Décio Carvalho – Multi-artista

 Décio Carvalho – Multi-artista

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Almanaque Urupês: Como você define cultura?

Décio Carvalho: Objetivamente, penso Cultura como uma ferramenta de mediação. Ora com o meio, ora com outro indivíduo. Assim, em todo lugar há cultura e todos utilizam-se da cultura. Classificá-la entre popular,erudita,pop,de massa, mainstream, underground, alternativa ou simplesmente boa ou má exige um enorme trabalho teórico que nem todos (inclusive educadores e artistas) estão dispostos a discutir. Não é um caso só brasileiro.

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AU: Existe política publica cultural em Taubaté?

Décio Carvalho: Em Taubaté existem ações culturais e não política cultural, que exige projeto de longo prazo, envolvimento de várias áreas, desde orçamento até Educação. Afinal política cultural têm que abranger a população e não só necessariamente  uma elite que neste sentido tem mais acesso a bens culturais tradicionais.

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AU: Em qual estágio de desenvolvimento está a produção de arte popular em Taubaté?

 

Décio Carvalho: Taubaté é reconhecida como um dos maiores centros de cultura popular do país. Ainda que imersa em uma das regioes mais industrializadas do país. O que há de autêntico nisto e qual o grau de responsabilidade do Estado, merece uma grande reflexão. É fato que regiões mais pobres dependem mais do Turismo, onde a cultura popular gera mais renda. Possivelmente, um dia todos estarão fazendo a cultura popular como um hobby, como é o Palio na Itália, ou ainda o tratamento que será dado como um conteúdo escolar o que já acontece em certa medida e que não desaprovo, pois, afinal, tudo que passa a ser sistematizado passa a ser erudito e legitimado.
AU: Na sua avaliação, em nosso município, qual seria o modelo de política cultural mais adequada para desenvolver a produção relacionada a arte popular?

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Décio Carvalho: Taubaté têm uma grande história com a cultura erudita através de suas instituições, mas na cultura popular sempre se manteve atrelada a eventos sem um trabalho educativo. Temos escolas de tempo integral, mas elas nunca foram contempladas com a cultura popular como estudo dirigido. Sobram as quadrilhas e festividades do mês do Folclore, de iniciativas isoladas de alguns corajosos professores. Assim, penso que um trabalhado sistematizado só pode vir do trabalho conjunto das secretárias de Educação e a da Cultura. Pode parecer contraditório ensinar Cultura Popular na escola, mas não vejo outro caminho. Estamos carentes da transmissão do saber através da família. Acredito que a questão envolve a gestão publica na medida que coloca cultura e turismo na mesma secretaria. Turismo tem natureza comercial. Como pedagogo, prefiro cultura associada à educação no modelo de Anízio Teixeira.

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Mais sobre Décio Carvalho

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