Mas, envolvido com mil problemas na época, não dei ao caso maior importância. Muitos anos depois, fui trabalhar na Telebrás, em Brasília, onde permaneci durante 7 anos e depois para a Embratel no Rio de Janeiro. Nessa época dois dos antigos gerentes da então CTB tinham se encontrado na Embratel e chamaram-me para uma conversa. Foi na ocasião que fiquei sabendo que a demissão do Wilson Silva não foi como havia sido divulgado na época.

Wilson Silva tinha uma grande preocupação com informações vindas de Brasília. Os dois gerentes,um dia, foram chamados pelo seu superior para lhes dizer que eles tinham que demitir o Wilson, de imediato e sem dizer o motivo. Era para simplesmente demiti-lo. Wilson foi comunicado da decisão, mas a sua preocupação era saber se a ordem viera de Brasília. É evidente que os seus gerentes imediatos sabiam, mas ocultaram-lhe o fato.

Depois soubemos que ele e a sua mulher haviam sido presos pelas forças da Revolução e nunca mais se soube do paradeiro de ambos. Para grande tristeza de todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver com a brilhante inteligência do Wilson Silva, o qual tinha um pecado capital: pensava diferente, acreditava em outros valores, em outra sociedade mais justa e mais solidária.

Por que negar a um brasileiro este valor tão arraigado na nossa cultura um local em que a sua família possa pranteá-lo?

Que mal fez ele ao Brasil ao discordar daqueles que detinham o poder?

(Publicado  Originalmente no Jornal Contato, nº 548)

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Uma lápide para Wilson Silva
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O COSMORAMA – Histórias que a História Conta

fevereiro 3, 2015
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Começa hoje mais uma atração do Almanaque Urupês, o programa HISTÓRIAS QUE A HISTÓRIA CONTA, em parceria com a Rádio Metropolitana – FM 101,9. Com exibições nas manhãs de segundas a sextas-feiras, o programa trará sempre alguma curiosidade da nossa história que está registrada nos documentos de Taubaté e região.
Aqui no portal Almanaque Urupês, além de escutar o programa, você poderá ver informações complementares sobre a história narrada.

No primeiro programa, apresentamos o parente mais distante do Cinema 3D.

O COSMORAMA

Histórias que a História Conta – O Cosmorama. Clique aqui caso o player não funcione

Clique aqui caso o player não funcione

Em 25 de dezembro 1876, na Rua do Sacramento, bem atrás da Igreja Matriz de Taubaté, uma fila se formava para fazer viagens virtuais pelo mundo. Era isso que prometia um aparelho denominado cosmorama.

O cosmorama, também conhecido como estereoscópio, era uma caixa com um visor acoplado para que o cidadão, individualmente, pudesse admirar fotografias de países distantes, tendo a sensação de visão tridimensional.  Isso mesmo, imagens em 3d!

Um cosmorama
Um cosmorama

O segredo desse antigo 3d, estava em um cartão que trazia duas fotos que, quando vistas  no cosmorama, produziam no cérebro dos nossos tataravós uma terceira imagem tridimensional. Para quem nunca tinha visto uma fotografia na vida, aquilo era pura mágica!

Um sujeito que viu tais imagens descreveu a experiência mais ou menos assim: “Apesar de eu nunca ter visitado Roma, senti experiências genuínas de ter estado em Roma”.

Portanto, caro ouvinte, aquele televisor conectado a internet com imagens em 3d que você tanto almeja, começou a ser inventado há muito tempo.

Imagem para ser vista no cosmorama
Imagem para ser vista no cosmorama

Mais histórias do Cosmorama:

“Eu recentemente examinei uma série de cartões estereoscópicos de Roma, com mapa e livro e, apesar de nunca ter visitado Roma antes, não obstante, senti que eu assegurara experiências genuínas de ter estado em Roma, que eram tão ‘reais’ quanto as experiências obtidas em outros lugares nos quais eu estive.”
(Light on the Underwood Travel System 1905)
“…quando olhamos através das lentes do estereoscópio como se fossem uma tela transparente, e vemos os objetos reais, em tamanho natural [full-size]”
(1905 Light on the Underwood Travel System Londres/Nova Iorque: Underwood & Underwood, p.14)
“[As imagens estereoscópicas] dão fatos finais, é exatamente como olhar para uma cena real [actual scene], consegue-se a inspiração que uma vista real dá”
(1904 A Specimen Canvass , Londres/Nova Iorque: Underwood & Underwood, p. 34)
cosmo2
“Você notará que ele  [Prof. George Adam Smith] não as chama ‘fotografias’- elas são reproduções de seções reais  [actual sections] do país (…) Viajamos com nossa mente se realmente viajamos. Isto, então, dá o poder de viajar no sentido mais  verdadeiro do termo.
(1904 A Specimen Canvass , Londres/Nova Iorque: Underwood & Underwood, p. 6)
“…mas esta não é uma fotografia [picture] de forma nenhuma. (E aqui, se necessário, o vendedor deve cuidadosamente explicar que a fotografia  [picture], por sua própria definição, é uma reprodução de um objeto por meio de luzes e sombras em uma superfície plana, mas não há nada de superfície plana neste diagrama número 2 quando visto através da lente. É importante fazer com que a pessoa aprecie claramente esta distinção. Para a nossa mente elas são fios reais que poderíamos agarrar.”
(1904  A Specimen Canvass , Londres/Nova Iorque: Underwood &Underwood, p. 2)
em:
http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/62377156612339555923745929569164124112.pdf

Veja como o Cosmorama em ação:

Stereoscopic worlds from Chris Henschke on Vimeo.

Georgina de Albuquerque: a primeira impressionista

julho 15, 2015
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Como a artista plástica Georgina de Albuquerque saiu das sombras do ex- namorado famoso e tornou-se uma das precursoras da participação das mulheres nas artes plásticas do país

A taubateana Georgina de Albuquerque foi uma mulher à frente de seu tempo.

Considerada a introdutora do impressionismo no Brasil, Georgina nasceu em Taubaté, em 4 de fevereiro de 1885, e viveu em uma época em que a mulher não tinha o mesmo direito que o homem. Foi uma “mulher de República. Era sufragista e lutava pelo direito do voto da mulher”, descreveu seu neto João Lucilio de Albuquerque.

E como tal enfrentou muitas dificuldades ao longo de sua vida.

Retrato de Georgina de Albuquerque, pintado por Lucilio de Albuquerque. Acervo Museu do Estado do Rio de Janeiro
Retrato de Georgina de Albuquerque, pintado por Lucilio de Albuquerque. Acervo Museu do Estado do Rio de Janeiro

A primeira delas foi aos 17 anos quando teve que “confrontar” o diretor da Escola de Belas Artes, onde queria estudar.

“Ela tinha 17 anos quando pediu para um tio levar o primeiro quadro para ver se ela ia ser aceita na escola de Belas Artes. E o tio volta um mês depois dizendo, olha o seu quadro não foi aceito porque eles acharam que era bom demais para uma principiante e que isso deveria ser uma cópia. Ela volta para o Rio de Janeiro com o tio e consegue uma audiência com Henrique Bernadelli (diretor da instituição) e fala olha eu não sou copista, para provar isso eu vou pintar o seu retrato porque eu mereço entrar na escola de Belas Artes. E ela pintou o retrato dele e entrou na escola de Belas Artes”, conta Maria Beatriz de Albuquerque neta de Georgina.

Na Escola conheceu o artista Lucilio de Albuquerque, com quem viria a se casar e por quem abandonou o primeiro ano do Curso na instituição para se mudar para Europa, onde viveu por cinco anos.

Detalhe de retrato realizado por Georgina de Albuquerque em Paris, em 1906 (Acervo Pinacoteca do Estado)
Detalhe de retrato realizado por Georgina de Albuquerque em Paris, em 1906 (Acervo Pinacoteca do Estado)

No Velho Continente recebeu uma “segunda formação” e especializou-se no impressionismo, movimento artístico que preocupava-se com a luz e seus efeitos.

“Georgina entregou-se de corpo e alma à visualidade impressionista, que parecia atender nitidamente à sua sensibilidade como pintora e sua seleção de temas, que permitiam à ela trabalhar os efeitos de luz ao ar livre”, explica o livro Vozes Femininas.

Com dois filhos pequenos no período, nunca deixou de trabalhar.

“Freqüentei museus e procurei pintar, pintar muito, a todas as horas e a todos os instantes do dia. Nem mesmo quando meus dois filhos, Dante e Flamingo, eram pequenos, deixei um só dia de trabalhar. É o que faço sempre, constantemente, a todos os momentos”, contou a artista.**

Georgina de Albuquerque
Detalhe da obra “Na plantação de Café” (1930), de Georgina de Albuquerque. Acervo da Pinacoteca do Estado

Georgina foi “uma artista que soube negociar com as expectativas sociais que se tinha em cima da mulher artista. Que é ser competente, mas jamais negligenciar as funções maternais e as funções de esposa. Isso era uma estratégia importante de sobrevivência, de afirmação, da mulher no espaço público daquele momento” ressalta Ana Paula Simonete, do Instituto de Estudos Brasileiros.

Em 1922, já no Brasil, fez a primeira pintura histórica realizada por uma mulher no país: o quadro “Sessão do Conselho do Estado que decidiu a Independência” que hoje está no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.

Georgina de Albuquerque
Sessão do Conselho que decidiu a independência (1922), a mais importante obra de Georgina de Albuquerque – Acervo Arquivo Nacional

Trinta anos depois quebrou outra regra e tornou-se a primeira mulher a ser diretora da Escola de Belas Artes.

“Ela modernizou a escola. Foi a primeira mulher que contratou artistas modernos para dar aula na Escola”, ressalta João Lucílio.

O sucesso da artista, segundo o livro Vozes femininas, é resultado “da liberdade ao pintar, aliada a personalidade frágil, decidida e opinática, que fez com que Georgina de Albuquerque fugisse à condição usual de amadora imposta às mulheres as atividades artísticas no Brasil e ocupasse muitos cargos importantes ao longo de sua carreira, prefigurando um outro destino institucional para a mulher no terreno das artes plásticas brasileira.”

 

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* Depoimentos foram retirados do documentário Mulheres Luminosas

** Trecho retirado do site Enciclopédia Itaú Cultura

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Quer saber mais sobre a artista:

Assista aqui ao documentário Mulheres Luminosas produzido em 2012.

Ou leia o livro Vozes Feminina aqui

Veja também Histórias que a História conta sobre a artista

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O que disse a imprensa sobre Georgina de Albuquerque

“Georgina de Albuquerque, como o sabem todos aqueles que seguem o movimento pictorico do brazil, é uma das nossass mais applaudidas artistas da paleta. Pertence, integralmente, á actual e brilhante geração de pintores nacionaes, onde fulgem nomes de real e comprovado valor.” (Correio Paulistano, 10 de fevereiro de 1919)

“Mais de uma vez temos dito que a artista em questão representa o expoente maximo da representação feminina no ambiente artistico carioca.” (Illustração Brazileira, 1920)

“A paizagem, a figura, a marinha, o quadro de genero e o retrato não têm segredos para a pintora; o mesmo talento e a mesma emotividade, ella emprega em todos os generos. Colorista vigorosa, os seus quadros entoam canticos de luz. A sua côr perpetúa no espirito das creaturas um bem estar indizivel. […] A personalidade de Georgina, pelo seu valor, dispensava perfeitamente toda sorte de adjectivos e encomios. Ella representa, incontestavelmente, o expoente maximo, entre as mulheres que cultuam a Arte no Brazil. […] Georgina de Albuquerque é a primeira mulher brazileira que vê a sua obra adquirida pelo Estado, afim de figurar nas galerias da Escola.” (Illustração Brazileira, dezembro de 1920)

“Em Georgina, nós temos a gama de uma artista forte. Da sua obra irradiam o sentimento e o amor do Bello. É uma das poucas individualidades que reunem todos os requisitos para a formação de um caracter.” (Illustração Brazileira, maio de 1921)

 

Sobre a obra “Sessão do Conselho do Estado”

“Georgina de Albuquerque soube emprestar á scena toda a sua alma de artista, todo o seu talento privilegiado; a movimentação das personagens é segura; em todo o conjunto ha a preocupação do acerto e da justeza de toque.”(Illustração Brazileira, Dezembro de 1922)

 

Sobre exposição realizada na Galeria Jorge, no Rio de Janeiro em 1923

“A tela, quando exposta na galeria Jorge, foi alvo da critica honesta, merecendo referencias elogiosas, referencias merecidas por todos os motivos. A pequena tela, pois tem pouco mais de 40 centimetros, revela a feitura segura de um experimentado artista, dir-se-ia pintado por um homem, tal o vigor e a liverdade de pincelada.” (Illustração Brazileira, Novembro de 1923)

 

“Georgina de Albuquerque é uma creatura cuja alma adeja sempre de mãos dadas com a gloria; permanente é o seu extase deante da belleza pura, dahi a grande emoção vivente em todos os quadros que pinta.  […] Bem poucos são os artistas possuidores da operosidade de Georgina de Albuquerque; todos os salões de Bellas Artes encontram na pintora esteio forte capaz de erguel-os sempre á altura que merece ser collocado.”  (Illustração Brazileira, Setembro de 1925)

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1 Comment
    Mansur Lutfi says: Reply
    dezembro 23rd 2014, 2:08 pm

    Marcos Barbosa Vasques, você saberia me dizer se o Wilson Silva fez o 3º Científico em São Paulo? Na Escola Estadual Macedo Soares, rua Albuquerque Lins, Barra Funda. Tenho a lembrança de termos sido alunos da Ana Rosa Kucinski nessa escola. Ela era nossa prof. de Química em 1965. Os traços parecem bater: alto, bastante cabelo, calado.

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Notícias do dia

Abril Boletim Efemérides Uncategorized
by almanaqueurupes

15 de abril de…

abril 15, 2021
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1873   Lei municipal obriga os proprietários de prédios  e terrenos e na sua falta os inquilinos a caiar a frente do prédio ou muro e a calçar de pedras ou tijolos a frente de suas casas ou terrenos. (Gazeta de Taubaté de 10 de junho de 1883 pág. 4).

 

1879   Lei provincial n.º 49 confirma as divisas entre os municípios de Jambeiro e Caçapava.

 

1883   A Junta Revisora da Comarca de Taubaté publica  1.ª  relação  de nomes de cidadãos da paróquia de Taubaté obrigados ao serviço de paz e guerra, da cidade, do quarteirão do bairro do Barranco, do bairro do Areão, do bairro do Tremembé e do bairro do Una e Tetequera, ao todo 66 indivíduos. (Gazeta de Taubaté).

 

1883   O Sr. José Leandro inaugura linha de troles entre Taubaté e Tremembé cobrando 500 réis de ida e volta por pessoa. Sai de Tremembé às 6 h. da manhã e de Taubaté às 9 h. A hora de volta à tarde será combinada com os passageiros. O Sr. Teixeirinha está preparando animais e troles para uma outra linha. (Gazeta de Taubaté).

 

1883   A alfaiataria dos srs. Leonardo & Pinto da Rua Dr.  Falcão Filho contíguo ao Largo da Matriz se chama “Alfaiataria da União”. (Gazeta de Taubaté).

 

1886   Lei provincial n.º 46 transfere para o distrito de Campos Novos de Cunha a fazenda de Daniel Gomes dos Santos Pinho.

 

1888   Telegrama procedente da Corte noticia o falecimento ali da  progenitora do Dr. Mathias Guimarães, engenheiro radicado em Taubaté, onde se encarrega do levantamento cadastral da cidade e iria ocupar o cargo de delegado de polícia. (O Liberal Taubateense).

 

1895   Realizam-se em Taubaté eleições para preenchimento de duas vagas de senadores. As eleições começam às 10 h. e as vagas de senadores decorrem da eleição do Dr. Prudente José de Moraes Barros para a Presidência da República e a da nomeação do Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves para ministro da Fazenda. As eleições se realizam em 10 seções instaladas inclusive nos bairros e no distrito de Tremembé. Há 2.260 eleitores inscritos. Os Drs. Moraes Barros e Dr. Paulo Souza obtém 387 votos cada. (O Popular).

 

1895   Após a entrada da procissão de São Benedito quando grande número de pessoas permaneciam em frente da Igreja Matriz o cocheiro da empresa de carris urbanos puxados a burro tenta atravessar a multidão com um bonde sendo impedido e preso por um popular. Não é a primeira vez que tal fato ocorre. (O Popular).

 

1898   Morre, em Taubaté, seu insigne filho D. José Pereira da Silva Barros, Arcebispo de Darnis, fundador do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho e do Externato São José. Era filho do Cap. Jacinto Pereira da Silva Barros e de D. Anna Joaquina de Alvarenga, tendo nascido em Taubaté a 24 de novembro de 1835. Fez os seus primeiros estudos no Liceu que então funcionava no Convento de Santa Clara e depois fez seus estudos eclesiásticos em São Paulo. Foi vigário de Taubaté por 19 anos. Reformou a nossa Matriz. Foi de grande abnegação durante a epidemia de varíola de 1873 a 1874 que assolou Taubaté, quando lhe ocorreu a idéia de fundar o Hospital Santa Isabel. Foi bispo de Olinda e do Rio de Janeiro e Deputado Provincial. (A Folha de 17/04/1932).

 

1900   O Grupo Particular Filhos de Talma realiza no Teatro São João um espetáculo em benefício das obras do prédio da sede da Associação Artística e Literária. (Jornal de Taubaté).

 

1901   Às 8 h. na Igreja Matriz celebram-se missas pelo 3.º ano de falecimento de Dom José Pereira de Barros e pelo 1.º ano do capitão Francisco Lopes Malta. (Jornal de Taubaté).

 

1903   Morre, em Taubaté, o Sr. Francisco Soares Barbosa, casado com  D.  Maria  Soares  de  Oliveira. (Jornal de Taubaté 14 – missa 2.º aniversário).

 

1906   Realizam-se, em Taubaté, solene Te-Deum e manifestação de júbilo em homenagem ao vigário da paróquia Côn. Antônio do Nascimento Castro por ter sido agraciado por S.S. Papa Pio X, a 19 de fevereiro último com o título de Monsenhor Prelado Doméstico. No Te-Deum toca a banda Philarmônica Taubateense, na passeata cívica a banda João do Carmo, ambas de Taubaté e na residência do homenageado a banda Dr. Antônio Maria, de Tremembé, cedida pelo c.el Antônio Monteiro Patto. (O Norte).

 

1909   Lei municipal n.º 126, em virtude de ter sido a água que abastece a cidade declarada impotável e conter grande quantidade de amônia conforme exame feito a pedido do Prefeito Dr. Gastão Aldano Vaz Lobo da Câmara Leal pelo Laboratório de Análises Químicas do Estado, é declarado de utilidade pública e decretada a desapropriação do serviço de abastecimento de água de Taubaté que vinha sendo feito pela Companhia Norte Paulista desde… (O Norte).

 

1910   Por motivo da passagem do 12.º aniversário da morte do ilustre taubateano D. José Pereira da Silva Barros, arcebispo de Darnis, 1.º depois da criação da diocese de Taubaté, realizam-se na Catedral solenes exéquias pelo sufrágio de sua alma oficiadas pelo nosso 1.º bispo D. Epaminondas Nunes D’Ávila e Silva. (O Norte).

 

1914   Noticia-se, em Taubaté, que o Dr. Oswaldo Cruz que durante muito tempo foi diretor da Saúde Pública no Rio de Janeiro acaba de ser agraciado com a Cruz da Legião de Honra. (O Norte).

 

1914   Circula o boato de que surgirá brevemente em Taubaté outro jornal de nome “O Paulista” à frente do qual estará o Prof. Bernardino Querido, colaborando Floriano de Lemos, Dr. Carlos Varella, Coelho Neto, Álvaro Guerra, Antônio Miranda e outros. (O Norte).

 

1914   Nas cerimônias da semana santa serviu a corporação musical João do Carmo, sob a regência do maestro Prof. Francisco Monteiro de Camargo. (O Norte).

 

1914   A firma Ramos & C.ia da Rua Duque de Caxias, 34, em Taubaté, compromete-se a entregar diariariamente garrafões de água de Quiririm mediante assinatura mensal a 3$000 o garrafão ou dois por 5$. Na mesma rua n.º 78 o empório Saraiva vende água de Cambuquira a $600 a garrafa para evitar os males do estômago. (O Norte)

 

1927   O Dr. Pedro Luiz de Oliveira Costa e a Ex.ma Sr.a D. Maria Eudóxia de Castilho Costa comemoram as suas bodas de prata matrimoniais mandando celebrar, a 19, missa em ação de graças. (Norte).

 

1932    Instala-se, em Taubaté, solenemente, o Ginásio Estadual, sob a Direção Prof. Major Acácio G. de Paula Ferreira. Constituem o seu 1.º corpo docente os professores: Cesídio Ambrogi, Joaquim Manoel Moreira, Dr. Jayme Pereira Vianna, Dr. Urbano Pereira, Dr. Pedro Barbosa Pereira, Emílio Simonetti, Clóvis Gomes Winther, Zita Conceição Rabello e maestro Fêgo Camargo. A secretaria estava a cargo do Sr. Cícero Azevedo sendo escriturária D. Carmosina Monteiro. Presente o Prefeito Municipal major João Cândido Zanani de Assis, proferiu a aula inaugural o Dr. Pedro Barbosa Pereira. (A Folha).

 

1949   Com a Catedral em reformas, a Semana Santa  é  realizada  no  Santuário de Santa Teresinha. Hoje é sexta-feira santa. (Taubaté Jornal).

____

Extraído das Efemérides Taubateanas, de José Cláudio Alves da Silva. Acervo Maria Morgado de Abreu

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