Livros e livres

 Livros e livres

Ainda não li o livro do Hortinho sobre o Esporte Clube Taubaté, e nem vou precisar fazê-lo para concluir sem sombra de nenhuma dúvida que o livro é simplesmente ótimo. E também não vou precisar conhecer detalhes da obra literária do Sebe para afirmar, sem nenhum pestanejar, que ele é um escritor de texto belo e conteúdo curativo.

E o livro do Mario Celso contando a história do futebol de salão do TCC nos anos sessenta, com certeza só não poderá ser mais belo que o talento do autor que a moçada chamava de Marta Rocha.

Os livros do Sr. Emilio Amadei Bheringhs contando momentos vividos por ele dentro da sociedade, onde seu papel era seguir pelos ares através das ondas sonoras da sua rádio, mostra como era a escrita dos homens do interior naquele momento de um Brasil envolvido com Brasília, Copa do Mundo, Misses, etc.

Fragmento da capa do livro Conversando com a Saudade, de Emílio Amadei Beringhs
Fragmento da capa do livro Conversando com a Saudade, de Emílio Amadei Beringhs

Quem, como eu, leu o livro que a saudosa professora Maria Morgado escreveu contando como era a vida na fazenda nos tempos em que não havia energia elétrica, percebe que a escrita em si é apenas um veículo no qual as pessoas levam para o futuro suas histórias.

Livros são essenciais, no formato que for. Do papel ao “aipede”, o que podemos concluir é que sem livro não há vida. O conteúdo de um livro é a própria alma humana na sua eterna saga de se aperfeiçoar.

Por isso, deveria existir uma lei mundial obrigando todo sujeito a ser um leitor. Com certeza, os males seriam menores e a felicidade algo mais fácil de se conquistar.

Capa da primeira edição estrangeira do livro "Protocolos dos Sábios de Sião"
Capa da primeira edição estrangeira do livro “Protocolos dos Sábios de Sião”

Mas é bom lembrar que os livros, por serem poderosos, precisam da qualidade humana. Conheço algumas edições horrorosamente perniciosas. São livros que ensinam maldades. Cito, como exemplo, “Protocolo dos Sábios do Sião” que de tão cruel e indecente surge às vezes no mercado sem nenhum sinal de suas origens. Nem autor, nem editora, nem gráfica… nada!

Quando alguns ditadores resolvem promover uma afirmação de poder, queimam os livros em hediondas fogueiras. Não há nada mais infame do que essas aberrações. E o que é pior, por nunca terem lido um livro, muitos se sentem mais seguros ao vê-los incinerados e transformados em cinzas.

Quantos escritores foram e são perseguidos ao longo da história por causa de seus textos. Recentemente, um autor italiano teve que sumir de circulação porque escreveu sobre a máfia e outro porque escreveu coisas que desagradaram a crença de outros povos.

Quando vejo pessoas que não conseguem se enquadrar dentro dos níveis básicos da civilização, digo que lhes faltaram livros. Uma nação se faz com homens e livros, assim falou Lobato, nosso irmão.  Os livros do ilustre taubateano fazem parte da base cultural de qualquer cidadão brasileiro disposto a investir na qualidade de sua formação intelectual.

Deveríamos construir um monumento ao livro convocando as futuras futuras gerações para que não passem pela vida sem saborear o doce prazer do conhecimento.

Livros e Livres, por um mundo mais gostoso!

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Texto publicado originalmente na edição 569 do Jornal Contato.

 

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