Narcos
Por Alexandre Siqueira
Pablo Emilio Escobar Gaviria foi considerado um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em cerca de três bilhões de dólares, também foi o homem mais caçado pelo governo americano e o mais poderoso e cruel traficante colombiano. Escobar esteve nas manchetes de jornais e noticiários do mundo inteiro por mais de dez anos, os mais jovens talvez não tenham ideia de quem ele tenha sido mas agora, vinte dois anos após sua morte, ele voltar a ser noticia.
Narcos (2015) é uma série digna de Escobar, totalmente viciante e difícil de parar de consumi-lá ao logo de seus dez capítulos, cada um de 50 minutos. Os três primeiros episódios da série são dirigidos por José Padilha de Tropa de Elite e a narrativa e ritmo de Tropa ficam bem evidentes nestes primeiros episódios, imagens reais de arquivo recheiam a série, nos permitindo conhecer os reais envolvidos na trama, dando um tom quase documental. Nos sete episódios seguintes, não dirigidos por Padilha, essa narrativa acaba diluída e praticamente desaparece. Isso faz cair um pouco da qualidade, deixando a série simplista demais.
Em nenhum momento a série tenta passar a imagem de um Pablo Escobar bonzinho, afinal ele era o rei do trafico, mas também foi o homem que deu dinheiro aos pobres e que cuidou daqueles que o governo esqueceu. Tamanho zelo tinha um preço, como visto no episódio da explosão do avião da Avianco. Escobar era uma megalomaníaco, queria ser presidente da Colômbia, construiu sua própria prisão numa clara afronta ao governo do presidente César Gaviria e eliminava quem se opusesse ou o desrespeitasse.
Wagner Moura ficou bem no papel de Escobar, mas uma das maiores criticas a série está justamente na escolha de alguém que teve que aprender castelhano em seis meses, e que por isso tem um sotaque carregadíssimo. Pode parecer insignificante pra nós, mas imaginem um personagem brasileiro interpretado por um “gringo” cheio de sotaque. Fica estranho, não?
O fato é que novamente a Netflix acerta em uma série, Wagner Moura e o resto do elenco já estão na Colômbia para as gravações da segunda temporada. Esperamos que a qualidade do roteiro continue e que os produtores não se percam tentando esticar a série, afinal essa é uma história com fim marcado e todos como ela acaba.
[colored_box color=” yellow”]
Alex Siqueira assistiu a estréia de Star Wars, ficou mais chocado com o final de “A Ira de Khan” de que com a eliminação do Brasil na Copa de 82, achou que o Telejogo era ficção científica e desconfia das intenções dos executivos da Marvel.
[/colored_box]
Acompanhe o Almanaque Urupês também na nossa página do facebook e twitter