Dantes, era assim…
Veja as outras partes desse artigo:
I – As breganhas de relógios de Taubaté
II – Breganha: um pouco da história da palavra
No adro da matriz, todas as noites a breganha agrupava os interessados. E como se travavam diálogos e disputas onde a graça, a vivacidade, a cavilação repontavam na luta paciente e tenaz dos breganhistas, numerosos assistentes- os “sapos”, ali se entretinham até o desfecho.
Domingo, sim, era no Mercado. Começava pela manhãa, desenrolando-se até a hora do almoço, no Barracão, nas “casinhas” da joana, famosa e insigne cosinheira.
Onde é hoje o edifício das feiras, erguia-se o Barracão em suas taipas de alcaçova, com o pátio central, de chafariz esguichando, aberto mas protegido por uma rede ao invés do telhado – “p’rá-mór-de os côrvo nú cumê as carne do-zaçogue”.
As quitandas entulhavam tudo e se espalhavam ao redor, tal qual hoje.
Muita breganha amarrada pela manhã, vinha desatar-se a noite sob o lampião do adro da igreja.
Continua…
GENTIL EUGÊNIO DE CAMARGO LEITE -1900-1983
Mestre de latim, Português, história da civilização, francês e sociologia. Lecionou em Taubaté e Catanduva, a várias gerações, cuja inteligência e personalidade aprimorou. No magistério prestou serviços como diretor e inspetor de ensino.
Laureado jornalista, folclorista e pesquisador das nossas histórias e tradições, usos e costumes, foi um dos fundadores da “Sociedade de História e Folclore de Taubaté”, também ingressando em diversas instituições folclóricas do Brasil. Firmou também parceria com o músico taubateano Fêgo Camargo compondo várias obras ainda hoje conhecidas. Seu nome é citado em importantes dicionários de autores nacionais.
Admirado por Monteiro Lobato, em discurso proferido no Rotary Club de Taubaté, em 15/09/52, sobre o cinqüentenário dos Sertões, apresentou a idéia de instituir a “Semana Monteiro Lobato”.
A obra de Gentil de Camargo, esparsa em jornais e revistas foi reunida pela primeira vez no livro “Poesia e Prosa”.
(Fonte: Taubaté: de Núcleo irradiador de bandeirismo a centro industrial e universitário do Vale do Paraíba, de Maria Morgado de Abreu)
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