A FAMUTA DO ESTADÃO
Por Renato Teixeira (Publicado originalmente no Jornal Contato ed. 696)
Quando eu e meus velhos amigos assistimos a FAMUTA em ação, como deixar escapar da memória a fanfarra do ESTADAO? A FAMUTA serve como uma referência viva do que significa uma tradição benigna. Na fanfarra do ESTADÃO, onde eu tocava prato, aprendi a participar das convenções rítmicas com liberdade para criar minhas próprias. Vocês nem imaginam como isso foi importante na hora de compor! Tínhamos uniformes muito parecidos com o uniforme dos soldadinhos de chumbo. Possuíamos também uma sala especial dentro do Colégio que se transformou numa espécie de clubinho muito adequado pra que as forças da primeira juventude se manifestassem, dentro do possível. Acreditem: eram tantas as possibilidades de novas descobertas que posso afirmar convicto que ali nasceu a maioria das nossas boas espertezas. E tocávamos muito bem: primeiro, o Roberto Tinoco era o “maestro da banda”. Seu sub, Alfredo Ortiz Abrahão, um corneteiro vigoroso como um Rivelino. Logo em seguida o Abrahão assume a batuta e eu vou para os pratos. Viajamos algumas vezes aqui por perto, no Vale. Nossas logísticas eram preparadas por alguns professores e era sempre meu inesquecível e querido amigo Professor Jujú (putz! …quanta saudade desse cara) que chefiava a delegação. Não vou contar, de novo, o desempenho do nosso carismá- tico editor chefe na viagem pra Lorena. Quem quiser saber é só perguntar por aí que tem muita gente ainda com aquelas cenas incendiárias na cabeça. Então, eu entro na internet e vejo a FAMUTA; incrível!
Para mim não se trata de uma fanfarra municipal. Isso, no plano prático, pode ser, mas nos salões da história, nas amplas avenidas das melhores memórias, vejo uma coisa só e sinto um mesmo perfume; a FAMUTA é a continuação da fanfarra do ESTADÃO. Somos nós todos, os fanfarristas de todas as fanfarras, que estamos lá, pulsando junto com o soar frenético dos tambores desses meninos campeões. Ser campeão, entretanto, não é o mais importante. Toda vitória traz em seu DNA a decepção dos derrotados; nada é perfeito. Para mim, o grande mérito é a qualidade musical atingida por essa rapaziada. Coisa linda de se ouvir; pericia e capacidade de concentração são a base de tudo. As convenções se sucedem numa sequência frenética, empolgante. Porém, mais que a qualidade atingida com raro brilho está a força da juventude afinando instrumentos, para tocar. O que ficará de mais significativo na memória e no coração desses meninos será esse tempo de estar junto com os parceiros; muitos seguirão pela vida afora como eu, o Abrahão, nosso ousado editor chefe, entre tantos outros fanfarristas taubateanos, amigos para sempre. Em nosso nome reverencio com carinho e respeito essa linda nova geração que atingiu patamares inimagináveis para nós, da fanfarra do Estadão. Nos sentimos unidos a vocês porque não poderá haver nada mais generoso com a juventude do que achar um jeito de cair no mundo batendo tambor. Mesmo que para nós, os ESTADISTAS, o mundo tenha sido apenas o entorno, ficou o principal, o que sobreviverá: estivemos juntos, num lindo momento das nossas vidas.
Acompanhe o Almanaque Urupês também na nossa página do facebook e twitter
6 Comments
Prezado Renato, é muito bonito ver as pessoas valorizando a música desta forma, ahistória das fanfarras deve ser contada sempre, meus parabéns meu respeito total pra você também fazer parte do nosso meio. Taubaté consegue manter a tradição por um século de Bandas e fanfarras podemos dizer o que é a cidade das fanfarras, grande abraço do maestro Lucas Naressi.
Prezado Renato, é muito bonito ver as pessoas valorizando a música desta forma, ahistória das fanfarras deve ser contada sempre, meus parabéns meu respeito total pra você também fazer parte do nosso meio. Taubaté consegue manter a tradição por um século de Bandas e fanfarras podemos dizer o que é a cidade das fanfarras, grande abraço do maestro Lucas Naressi.
Olá Renato,
Estudei no Estadão e toquei caixa na fanfarra do Estadão lá em Cachoeira Paulista, foi inesquecível.
Dia de Santo Antonio , lá em Cachoeira.
Um grande abraço
Olá Renato,
Estudei no Estadão e toquei caixa na fanfarra do Estadão lá em Cachoeira Paulista, foi inesquecível.
Dia de Santo Antonio , lá em Cachoeira.
Um grande abraço
Acho que fui o autor do apelido do Geraldo (Cuco}: durante os sinais para entrar nas salas, ele aparecia na janela da sala dele, para ver havia alguém nos corredores e, daí, cuco. Gostaria de saber, se o último aluno à direita na segunda fila, era o meu melhor amigo, Tomohiro Kajita.
Reconheci alguns, o Abraão, o Azzolini, o Eliezer, o Tinoco…Toquei Bumbo na fanfarra e, como estava no Exército, treinei os integrantes da fanfarra, em marcha em “órdem unida”: marcha e evoluções sob o comando de voz. Saudade e gratidão, pelo excelente material.
Acho que fui o autor do apelido do Geraldo (Cuco}: durante os sinais para entrar nas salas, ele aparecia na janela da sala dele, para ver havia alguém nos corredores e, daí, cuco. Gostaria de saber, se o último aluno à direita na segunda fila, era o meu melhor amigo, Tomohiro Kajita.
Reconheci alguns, o Abraão, o Azzolini, o Eliezer, o Tinoco…Toquei Bumbo na fanfarra e, como estava no Exército, treinei os integrantes da fanfarra, em marcha em “órdem unida”: marcha e evoluções sob o comando de voz. Saudade e gratidão, pelo excelente material.
Comments are closed.