Invasão dos heróis nas telonas
Por Alexandre Siqueira
Salve pessoas !!
O filme Birdman ( A Inesperada Virtude da Ignorância) conta a história de um ator que teve a carreira marcada por interpretar um super-heroi e que agora tenta a sorte em uma peça de teatro e acaba sendo ridicularizado por tentar se desvincular da imagem da personagem que interpretou, como se isso o tornasse menos talentoso.
Os críticos acham que ele é só músculos e nenhum talento, mas as pessoas na rua o reconhecem e pedem para tirar fotos por causa de Birdman e nem conhecem o ator de teatro talentoso que está ao seu lado. Ironia do destino?
O fato é que hollywood foi tomada de assalto e se rendeu aos personagens de quadrinhos. Ninguém faz o saldo bancário dos estúdios crescerem mais do que os encapuzados vestindo roupas coloridas e colantes. O gênero se tornou um dos mais lucrativos, emplacando o terceiro lugar entre os filme mais rentáveis da história (Vingadores, 2012) além da maior bilheteria de 2014 (Guardiões da Galáxia) e de 2008 (Batman – O Cavaleiro das Trevas) e de 2007 (Homem – Aranha 3). Até 2020 serão pelo menos mais 27 filmes! O anuncio de tantas produções em um período de cinco anos pode ser arriscado demais. Se um destes filmes fracassar todos os planos podem mudar, cortes em gastos podem ser feitos e muitos deles ficarem pelo caminho.
Mas voltando ao começo do texto e o motivo dessa coluna, o que me pergunto é: Pode alguém ser menos ou mais ator pelo personagem que interpreta? Robert Downey Jr., tremendo ator, fez Chaplin (1992) no cinema e vivia quase no ostracismo fazendo filmes de menor expressão, além de ser considerado ator problema até aceitar fazer o papel de Tony Stark em Homem de Ferro (2008). Encarnou o personagem com perfeição ou é talento mesmo? Vai saber… fato é que teve sua carreira retomada e é dos mais bem pagos da atualidade.
Posso dar outro exemplo: Heath Ledger com seu Coringa assustador em Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008), tão perfeito que todo mundo sabe o que aconteceu logo depois…
Boas atuações estão somente em “filmes cabeça” que façam as pessoas chorarem ou nos filmes que só levam um “grupo seleto” de pessoas a assistir ?
A verdade é que isso é inveja, pois os heróis chegaram às telonas pra ficar e dominar o mercado, os filmes que fazem as pessoas chorar e refletir continuarão sim a existir (ainda bem), mas por favor não coloquem a culpa da ganância dos estúdios nos super–heróis, nós levamos muito tempo pra conseguir vê-los nas telonas com a dignidade que merecem.
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Alex Siqueira assistiu a estréia de Star Wars, ficou mais chocado com o final de “A Ira de Khan” de que com a eliminação do Brasil na Copa de 82, achou que o Telejogo era ficção científica e desconfia das intenções. [/colored_box]