Anna Emília de Abreu Castilho
Fazendeira e mulher de negócios ela dá hoje nome a um bairro da cidade
Mulher de Negócios
Anna Emília de Abreu Castilho, foi uma grande empresária de Taubaté. Empreendedora no século 19.
Filha de Antônia de Mattos Abreu , nasceu em 20 de novembro de 1847, quando a produção cafeeira no Vale do Paraíba atingia seu auge.
Casou-se com o Conselheiro Antonio José Moreira de Castilho, filho de Quitéria Lopes Moreira, que foi uma das primeiras tropeiras do Vale do Paraíba, e fundador da Fazenda Jambeiro.
Anna e Antonio tiveram cinco filhos.
No início dos anos 1880, adoecido, Antonio José se esforçou para garantir que sua filha mais velha, Maria Angélica, se casasse com seu médico, o Dr. Francisco Ignácio de Moura Marcondes que, com a morte do sogro, assumiria a administração da fazenda da família.
Sob impacto do fim da escravidão e a decadência da produção cafeeira, o médico que virou fazendeiro não conseguiu administrar a fazenda e a gestão da fazenda sofreu intervenção da sogra. Insatisfeita, Anna Emília assumiu, a partir de então, todos os negócios da família.
Especulação e agiotagem
Anna Emília conseguiu manter a fazenda enquanto as demais afundavam. Percebendo a derrocada do café, passou a comprar e vender terras de fazendeiros endividados, começando pela Fazenda Santa Cruz, em Taubaté. Fez isso até o final da vida, sob rigoroso esquema de especulação financeira, empréstimos com juros e contenção de gastos.
Ana do Bairro
Donn’Anna, como era conhecida, faleceu em 4 de setembro de 1915. O bairro Ana Emília, em Taubaté, tem esse nome em sua homenagem.
Ditando Moda
Maria Eudóxia, a filha caçula de Anna, era considerada a mulher mais elegante da Taubaté. Extremamente vaidosa, não saía de casa sem estar de salto e com maquiagem. Foi casada com Pedro Costa e era uma exímia pianista.
Costismos
Pedro de Oliveira Costa foi vereador e prefeito de Taubaté, deputado federal e estadual. Por 17 anos(1907-1924) dominou a cena política da cidade. Seu maior rival foi o industrial Felix Guisard.
Pedrinho de Lobato
Dizem que o Pedrinho do Sítio do Picapau Amarelo foi inspirado em Pedro Costa. Monteiro Lobato e o político conheciam-se desde crianças.
Casarão
O casarão dos Oliveira Costa da Rua Visconde do Rio Branco foi construído em 1854 pelo fazendeiro Manezinho de Mattos e adquirido em 1922 por Pedro Costa. No QG dos Costas, eram realizadas grandes festas e recepções à políticos e intelectuais.
Tombado
O casarão, tombado em 1997 pelo Condephat, já sediou o Museu Histórico, o Arquivo Municipal e um Departamento da Secretaria de Educação. Atualmente, abriga uma boate.