Turma da Mata – Muralha

 Turma da Mata – Muralha

Por Alexandre Siqueira

 

Sempre que é anunciado um novo volume da coleção Graphic MSP surge aquela expectativa e curiosidade sobre que tipo de abordagem será dada a personagens que estão presentes há tanto tempo em nossas vidas, sempre com aquele visual “bonitinho e fofinho” da nossa infância.

A Turma Da Mata talvez seja o grupo de personagens menos conhecidos de Mauricio de Sousa, entre eles estão o Rei Leônino, Raposão, Coelho Caolho, Rita Najura e Jotalhão, o elefante verde e garoto propaganda do extrato de tomate. Mauricio de Sousa diz que a Turma da Mata era sua forma de fazer críticas ao governo militar das décadas de 60 e 70. Sidney Gusman, idealizador do projeto, deixa bem claro que os escritores e desenhistas convidados devem manter a essência e características básicas dos personagens, ou seja, a Magali tem que ser comilona, o Cebolinha trocar o R pelo L, e por ai vai. As GMSP que saíram até agora apresentavam personagem conhecidos pela maioria das pessoas: Piteco, Chico Bento, A Turma da Mônica que, por mais que recebessem uma nova abordagem, não precisavam sofrer grandes mudanças e, por isso, quando apareceram as primeiras imagens da graphic da Turma da Mata, a expectativa cresceu.

Turma Da Mata – Muralha é a terceira Graphic MSP de 2015 e já está em todas as bancas e livrarias do país com as suas já tradicionais versões em capa dura e cartonada. Na história, o Rei Leônino, após descobrir o Calerium, um metal que serve como combustível para aeronaves, enriquece vendendo o novo combustível a reinos vizinhos e passa a escravizar a população da mata, que é obrigada a trabalhar nas minas de Calerium, mas os rebeldes da Turma Da Mata formam uma resistência para enfrentar o tirano.

A história, escrita por Artur Fujita, é muito boa, mas com altos e baixos. As primeiras seis páginas são um prólogo, mas isso não é claro, o que deixa o leitor meio perdido. Os dois flashback poderiam muito bem estar juntos no começo da trama facilitando o entendimento do que vem pela frente. As setenta e quatro páginas parecem poucas pela qualidade e potencial da história, deixando a sensação da trama ser acelerada pra poder caber no formato. Esse talvez seja o maior problema de Muralha, são muitos personagens e a maioria deles são pouco desenvolvidos, ficando praticamente tudo girando em torno de Jotalhão, Rita Najura e Coelho Caolho. Quem sabe, mais pra frente, poderemos ter uma continuação ou uma mini série onde Raposão e Tarugo possam aparecer mais e mostrar todo seu potencial. Os desenhos são do Roger Cruz (só vou dizer que ele foi o primeiro brazuca a desenhar pra Marvel, ok) e são sensacionais, com certeza o ponto alto da graphic, junto com as belas cores do Davi Calil.

Mesmo com esses probleminhas Turma da Mata Muralha é muito boa. Passa a tradicional mensagem existente em todas as Graphics MSP e mantem a essência dos clássicos personagens criados por Mauricio de Sousa. A diferença é que eles não são “bonitinhos e fofinhos”, mas guerreiros que lutam pela justiça e não devem nada aos super grupos americanos.

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Alex Siqueira

Alex Siqueira assistiu a estréia de Star Wars, ficou mais chocado com o final de “A Ira de Khan” de que com a eliminação do Brasil na Copa de 82, achou que o Telejogo era ficção científica e desconfia das intenções dos executivos da Marvel.

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