Há 72 anos, Taubaté inaugurava o obelisco em homenagem ao centenário da Elevação de Taubaté à condição de Cidade
Texto de Antonio Mello Junior, publicado no livro “Taubaté e seus monumentos”, escrito em 1979.
Abrindo as festividades de 5 de fevereiro de 1942 o Sr. Dr. Antônio de Oliveira Costa, Prefeito Municipal, inaugurou na praça Campos Sales o obelisco em granito picolado comemorativo da elevação de Taubaté a categoria de cidade.
Em seu discurso o governador analisou a posição de Taubaté no apssado, a participação no ciclo das bandeiras, a projeção na vida econômica do Estado como município produtor de café, cana de açúcar e cereais para ressaltar a cidade industrial de 1942, então dianteira no Vale; ai término, confiou o monumento ao público. Três placas de bronze completavam o conjunto; na primeira a inscrição:
“No 1º centenário da elevação de Taubaté a categoria de cidade o Governo Municipal por seu Prefeito Dr. Antônio de Oliveira Costa, mandou erigir este monumento. Afirmação de fé nos destinos desta terra. 1842 – 5 de fevereiro de 1942”.
Em nome do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e do seu presidente Dr. Torres de Oliveira, falou o Dr. Felix Guisard Filho ao entregar a placa oferecida pelo sodalício. Trazia estes dizeres:
“Comemorando a efeméride centenária e fausta de 5 de fevereiro de 1842 em que foros de cidade recebeu Taubaté, recorda o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo os dias quinhentistas da taba grande dos guaianazes e a fundação seisentista de Jacques Felix a 5 de dezembro de 1650, berço de sertanistas gloriosos e de reveladores do ouro brasileiro, fervorosa comparticípite de todos os grandes movimentos nacionais – 5 de fevereiro de 1942”.
Também a Associação Paulista de Imprensa esteve presente. O seu presidente – O taubateano Dr. Pedro Cunha, foi o último orador ao ofertar a placa onde seu grêmio inscreveu:
“ A Taubaté no primeiro centenário de sua elevação à categoria de cidade à Associação Paulista de Imprensa”.
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Agnaldo Teixeira Pinto, taubateano de bom quilate e enternecido apaixonado pela suia terra lamentava, pela “A Tribuna” de 30 de dezembro de 1976, o desaparecimento da placa ofertada pelo Instituto Histórico. Do seu artigo extraímos:
“Foi com certa tristeza que constatamos o desaparecimento de uma das placas existentes no Monumento histórico localizado na Praça Campos Sales, mais conhecida por Largo do Mercado, comemorativa do 1º Centenário da elevação de Taubaté à categoria de cidade. A placa (…) registrava a significativa homenagem do Instituto Geográfico de São Paulo, à terra fundada por Jacques Felix, ao ensejo de tão expressiva efeméride”.
Adiante lembrou as providências por ele tomadas junto a vereadores e a prefeitura procurando obter a construção de um parapeito protetor, todavia, embora as reiteradas promessas “tudo não passou de um simples serviço de limpeza, de modificações no piso que circunda o monumento”. Depos de oportunas considerações sobre o uso indevido do pedestal como depósito permanente de caixas vazias dos feirantes ou servir como banco aos desocupados, assim se expressou:
“Para o futuro perguntamos: – o que restará daquele monumento que deve ser preservado, se não houver uma providência? A colocação de uma nova placa para substituir aquela que desapareceu, parece-nos medida que se impõe, para que se não comprometa o bom nome de uma cidade civilizada. Por outro lado, voltamos a insistir na colocação de um gradil de proteção no local, o que, evidentemente virá dificultara ação dos que insistem em desrespeirar aquele monumento de alta significação histórica”.
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Decorridos dois anos a situação foi modificada… para pior. Pelo requerimento nº726 de abril de 1978, o vereador Vicente Fonseca Lima ao reclamar providências do Executivo, dizia:
“… mais se agrava a situação; o piso de um abrigo de ônibus circulares, construído nas imediações, fez ligação com a calçada de ladrilhos do pedestal daquele monumento, como se ele na representasse na história do município”.
O pedestal continua em uso como banco pelos desocupados; também este aspecto mereceu as críticas do combativo e operoso edil:
“…os degraus da escada do pedestal daquele monumento vem servindo de banco para as pessoas que ali se reúnem, destruindo, portanto, a alta finalidade para a qual foi erigido”.
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E, infelizmente, até agora nada foi feito…
Antonio Mello Junior
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1 Comment
Até que na fotografia o Monumento está visível porque no dia a dia vira lixeira. É só passar lá e conferir.