Pedro Melo para Lobato
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São José dos Campos, 01 de Abril de 2019.
Monteiro Lobato,
Ressuscitar? Eu não li isso. Ainda que literariamente, como escreveu, já vou lhe adiantando. Homem! Você não morre nunca. Tenho plena convicção de que suas palavras uma vez que escritas, irão permanecer, por muito tempo. Saiba disso.
Incrível essa inquietude, meu caro. Aliás, já vou logo pedindo desculpas pelo português, que obviamente não vai parecer dos mais adequados, mas é que os tempos são outros. Essa sua carta que recebi, veio de outrora. E como gostaria de poder escrever outrora, grato pelo oportunidade.
Outra coisa, que bom foi poder observar caracteres de uma máquina de escrever, presente na minha infância, sinto saudades de ver meu avô escrevendo e de ouvir o barulho de cada teclada ecoando pelo casarão. Lembro que já até tentei arriscar escrever numa dessas máquinas, mas o aparelho antigo foi novidade pra mim. Que venha literatura, que venha jornalismo e tudo isso misturado. Você sabe bem como fazer isso.
Outra coisa, saiba que essa passagem pelos Estados Unidos me lembra muito da passagem que fiz pela Inglaterra, guardadas proporções. Te explico.
As generalidades desses povos e os estilos, o modo de se viver desses estrangeiros, impressiona e causa estranheza mesmo.
Está bem acompanhado de autores e referências musicais que gosto, mas de fato são muito diferentes do que chamamos de música no Brasil, aliás esse nosso país mudou muito…hoje anda até um tanto parecido demais com esse país, mas no tempo atual mesmo.
E quem é que não pensou um dia, no tamanho desse mundo…mas ao mesmo tempo sabendo da importância desse nosso lugar. Esse Vale, vale! Me entende?
Talvez fique claro ao ouvir jazz, mas sem se esquecer dos ritmos do lado de cá. Até poderia transcrever um sucesso daqui, mas o que chamam de música gira em torno de um nome de um garota, que poderia ser namorada, enfim…Jennifer o nome
dela. O Brasil não anda por fora, o Brasil se faz de um país um tanto por fora, como se fosse fácil se perder e se encontrar na desgraça, e em pouquíssimos momentos de alegria. Infelizmente!
Você e as crianças, eu e as crianças. Concordamos em concordar nesse ponto, para tudo. Eu é que já estou imaginando coisas, e quantas virão.
Escrevo daqui do presente, mas sabendo de coisas que ainda acontecerão do tempo em que me escreve. Até me vejo falando formalmente demais, o que não é errado…um tanto fora do comum, até porque ninguém escreve mais, tudo é falado,
gravado e enviado. Faz sentido, mas sem fazer o menor sentido sabe…afasta as pessoas, enfim…renderia textos e mais textos sobre, acredite!
E jamais duvido do que me falam das terras da América aí de cima. Não se pode duvidar, pois eles sonham demasiadamente, para bem e para o mal. Verdade!
Adeus? Não te diria, pois como disse…você não morre nunca.
Do teu leitor e admirador,
Pedro Melo
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