Imagem de Thomas de Keyser (1596–1667). Mulher desconhecida (1634)
Em 1624: a 1ª governadora de São Paulo é destituída do cargo. Combativa, ela não se dá por vencida. Há 390 anos essa mulher criou um território só dela. Não satisfeita, enviou homens para, em seu nome, descobrirem novas terras e ampliar suas posses. O Vale do Paraíba e o estado de Minas Gerais são decorrência destes eventos.
A grosso modo, podemos resumir assim a trajetória de Mariana de Souza Guerra, a Condessa de Vimieiro, que em fevereiro de 1624 criou a Capitânia de Itanhaém. Neta de Martim Afonso, 1º donatário da Capitânia de São Vicente e sua 3ª sucessora, Mariana governou entre 1621 e 1624, tornando-se a primeira mulher a possuir territórios no Brasil.
A faixa territorial que estava sob sua jurisdição ia de Cabo Frio até o Rio da Prata, na altura de Maldonado, no Uruguai. E para o interior, as atuais regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Dada a fragilidade da Linha de Tordesilhas, seu domínio atingia as proximidades do Paraguai e do Alto Peru.
Porém, em 1624, o direito de posse da Condessa foi contestado pelo parente Álvaro Pires de Castro e Souza, Conde de Monsanto, que se apossou das vilas de Santos, São Paulo e São Vicente.
Restou a Condessa de Vimieiro transferir a sede de sua Capitania à antiga vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém e se recuperar do prejuízo buscando novas posses.
Foi com esse objetivo que em 1636 ela nomeou um procurador para penetrar oficialmente os sertões para ampliar “o conhecimento das terras da referida condessa”. O bandeirante Jacques Felix seguiu ordens e fundou a vila de São Francisco das Chagas de Taubaté, núcleo irradiador do Vale do Paraíba.
Notícias da existência de “minas preciosas no sertões” faziam Mariana enxergar, de longe, o ouro brilhando em Minas Gerais.
Em seu nome, bandeirantes e exploradores ampliaram a Capitânia de Itanhaém pelas terras onde hoje estão Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro, até Paranaguá, no Paraná, passando por São José dos Campos, Taubaté e Pindamonhangaba, Guaratinguetá e Parte de Minas Gerais.
Uma curiosidade: a condessa nunca pôs os pés no Brasil. Ela tinha representantes na colônia, os Capitães-mores .
O tempo mostrou que povoar Taubaté foi uma decisão acertada de Mariana de Souza Guerra. Após décadas de exploração, o sonhado ouro foi encontrado por taubateanos. E a vila que deu origem ao estado de Minas Gerais foi fundada por gente de Taubaté. Por coincidência, aquela vila é hoje a cidade de Mariana.
[colored_box color=”yellow”]Bibliografia
Livro Contribuição à história de Taubaté de Umberto Passarelli
Acervo Almanaque Urupês
Site www.novomilenio.inf.br/santos/calixtoch11.htm
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[…] Mariana de Sousa Guerra: esse era o nome da dona de Taubaté. Era neta de Martim Afonso de Souza, que foi o governador da Índia e do Brasil, e filha de Pero Lopes de Sousa, de quem herdou a Capitania de São Vicente. Tinha o pomposo título de Condessa de Vimieiro. Saiba mais aqui. […]
[…] Mariana de Sousa Guerra: esse era o nome da dona de Taubaté. Era neta de Martim Afonso de Souza, que foi o governador da Índia e do Brasil, e filha de Pero Lopes de Sousa, de quem herdou a Capitania de São Vicente. Tinha o pomposo título de Condessa de Vimieiro. Saiba mais aqui. […]