“Me abro feito ferida que dóie que fere.Veia visceralCom sede de vidaCom fome do claroCom fome do mundoEscancaro os poros à liberdadeE me deixo vazar no rio que me corta e me correPisciano, corro a dança das águas:Nunca o mesmo jamais.E desemboco na vozNo berro que rasga o silêncioE me revelaE me tragaE me revelaE me tragaDissolvo o pulso firmeE firmo a asa aos quatro ventosA foliaEu tragoE o juízoEu dispenso”
“Nem Bruto, Nem Dândi”
Texto de Thiago Galvão
No domingo, 06 de setembro, quem entrou no palco do II Balaio das Artes em São Luiz do Paraitinga não foi o mesmo Camilo Frade que se apresentava nos shows de ‘Por que Nós?’, lançado em 2013.
O seu paraíso mudo tomou voz e força com tamanha ferocidade que avassalou a praça Oswaldo Cruz, fazendo a multidão elevar-se a um outro nível musical, um êxtase constante e cheio de novidades nas composições, participações e picos do show.
A presença do Caio Frade, irmão de Camilo, foi bem marcante. Além dele fazer parte da banda foi também porta voz da entrada do irmão no palco que, por sua vez, deixou a plateia arrepiada com declamação misturada com toques do candomblé.
“Nem Bruto, Nem Dândi” é o nome do show – primeiro autoral – do cantor luizense que parece estar muito satisfeito de libertar a sua evolução pessoal, musical e artística.
O único desejo é que volte, mas como o tempo não volta, apenas queremos que esse show de estreia não pare por aí.
[colored_box color=”eg. blue”] Nascido há 18 anos em São Luiz do Paraitinga, Camilo Frade é filho de um dos fundadores do Grupo Paranga, Nhô Frade, e sobrinho do compositor Galvão Frade. É um dos músicos participantes do DVD feito em homenagem ao centenário de Elpídio dos Santos no ano de 2010. Em 2013 lançou o disco “Por Que Nós?”, que tem duas canções autorais. Foi campeão do Festival de Marchinha de São Luiz em 2014 e vice campeão em 2015. É um dos 13 músicos da região que participaram do Tributo em homenagem a Renato Teixeira realizado durante a 55ª Festa do Folclore da Rua Imaculada. [/colored_box]