CCXP Uma Aventura para Super Heróis
(imagem: entretenimento.uol.com.br)
Texto de Alexandre Siqueira
No último domingo encerrou a segunda edição da Comic Com Experience (CCXP), o maior evento de cultura pop da América Latina.
Foram 55 mil metros quadrados de expositores, área de alimentação e auditório, o que deixou o evento 41% maior que sua primeira edição.
Cerca de 142 mil pessoas (46% a mais que 2014) visitaram a CCXP nos quatro dias do evento. Os organizadores esperavam 120 mil.
Esses números consolidam o evento pro futuro, mas com tanta gente junta os problemas também ficaram mais visíveis, e conseguir um mísero autógrafo se tornou uma aventura digna do Quarteto Fantástico quando enfrenta Galactus ou o Dr. Destino.
O primeiro grande desafio foi se livrar dos vendedores de assinaturas de revista que ficavam na entrada do evento, onde os ônibus estacionavam. Era preciso driblá-los ou quase passar por cima deles pra pode chegar nas filas de entrada, que por sua vez eram bem organizadas e estavam em local coberto.
A segunda grande aventura era chegar ao pavilhão de exposições. A São Paulo Expo está passando por uma grande ampliação e modernização de seu espaço e por isso as catracas de entrada ficaram muito longe do pavilhão, caminhava-se cerca de setecentos metros até a entrada definitiva do evento e era preciso muito cuidado nesse trajeto, pois o chão de terra estava coberto por placas encaixadas umas nas outras, que muitas vezes levantavam por causa da irregularidade do piso. Vi muitas pessoas tropeçarem e quase caírem por esse motivo, mas nada que desanimasse os intrépidos heróis
A maioria do stands foram decepcionantes, se comparados a 2014. A Marvel trouxe as mesmas réplicas do Homem de Ferro e Capitão América do ano passado pra divulgar Guerra Civil . A Warner caprichou um pouquinho mais trazendo os figurinos de Arrow e Batman vs Superman – A Origem da Justiça. Nada comparáveis ao Batmóvel da série de tv e a Mistery Machinel do desenho Scooby Doo de 2014.
Parece que a crise que assola o país fez com que os estúdios economizassem e preparassem apenas banners e um pequeno espaço pra fotografia pra quem tivesse paciência pra enfrentar as enormes filas.
Fila aliás era a palavra chave do evento, elas estavam em todos os lugares, as maiores e mais disputadas claro, eram as do auditório para assistir aos painéis e entrevistas com os convidados.
Os mais fanáticos chegaram ao local do evento às dez horas da noite, doze horas antes da abertura do evento, pra garantir a entrada e ver Frank Miller, Evangeline Lilly ou Kristen Ritter e David Tannet, tudo no maior estilo San Diego Comic Com. E talvez esse tenha sido a parte mais decepcionante da CCXP: se essa é a forma mais democrática e justa de se assistir a um painel ou entrevista, talvez seja interessante criar eventos paralelos para que todos possam desfrutar o prazer de conseguir ver algo que não seja apenas stand de filme ou loja.
Além das já clássicas filas pra comer e ir ao banheiro e usar o bebedouro, as filas mais bagunçadas eram no Artist´s Alley, as mesas onde escritores e desenhistas davam autógrafos e vendiam suas obras. As mesas mais concorridas eram de Mark Waid, escritor de Reino do Amanhã, e a do Mike Deodato Jr. desenhista exclusivo da Marvel.
A espera por um autógrafo deles podia chegar a três horas! Pela falta de organização, as filas se estendiam quase se misturando a outras não dando pra saber onde uma terminava e outra começava, não seria nada difícil pra organização providenciar aquelas correntes de plástico muito comum em bancos e lotéricas pra organizar e otimizar as filas.
Se na primeira edição em 2014 o ponto alto do evento foram os belíssimos stands com muitos objetos de cena, figurinos e lançamentos, em 2015 os destaques foram para as atrações internacionais, atrações essas que dão um peso enorme pra consolidação do evento, mas deixa de fora a maioria dos que vão até lá.
E o preço pra ver stands mais ou menos legais são muito caros. A organização da CCXP precisa pensar em como melhorar isso, porque senão o público vai na primeira, na segunda, na terceira – quando ele já pensa se vale a pena ou não – e na quarta nem vai, pois nem todo mundo tem vocação pra heroísmo !!
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Alex Siqueira assistiu a estréia de Star Wars, ficou mais chocado com o final de “A Ira de Khan” de que com a eliminação do Brasil na Copa de 82, achou que o Telejogo era ficção científica e desconfia das intenções dos executivos da Marvel. facebook.com/alesiq [/colored_box]
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