O “DESPERTAR”, TAUIL E DONALD TRUMP

por Teteco dos Anjos

Uma amiga, que vive na Paraíba, sempre diz que o “despertar” é a hora mais perigosa do dia, da vida, do mundo. Ela tem razão. Não sei se a frase é dela, mas é isso. O despertar é um momento de alta periculosidade. Eu sempre vacilo, oscilo, titubeio quando desperto. Seja às 6h da matina ou às 15h da tarde. Não importa. Por alguns segundos não tenho certeza se vale à pena abrir os olhos para este mundo. E, durante uns bons minutos, não sei realmente o significado de minha existência, ou de todo o universo. Depois, já em pé e resignado, ou na suposta calmaria do baixar da poeira dos sonhos e da consciência do surrealismo da vida, daí então me aprumo e começo a fazer as coisas.

O “fazer as coisas” significa ficar preparado e aceitável socialmente para correr atrás de grana. Nada além disso. Uma banalidade dos diabos que significa, por outro lado, manter-se vivo neste planeta. E todos e todos e todos devem fazer e ser assim. Há séculos, armaram o circo nessas condições absurdas e desumanas e foderam com a beleza da vida.

O cronista, pensador e editor, Guilherme Tauil, pediu a um a grupo de amigos músicos, como presente de aniversário, que gravassem um vídeo interpretando uma canção de seu gosto. Uma bela e inteligente brincadeira. Tive o privilégio e a honra de ter sido convidado a gravar “Copo Vazio”, de Gilberto Gil; uma linda canção gravada pelo Chico Buarque em meados dos anos 70. Mas, enfim, sou atrapalhado por demais e, atarantado com 200 mil apresentações no período pré e durante o carnaval não consegui faze-lo. Vi alguns vídeos; o Gustavo Lessa interpretando um samba de Paulinho da Viola e a Kika cantando a belíssima “Rugas” do Nelson Cavaquinho. Fiquei emocionado. Tudo muito lindo.

Eu escrevi ao Tauil e disse que o mundo precisa urgentemente de mais e mais pessoas como ele. Óbvio. E, claro, agora ou futuramente, se o futuro me permitir, farei sim um vídeo de “Copo Vazio”, por uma questão de honra e birra. Sou birrento.

Donald Trump. Vixe !!! Fico abismado com toda e qualquer notícia que vem das prévias eleitorais da “terra do Tio Sam”. Se porventura uma besta como Trump chegar à presidência da maior potência econômica e militar do mundo, o nosso mesmo mundo estará, de fato, no fundo do poço. Sem esperança alguma. Só mesmo se os mais avançados alienígenas intervirem. Acho que rezo por isso. Como disse Gabriel Garcia Marques, colombiano vencedor do Nobel de Literatura, Trump não passa de um “palhaço endinheirado”. Se Trump vencer nos States, vou mandar meu currículo para uma tribo antropofágica na Amazônia, sem contato algum com o resto da humanidade, e  viverei na floresta, pelado, cercado por belos e coloridos mosquitos felizes.

E eu não poderia deixar de parabenizar aqui meus amigos e mestres deste Almanaque Urupês pela marca atual de dois milhões de “views”. São heróis e me trincam de orgulho. Daqui a 200 anos, quando certamente os alienígenas – bem mais avançados tecnologicamente e espirituosamente que nós – já tiverem salvado a humanidade de “Trumps Afins”, e forem fazer um relatório sobre a história de Taubaté, o Almanaque certamente brilhará entre os destaques.

[colored_box color=”yellow”]Nota da Redação: O Almanaque Urupês atingiu 2 milhões de acessos em 2014. Nossos números, graças a você, leitor – a quem agradecemos diariamente -, não param de crescer.[/colored_box]

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Teteco dos Anjos, “músico, proto-poeta e jornalista” e com a cabeça cheia de ideias mirabolantes, escreve semanalmente, ou quando der na telha, no Almanaque Urupês[/colored_box]

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