Os colonos italianos
Texto de Oswaldo Barbosa Guisard
Teve extraordinária importância para Taubaté a parte da corrente imigratória da península que veio se localizarem nosso Município.
Já vimos que Taubaté, tinha sua vida haurida no solo e produzia por quase toda a sua extensão, visto que a agricultura, era no começo do século o sangue arterial taubateano. Incipiente sua indústria, contava apenas com a Companhia Taubaté Industrial, sua usina produtora do gás de xisto, e as unidades pequenas comuns da indústria como padarias, carvoarias, fábricas de sabão, seleiros, oficinas de concertos de carroças, troles, ferradores, tipografias, serralherias, alambiques, olarias, etc.
Com a chegada de imigrantes italianos, que em grande número foram localizadosem nosso Município, uma nova era abriu-se para a lavoura de Taubaté e da região. Colônia do Quiririm há uns cinco quilômetros da sede, da cidade, formada em sua quase totalidade por da Pátria de Dante, trouxe notável impulso para a lavoura local. Chegamos a liderar a produção de arroz no Estado, apesar do castigo periodicamente imposto aos nossos lavradores com as penosas enchentes do rio Paraíba.
Reinaldo Gadiolo, Vera Naldi Gadioli, Vitorinho Gadioli, Dante Zanini, Leila Naldi, Dayse Zanini, Nilo Indiani e Nene Naldi Indiani (Reprodução de Luciano Dinamarco)
E mercê de sua importância, de seu magnífico esforço e produtividade, a colônia italiana assumiu destacada posição no conceito social taubateano.
Na sociedade e no comércio local ingressaram muitos súditos italianos, sendo que ainda hoje, numeroso grupo de descendentes de filhos da península itálica constituem elementos da nossa melhor representação assim contribuindo decisivamente para o progresso da terra bandeirante.
Dos lançamentos de impostos para o exercício de 1900, anotamos vários nomes para ilustrar nossa afirmação: Joaquim Silvi, Cesar Silvi, João Lombardo, Daniel Agostini, Vicenzo Zicardi, Antonio Scachetti, Caetano Forcato, Gigli & Irmão, Pascoal Lunghi, Roque Olio, José Lotufo, Hugo Paolicchi, Rosalbino Santoro, Angelo Morelli, Antonio Penzo, Frederico Levriero, Caetano Jovino, Aldo Bartalini, Benjamim Negrini, Sangermano, Mafetano, Giuseppe rumo, Canela Giovanni, Balthazar Bonvecchio, Agostinho Vanelli, Pascoal Zotto, Hermínio Fabretti, Francisco Biasi.
As publicações oficiais e muitas referentes a fatos da colônia italiana eram publicadas em italiano, nos jornais de Taubaté, das quais segue um exemplo.
“Ala ColôniaItalianadi Taubaté. Somamente grato pela dimonstrazione di simpatia e estima ricevuta dagli italiani intervenuti nella sessione indetta dalla Societá di M. S. Principe di Napoli, il giorno 28 sula, mi pregio dichiarare, nel mentre rinovo i mei sentiti reingraziamenti, che non posso accetare carica nessuna, non permetendo mio interesse particular.
(a) Angelo Morelli”.
Foi por ocasião da famosa questão do “Protocolo” e a conduta da Colonia Italiana de Taubaté, foi exemplar.
[box style=’info’] Oswaldo Barbosa Guisard (1903-1982)
Foi executivo da CTI, vereador e presidente da Câmara. Idealista, participou do grupo fundador da Semana Monteiro Lobato e por 30 anos foi seu principal divulgador, mantendo acesa a sua chama original. Batalhou com perseverança pela preservação e tombamento da Chácara do Visconde, local onde nasceu Monteiro Lobato. Sua fabulosa memória o levou a escrever o livro “Taubaté no aflorar do século, uma grande obra. [/box]
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