Anna Emília, fazendeira e mulher de negócios

 

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Filha do café, Donn´Anna Emília de Abreu Castilho nasceu em 20 de novembro de 1847, no momento em que a produção da rubiácea atingia o seu auge no Vale do Paraíba. Sua mãe, dona Antônia de Mattos Abreu, de família de fazendeiros, era senhora fina que se vestia à moda da corte –  considerada a mais adequada para a ascendente burguesia taubateana.

Houve uma aliança de sangue entre os filhos da Dona Antônia e os parentes de Dona Quitéria Moreira. Anna Emília casou-se com Conselheiro Antonio José Moreira de Castilho, e a irmã de Don´Anna, Maria José , com José Ricardo Moreira de Barros, filho único do Coronel Jordão Pereira de Barros e de sua mulher Trindade, também filha de Dona Quitéria. Quando se casaram , na década de 1860, Anna Emília e Antonio Jose foram passar a lua-de-mel no Rio de Janeiro. O casal teve cinco filhas e um filho, o Castilhinho. Dessa prole sobreviveram três mulheres: Maria Angélica, Maria Emília e Maria Eudóxia.

Os Moreira de Castilho eram tropeiros, lidavam com tropas de burros e comércio, e se assentaram como fazendeiros logo que a onda do café chegou ao Vale do Paraíba paulista. Antonio José fundou a fazenda do Jambeiro, no sertão de Caçapava.

O Comendador José Antônio adoeceu gravemente no início da década de 1880, e para tratá-lo foi chamado o distintíssimo Dr. Francisco Ignácio de Moura Marcondes, um recomendado médico de Pindamonhangaba.  O paciente piorou e, no receio de deixar uma viúva jovem com filhos menores desamparados, arranjou-se casamento de Maria Angélica, a filha mais velha do casal, com Dr. Marcondes. Com a morte do comendador, este assumiu os negócios da família e mudou-se para a fazenda do Jambeiro no período que coincidiu com o 13 de maio.

Com a Abolição, colonos italianos substituíram os escravos,  mas a lavoura do café decaía de forma inexorável. Donn´Anna Emília , não satisfeita como a forma como seu genro  conduzia os negócios, logo o afastou e assumiu as rédeas da fazenda, conseguindo manter-se enquanto os demais afundavam. Foi aí, na derrocada do café, que se revelou uma inigualável mulher de negócios. Com a morte do cunhado João Lopes Moreira, sua viúva ficou sem rumo. Anna Emília ajudou a cunhada e, não sendo possível salva-lá, assumiu a Fazenda Santa Cruz em troca das dívidas acumuladas. Como o café não se recuperava, voltou-se para os negócios imobiliários, comprando e vendendo propriedades em Taubaté e em São Paulo, passando assim a ser dona da casa mais distinguida da praça principal da cidade da região.

Especulava financeiramente, emprestava com juros e, principalmente, era parcimoniosa nos gastos. O neto João Guilherme dizia que arrumava dinheiro de forma que as notas ficassem com as efígies dos homenageados todas voltadas para ela quando a carteira fosse aberta. Assim a figura ilustre, olhando-a diretamente, a lembraria de não gastar aquela cédula.

Donn´Anna liderou a família com mão de ferro até sua morte , na casa da praça, em 4 de setembro de 1915.

Anna Castrilho e sua família no natal de 1904
Anna Castilho e sua família no natal de 1904
Em destaque, Anna Castilho. (Detalhe da imagem acima)
Em destaque, Anna Castilho. (Detalhe da imagem acima)

 

 

Anna Emília de Abreu Castilho ao lado de Chiquito Marcondes no natal de 1910.
Anna Emília de Abreu Castilho ao lado de Chiquito Marcondes no natal de 1910.

 

[colored_box color=”yellow”]Bibliografia

Livro Os Oliveira Costa de Taubaté, Carmo Chagas [/colored_box]

 

 

1 Comment

  • […] Anna Emília de Abreu Castilho pode ser considerada a primeira grande empresária da cidade. Empreendedora no século 19 ela vendeu suas fazendas de café e passou a atuar no ramo imobiliário. Também emprestava dinheiro a juros. Os negócios prosperaram e Anna Emília tornou-se uma das mulheres de Taubaté mais respeitadas em sua época. […]

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