Renato Teixeira e a nova geração musical de Taubaté

Por Guilherme Tauil

Algo aconteceu na apresentação de Renato Teixeira na 55ª Festa do Folclore, na rua Imaculada. Para além do show delicioso, o público imenso e satisfeito, Renato contribuiu com os músicos jovens da cidade – não só porque subiram ao palco, a convite do próprio compositor, mas porque se aproximaram.

Em uma cidade de vida cultural bastante dispersa e diluída, eventos que juntem os artistas são fundamentais. Estiveram por lá treze músicos de diferentes experiências – uns mais para São Paulo, outros mais para São Luiz do Paraitinga, outros taubateanamente taubateanos. Ainda que alguns já se conhecessem, só o trabalho é capaz de construir o sentimento de geração, coisa que vi se fortalecer no palco.

Fazer parte de um grupo e formar a sua geração são um baita horizonte para os músicos da cidade. Se os tempos são líquidos, os projetos inconclusos e as apresentações salpicadas de barzinho em barzinho, precisávamos do ímã de Renato Teixeira para os compositores taubateanos. Afinal, toda geração precisa de um agente aglutinador, que geralmente se faz na figura de um padrinho.

Encontrar novos parceiros, discutir novos projetos, trabalhar com quem está aí, trabalhando. Nós nos devemos isso: ouvir a música de um, opinar a letra de outro, sugerir, trocar olhares. O resultado será invariavelmente melhor.

Pelo que vi na Festa, a genealogia musical de Taubaté vai bem. Agora é trabalhar em conjunto para fazer a música chegar longe. Quem sabe com a gravação de um disco do próprio tributo? Renato Teixeira não vai se negar a participar da última faixa, saudando, um pouco emocionado, os meninos e as meninas da rua Imaculada.

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