Tragédia Fantástica
Texto de Alexandre Siqueira
Eu sou daqueles que hoje em dia se convencionou chamar de Old School, afinal, acompanho esses maravilhosos personagens de quadrinhos há bastante tempo, mais tempo do que muitos garotos não tem de vida.
Não sou fã do universo Marvel Ultimate, mas entendo que alguns conceitos de origens de personagens precisavam ser revistos. A editora vinha perdendo público, e conquistar os jovens do novo milênio era fundamental e, de certa forma, eles conseguiram. Mas, em se tratando de cinema e Quarteto Fantástico – não importa a versão -, suas aventuras nas telonas são fraquíssimas.
Quarteto Fantástico (Fantastic Four 2015), desde o inicio de sua produção, dava impressão de que seria uma barca furada. Os boatos de problemas durante toda a produção do filme permearam a internet. A convocação do elenco para refilmagens deixaram os fãs cabreiros e, pelo jeito, os temores eram justificáveis.
O filme até começa bem, é totalmente baseado na versão ultimate do QF. Reed Richards (Miles Teller), gênio adolescente, Bem Grimm (Jamie Bell), o Coisa (que finalmente parece um monstro e não aquela borracha amassada da versão anterior) e os irmãos Susan (Kate Mara) e Johnny Storm (Michael B. Jordan), encarnam bem seus personagens, mas o filme não decola nunca! O tempo vai passando e a cadeira do cinema parece que vai ficando cada vez mais dura. Os personagens são superficiais demais e pouco trabalhados, os efeitos especiais não são grande coisa e, por mais de uma hora e meia, o filme se arrasta até que, de repente, tudo começa a acontecer e se resolve em vinte minutos. Os personagens se unem, começam a trabalhar como uma equipe com estratégia e o mundo é salvo, simples e rápido assim.
Victor Von Doom sempre foi e será o maior vilão do Quarteto Fantástico e da Marvel. O cara é um Deus. Ops.. spoiler de uma saga… Mas aqui ele é apenas um moleque mala, invejoso que é chamado pra ajudar Reed Richards. Isso o deixa bravinho e, para completar, ele é apaixonado por Sue Storm. Essas são as motivações mais patéticas pra Von Doom se tornar o vilão do filme. Antes fosse o clássico “Vou dominar o mundo e ser seu imperador”, mas nem isso…
Foram preciso três roteiristas, Simon Kinberg, Josh Trank, que também é o diretor do filme e Jeremy Slater pra escrever esse quarteto que não tem nada de fantástico. Não importa se a versão é clássica ou ultimate, o primeiro grupo da Casa das Ideias não consegue emplacar no cinema, infelizmente.
Veja aqui o trailer do filme (com participação de Deadpool)
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Alex Siqueira assistiu a estréia de Star Wars, ficou mais chocado com o final de “A Ira de Khan” de que com a eliminação do Brasil na Copa de 82, achou que o Telejogo era ficção científica e desconfia das intenções dos executivos da Marvel.
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