Celly por ela mesma
“É uma história que parece conto de fadas. Porque eu nunca pensei em ser cantora. O que eu tinha vontade era estudar, casar e ter filhos.”
“O que aconteceu comigo foi em decorrência do Tony ter saído de Taubaté e ido para São Paulo. Ele ficou fazendo amizade com o pessoal da música.”
“Fomos lançados pela ODEON como dois cantores norte-americanos, como não sendo brasileiros. Mudamos de nome, eu de Célia passei para Celly e o Sérgio para Tony.”
“Nesse espaço de tempo que a música (na versão em inglês) foi lançada, apareceu na gravadora a música original de Estúpido Cupido. Gravamos. Dali uma semana o negócio era sucesso nacional.”
“Eu e Tony trouxemos o rock para cá em 1958 e passamos por uma série de dificuldades. Quando nós cantávamos o rock, eramos obrigados a fazer versão (do inglês). Não havia condição de gravar um rock feito aqui.” Trecho retirado da entrevista de Celly Campello à Scarlet Moon em 1975
“Quando eu deixei de cantar, eu não achava que isso não fosse durar, ter essa presença das pessoas lembrando e a música ligada ao meu nome”
“Nada acontece por acaso. Tinha que ser naquela época, esses 4 anos e esses 4 anos que são lembrados até hoje, pra mim é lindo.”
Demais trechos retirados da entrevista de Celly Campello ao programa Jovens Tardes da Rede Globo em 2002.
Vídeos
– Entrevista Celly Campello à Scarlet Moon (a partir de 2 minutos e 40 segundos)
– Entrevista Celly Campello ao programa Jovens Tardes (a partir de 26 segundos)
Doce ingenuidade de Celly Campello, a bonequinha que seduziu a brotolândia
Por Cláudia Boechat para Revista Rolling Stones
Há dez anos perdemos, aos 61 anos, uma precursora do rock nacional, que despontou na MPB bem antes da Jovem Guarda. Celly Campello morreu em março de 2003, de câncer. Há tempos já estava afastada da carreira. Em 1962 deixou os palcos e as gravadoras e se casou com o contador José Eduardo Gomes Chacon, com quem namorava há cinco anos, desde os 14. Contudo, no período em que esteve na ativa, Celly fez história. Não havia baile no qual sua voz não reinasse absoluta, em meio a risinhos, olhares e sussurros…
A paulistana Célia Benelli Campello era uma artista precoce. Aos seis anos já se apresentava em uma rádio de Taubaté (SP), cidade onde cresceu; aos 12 tinha o seu próprio programa; e aos 15 lançou seu primeiro disco. Cantava muito com o irmão Tony Campello. Em 1959, quando ela estava com 17 anos, estourou nacionalmente com a versão brasileira de “Stupid Cupid”. Aí, foi um sucesso atrás do outro. Quando Elis Regina começou, tentou seguir o estilo de Celly, mas não rolou. A praia de Elis era outra e a MPB começava a valorizar sua própria criação. Até Raul Seixas cantou a versão de Fred Jorge para “Estúpido Cupido” – eternizada por Celly – no disco 30 Anos de Rock, lançado em 1973. Celly não aceitava ser excluída do rol de intérpretes de Música Popular Brasileira. Declarou que cantava em português versões compostas aqui (a maioria por Fred Jorge) e que o costume da época era valorizar os hits internacionais. De fato, ela marcou a história musical do país. A bonequinha seduziu a brotolândia.
Em 1976, a Globo apresentou a novela Estúpido Cupido e as músicas cantadas por Celly Campello voltaram a bombar nas rádios.
Veja também:
Músicas
– Baixe músicas da Celly Campello no itunes
Clipes
[colored_box color=”yellow”]Bibliografia
Livro 40 anos do Rock: período pré-jurássico (1955-1961), Rene Ferri e Maria Alice
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