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by almanaqueurupes

A CERÂMICA POPULAR DE TAUBATÉ

maio 8, 2020
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Por Maria Morgado de Abreu*

Taubaté, cidade tri-centenária, conserva rico acervo de tradições que guardam influências das três raças básicas: lusa, africana e brasilíndia.

É uma herança multiforme, viva e colorida que se traduz em cariadas expansões da alma popular: nas alegres festas juninas e no farto repositório de crendices; nos ritmos contagiantes das danças folclóricas e nas tradicionais festas religiosas, na deliciosa ingenuidade da cerâmica popular e num “sem fim” de outros costumes pitorescos

Detalhe da página 29, da edição nº 73 da Revista Paulistânia, onde este artigo foi publicado originalmente
Detalhe da página 29, da edição nº 73 da Revista Paulistânia, onde este artigo foi publicado originalmente

A CERÂMICA POPULAR

Das heranças ancestrais, uma das mais valiosas é a arte ceramista de numerosos figureiros, que, demonstrando senso artístico, percepção e originalidade, fazem estória no barro.

De suas mãos hábeis, vão surgindo figurinhas que retratam tipos e cenas do povo, animais, crendices e tradicionais festanças.

A rusticidade na técnica, espontaneidade e pureza de concepção, caracterizam essa forma de manifestação artística, onde não falta uma certa dose de sátira individual e social.

HERANÇA E TRADIÇÃO

A habilidade na modelagem da argila, parece ser no Vale do Paraíba, mais uma herança portuguesa do que do índio ou do negro.

Nas regiões brasileira onde o contato com o índio foi menor, a cerâmica popular, deve ter maior ligação com a de Portugal que, dos países europeus, é um dos mais copiosos em artes populares e especialmente em olaria utilitária e decorativa.

Estremoz e Barcelos são exemplos de cidades portuguesas, onde a confecção de figurinhas de barro e peças de olaria, continua uma tradição popular.

Taubaté, inclui-se entre as poucas cidades brasileiras que preservam essa tradição.

Casa das tradicionais figureiras da Imaculada: Edith, Luiza e Cândida.
Casa das tradicionais figureiras da Imaculada: Edith, Luiza e Cândida.

INFLUÊNCIA CRISTÃ

Para Cecília Meireles “O grande veiculo da cerâmica popular no Brasil, como em outros países de influência cristã, parece ter sido o presépio”. (Cecília Meireles – “Aspectos da Cerâmica Popular” – ver. “Folclore”- nº1 – vol.2 – 1953 – pág. 46).

Na verdade, comenta a escritora brasileira, “O presépio mais simples inclui a Sagrada Família e dois animais: o burrinho e a vaca. Aí já temos vários exercícios de modelagem. A seguir vêm os pastores com seus carneiros e oferendas, vem o galo que deu o aviso, os Reis Magos com seus camelos, e começa a chegar gente de toda parte, cada qual com o seu modo de vida, com sua roupagem e as suas prendas”, (Opus Cit – Pág. 46).

O presépio, sendo antiga tradição do povo brasileiro, teve por certo, influência considerável, no desenvolvimento, da cerâmica popular do país.

Em Taubaté, armar presépio, é costume secular. Os antigos presépios, de grandes proporções, ocupavam em geral o principal cômodo da casa, que ficava rescendendo um cheiro gostoso de mato devido aos ramos de folhagem verde, colocados como saia do presépio, para encobrir sua armação.

Com tais proporções, eram usadas na montagem, – além de casinhas, igrejas, enfeites e das figuras tradicionais do Natal – muitas outras, representando o povo com seus usos e costumes.

As figuras, de confecção nacional ou mesmo estrangeira – principalmente portuguesa – era adquiridas e carinhosamente guardadas para os anos seguintes, pelas famílias que seguiam essa tradição cristã, ou a superstição segundo a qual, “se devia fazer presépio sete anos em seguida, senão, vinha desgraça”.

Muitas famílias, com menos posse ou mais habilidade manual e gosto artístico, faziam suas figurinhas de madeira ou de barro, fato que também foi se tornando tradição na cidade.

Ainda hoje em Taubaté e no Vale do Paraíba, a temática preferida na cerâmica popular continua sendo a das figuras natalinas.

São tradicionais e famosas, os presépios e implementos (barba-de-pau, flores de papel, lapinhas), vendidos nos domingos de dezembro, no Mercado Municipal de Taubaté, juntamente com centenas de outras figuras, de temas variados e de cunho profano, que vieram enriquecer a arte figurativa regional.

Atualmente – pela valorização e grande procura das figurinhas, como legítimas representantes da arte popular – os figureiros trabalham durante todo o ano e não só na época do Natal, e, o produto desse artesanato doméstico, é vendido nas casas dos figureiros ou na Feira do Pilar, nos domingos pela manhã.

Em dezembro, porém, os artesãos voltam a vender a cerâmica popular no largo do Mercado, como é tradição.

A importância do sentimento de religiosidade na tradição ceramista, aparece no fato de muitos figureiros serem também santeiros, conceituados na arte de reconstituir ou de fazer imagens.

O tradicional pavão dos figureiros da Imaculada feito pelas mãos de Eduardo Santos
O tradicional pavão dos figureiros da Imaculada feito pelas mãos de Eduardo Santos

A ARGILA

A argila ou barro, com dizem os figureiros, é matéria-prima abundante no Vale do Paraíba. Resultou da intensa sedimentação processada na Era Terciária, quando no Vale do Paraíba paulista, formou-se extensa lagoa de água doce. Com o escoamento das águas, a sedimentação aflorou em muitos pontos, o que explica a presença da argila e outros sedimentos lacustres em todo o Vale.

A tradição ceramista e cristã e a facilidade do barro, parecem explicar, a existência e continuidade da arte figurativa a que se dedicam em Taubaté, dezenas de famílias e figureiros isolados, num belo e tradicional artesanato.

DIFERENCIAÇÃO NA ARTE FIGURATIVA.

É curioso o fato de aparecerem nítidas diferenças entre as peças de barro feitas pelos figureiros do Morro de São João e São Pedro e as modeladas por ceramistas de outros locais da cidade.

O MORRO ou ALTO DO MORRO DE SÃO JOÃO  e SÃO PEDRO: é uma das colinas que emolduram o lado sul da cidade.

Nelas surgiram antigos e pitorescos bairros populares, pelo fato de ali passarem velhos caminhos para a zona rural e litoral (Ubatuba).

Ruas sem calçamento, casas simples alinhadas desigualmente, onde mora gente que “trabalha duro” e que por única riqueza tem o maravilhoso panorama da cidade e do Vale.

Aí é que mora grande número de figureiros, principalmente na rua da Imaculada.

É onde mora também o Folclore, com suas variadas expansões populares.

No jornal A Gazeta, de distribuição em todo estado paulista, o artista Cassio M'Boy ilustrava o cabeçalho do caderno de folclore. A obra "Natal de Jesus", tem ao fundo o galinho do céu do Vale do Paraíba. Edição de 7 de dezembro de 1962
No jornal A Gazeta, de distribuição em todo estado paulista, o artista Cassio M’Boy ilustrava o cabeçalho do caderno de folclore. A obra “Natal de Jesus”, tem ao fundo o galinho do céu de Taubaté. Edição de 7 de dezembro de 1962

Local onde se misturam crendices, superstições e, onde apesar do modernismo que toma conta da cidade, o povo teme o Saci, conta causos de assombração, faz passes de macumba nas encruzilhadas, e, esconjuros contra o Lobisomem, o Boitatá e outros duendes.

Sendo produto de nossa complexidade étnica e sofrendo o dinamismo das forças ambientais, o figureiro retrata no barro, toda a sua vivência – onde o divino e o sobrenatural têm parte preponderante.

O Sincretismo religioso, transparece nas figuras do presépio, procissões, nas concepções grotescas do Saci, Lobisomem, Cuca, Sereia e nas figuras das crendices negras: Pai e Mãe de Santo, Exu e outros Orixás.

As rodas de jongo expressam movimento e ritmo, simbolizando antiga dança de escravos; há grupos de Moçambique, quadrilha, caiapó, dança da fita; folias de Reis, do Divino e dança de São Gonçalo.

A miscigenação é retratada em curiosos conjuntos de figurinhas: a “festa de casamento” da preta com o branco, onde há padres, os padrinhos, menina carregando o anel, convidados, tocadores de música, o casal de preto com mulher branco, com filho preto e filha branca.

Coloridas e pitorescas figurinhas de tipos populares contam usos e costumes: vendedores de galinhas, de laranjas; leiteiro, lenhador; mulheres socando no pilão, tocando galinhas e patos com a vassoura, costurando em máquinas de mão; o “bichento” tirando bicho do pé …

Detalhe da página 31, da edição nº 73 da Revista Paulistânia, onde este artigo foi publicado originalmente
Detalhe da página 31, da edição nº 73 da Revista Paulistânia, onde este artigo foi publicado originalmente

A temática, às vezes, é enriquecida de assuntos novos que o figureiro vê ou escuta. É o caso das figurinhas que representam os personagens do “mundo infantil de Monteiro Lobato”, criadas pela imaginação fértil de uma das mais antigas figureiras da rua Imaculada.

Embora não saiba ler, “ouviu contar” a estória das reinações de Narizinho Arrebitado, que hoje ela retrata com muita graça, assim como a Emília, o Visconde, o Marquês de Rabicó, d. Benta, Tia Anastácia fritando bolinhos, Pedrinho, o Saci e o burrinho que ela “ouviu dizer” que foi ao céu …

Os figureiros gostam de animais e com êles convivem. Criam então uma profusão de figurinhas zoomorfas: burrinho, galinha com pintinhos, carneiro, galo, vaca e um famoso pavão que de tão bonito, lá no morro é chamado de Galinho do Céu.

A técnica é primitiva: barro amassado com as mãos; tintas de cores vivas preparadas pelos figureiros ou compradas prontas; pernas de animais feitas às vezes de taquara ou madeira; orelhas de papelão, caudas de palha ou estopa.

Na modelagem usam os dedos e estiletes de madeira ou canivete.

As figuras são pequenas, de cores alegres, graciosas pela concepção ingênua e livre. As deformações decorrem da ignorância anatômica.

Depois de prontas, secam ao natural ou perto do fogão à lenha, sendo pintadas em seguida. São cruas e por isso, frágeis.

Os figureiros revelam capacidade criadora, guardando características ou particularidades próprias, apesar da proximidade de suas residências.

Superando dificuldades econômicas, às vezes doenças, e, quase sempre desconforto, continuam os figureiros do Morro, a modelar o barro, que pouco lhes rende, obedecendo a um impulso criador e mantendo uma tradição cujas origens se perdem nos tempos.

CERÂMICA DE OUTROS BAIRROS

Características bem diversas marcam a cerâmica modelada por artistas populares de outros bairros de Taubaté, mais ligados ao perímetro urbano.

Apesar da rusticidade do material e da técnica, as figuras demonstram profundo sendo de observação e maior sensibilidade interpretativa.

Permanece a espontaneidade na criação artística, porém, são menos marcantes os traços ingênuos e primitivos, revelando na originalidade e força de concepção, o ceramista mais evoluído, voltado quase sempre para os temas populares.

As peças de cerâmica, maiores que as do Morro, são queimadas (assadas) em fornos de olaria, o que lhes dá maior resistência e durabilidade; não são pintadas, apresentando por isso a bela cor avermelhada do barro queimado.

Alguns dos ceramistas, exímios na arte de modelagem, trabalham com destreza e perfeição; em poucos minutos surgem a figura imaginada e com tal equilíbrio na forma e na firmeza nos traços, que após alguns retoques, é obra acabada.

As figuras vigorosas na concepção, e, guardando as peculiaridades inconfundíveis de cada artista, retratam na sua expressiva e rústica beleza, tipos e temas populares, às vezes, de significado social: o Jeca, o Andarilho, o Pedinte, o escravo no tronco, a família pobre, a mulher, socando no pilão, violeiros e cantadores, caboclo cismando, o leilão, o comício …

Há figuras patológicas: a mulher do papo, o bêbado, a mulher da barriga d’água.

Os presépios formam originais e sugestivas composições artísticas: há festas típicas e cenas bíblicas ( Última Ceia, Juízo Final, Santíssima Trindade) e as figuras lendárias ( Pedro Malazarte), são criadas com arte e graça.

Na variada e copiosa produção desses exímios ceramistas, ressalta, porém, expressiva e comovente, a figura do homem do povo, humilde e desprotegido cuja tragédia, o artista inconscientemente caricaturiza num anseio, talvez, de maior compreensão e amor …

Consideradas como autêntica manifestação de arte popular, as figurinhas de Taubaté, fazem parte hoje, de coleções particulares e do acervo de museus nacionais e estrangeiros.

Por serem livres e espontâneas, traduzem na sua autenticidade, vivência e singeleza, a alma do povo, de que são precioso repositório.

___________

Publicado Originalmente na Revista Paulistânia nº73, de 1968.

FigureirafolclóreImaculadaMaria Morgado de Abreutexto
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O tiro de guerra de Taubaté

maio 5, 2020
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Órgão foi instalado em 1917 na cidade; tinha a finalidade de fornecer instrução militar para jovens com 18 anos

Em 1917 foi fundado em Taubaté, o Tiro de Guerra 445. Era um órgão do exército brasileiro que tinha finalidade de fornecer instrução militar e estudos para jovens com 18 anos com o apoio do governo municipal.

Naquela época ocorria a 1ª Guerra Mundial e havia possibilidade de que o Brasil entrasse no conflito.

A iniciativa de criar um tiro de Guerra na cidade, partiu da Associação Comercial de Taubaté com o apoio da prefeitura.

Lá dentro, os jovens praticavam tiro ao alvo, tinham aula sobre a história do exército e praticavam esportes como corrida, musculação e até futebol.

Quando o Brasil declarou guerra à Alemanha em 1918, o presidente do tiro de Guerra de Taubaté telegrafou ao presidente da República colocando os mais de 400 atirados à disposição das autoridades.

Aparentemente, o pessoal estava entusiasmado para ser enviado ao campo de batalha. Pois, a reposta do presidente mandando que guardassem instruções em Taubaté mesmo, esfriou o animo.

O tiro de Guerra 445 funcionou por alguns anos em Taubaté e deixou muitas histórias para ser contada.

Saiba mais:

“Essa Juventude Fardada”, sobre o Tiro de Guerra 445, pelo historiador Vinícius Amaral.

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Amo Taiada

dezembro 1, 2014
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Texto de  Renato Teixeira – Publicado originalmente na edição 617 do Jornal Contato

 

Caçapava entrou em minha vida em 1965, quando fui convocado a prestar serviço militar no então 6º Regimento de Infantaria Ipiranga, glória do Exército Nacional.

A vida no quartel, para um jovem de 18 anos, tem enorme importância e com certeza será determinante em seu futuro; muito menos pela habilitação bélica e muito mais pelo convívio com a tropa.

Mais que atirar com bazucas, metralhadoras e fuzis, aprende-se efetivamente a arte de viver igualitariamente dentro de um grupo. Profundas amizades pulsando a pleno vapor, vivendo-se as primeiras tensões como aquela quando o Amorim, meu querido amigo de quartel, foi atropelado e morto numa madrugada triste.

A hierarquia e a disciplina são condições impostas que visam estabelecer uma situação de comando onde os mais preparados, aqueles que possuem realmente a vocação militar, dirigem a moçada caso uma guerra venha a acontecer e a gente precise entrar pra valer na briga.

Igreja Matriz de Caçapava (Angelo Rubim/Almanaque Urupês)
Igreja Matriz de Caçapava (Angelo Rubim/Almanaque Urupês)

Lógico que a guerra, sendo um recurso extremo, quase fica fora das expectativas quando você incorpora. Ninguém pensa que, se preciso for, teremos que apontar, sim, nossas armas para o inimigo, mostrar nosso poder de fogo e o nosso preparo para o combate. Quando fui pra Caçapava, fui sem avaliar essa possibilidade.

Se houvesse um confronto bélico contra quem quer que seja, eu teria, necessariamente, que ir pra briga.

Logo eu que sempre fui um sujeito pacato e que, mesmo tendo um quarto do meu sangue importado da Irlanda pelos primos da família Gracie, famosos pela pratica do jiu-jitsu, jamais saí na porrada com quem quer que seja… Com certeza, o glorioso 6º RI, tão determinante nos rumos da Segunda Guerra em território italiano, estaria bastante fragilizado se dependesse do meu ímpeto guerreiro.

Enquanto servia e praticava ordem unida, desmontava e montava um mosquetão com a precisão de um ninja. Também sabia me arrastar na lama com os cotovelos, abraçado à arma. Aprendi a jogar granadas. Pratiquei com uma INA, metralhadora nacional com péssima trave que, às vezes, disparava sozinha.

Mas também fiz um jornalzinho mural chamado “O Guri” que, no final do ano, ganhou o formato de uma inocente e amadora revista impressa nas gráficas do Estadão e que encheu o excêntrico coronel Sá Campelo de orgulho cívico. Aquele ano vivido em Caçapava foi inesquecível e denso.

Ainda no inicio, quando éramos obrigados a passar pelo tal período de adaptação sem voltar pra casa, me matriculei na Escola de Comércio para ver se virava contador.

Acabei virando cantador. Mas Caçapava passou a ter um lugarzinho muito especial no meu coração. Sempre que posso dou uma entradinha na graciosa cidade e não me canso de ficar encantado com sua forma compacta e confortável.

Maurílio, meu inesquecível companheiro de quartel e legítimo caçapavense, sempre que podia, ia me encontrar pra gente colocar a conversa em dia e me levava generosas quantidades de taiada, um doce que mistura rapadura com gengibre e deixa a gente eternamente escrava de seu sabor. Caçapava e Taiada são praticamente a mesma coisa…

Taiada (Felipe Rau/AE)
Taiada (Felipe Rau/AE)

Amo Caçapava, amo o 6º Regimento e adoro taiada…

 

 

1 Comment
    Maria Aparecida says: Reply
    maio 9th 2020, 3:33 pm

    Muito interessante o histórico artigo. Quão importantes se tornaram as figureiras de Taubaté e quão lindos os pavões, figuras e bichinhos.

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Notícias do dia

Abril Boletim Efemérides Uncategorized
by almanaqueurupes

15 de abril de…

abril 15, 2021
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1873   Lei municipal obriga os proprietários de prédios  e terrenos e na sua falta os inquilinos a caiar a frente do prédio ou muro e a calçar de pedras ou tijolos a frente de suas casas ou terrenos. (Gazeta de Taubaté de 10 de junho de 1883 pág. 4).

 

1879   Lei provincial n.º 49 confirma as divisas entre os municípios de Jambeiro e Caçapava.

 

1883   A Junta Revisora da Comarca de Taubaté publica  1.ª  relação  de nomes de cidadãos da paróquia de Taubaté obrigados ao serviço de paz e guerra, da cidade, do quarteirão do bairro do Barranco, do bairro do Areão, do bairro do Tremembé e do bairro do Una e Tetequera, ao todo 66 indivíduos. (Gazeta de Taubaté).

 

1883   O Sr. José Leandro inaugura linha de troles entre Taubaté e Tremembé cobrando 500 réis de ida e volta por pessoa. Sai de Tremembé às 6 h. da manhã e de Taubaté às 9 h. A hora de volta à tarde será combinada com os passageiros. O Sr. Teixeirinha está preparando animais e troles para uma outra linha. (Gazeta de Taubaté).

 

1883   A alfaiataria dos srs. Leonardo & Pinto da Rua Dr.  Falcão Filho contíguo ao Largo da Matriz se chama “Alfaiataria da União”. (Gazeta de Taubaté).

 

1886   Lei provincial n.º 46 transfere para o distrito de Campos Novos de Cunha a fazenda de Daniel Gomes dos Santos Pinho.

 

1888   Telegrama procedente da Corte noticia o falecimento ali da  progenitora do Dr. Mathias Guimarães, engenheiro radicado em Taubaté, onde se encarrega do levantamento cadastral da cidade e iria ocupar o cargo de delegado de polícia. (O Liberal Taubateense).

 

1895   Realizam-se em Taubaté eleições para preenchimento de duas vagas de senadores. As eleições começam às 10 h. e as vagas de senadores decorrem da eleição do Dr. Prudente José de Moraes Barros para a Presidência da República e a da nomeação do Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves para ministro da Fazenda. As eleições se realizam em 10 seções instaladas inclusive nos bairros e no distrito de Tremembé. Há 2.260 eleitores inscritos. Os Drs. Moraes Barros e Dr. Paulo Souza obtém 387 votos cada. (O Popular).

 

1895   Após a entrada da procissão de São Benedito quando grande número de pessoas permaneciam em frente da Igreja Matriz o cocheiro da empresa de carris urbanos puxados a burro tenta atravessar a multidão com um bonde sendo impedido e preso por um popular. Não é a primeira vez que tal fato ocorre. (O Popular).

 

1898   Morre, em Taubaté, seu insigne filho D. José Pereira da Silva Barros, Arcebispo de Darnis, fundador do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho e do Externato São José. Era filho do Cap. Jacinto Pereira da Silva Barros e de D. Anna Joaquina de Alvarenga, tendo nascido em Taubaté a 24 de novembro de 1835. Fez os seus primeiros estudos no Liceu que então funcionava no Convento de Santa Clara e depois fez seus estudos eclesiásticos em São Paulo. Foi vigário de Taubaté por 19 anos. Reformou a nossa Matriz. Foi de grande abnegação durante a epidemia de varíola de 1873 a 1874 que assolou Taubaté, quando lhe ocorreu a idéia de fundar o Hospital Santa Isabel. Foi bispo de Olinda e do Rio de Janeiro e Deputado Provincial. (A Folha de 17/04/1932).

 

1900   O Grupo Particular Filhos de Talma realiza no Teatro São João um espetáculo em benefício das obras do prédio da sede da Associação Artística e Literária. (Jornal de Taubaté).

 

1901   Às 8 h. na Igreja Matriz celebram-se missas pelo 3.º ano de falecimento de Dom José Pereira de Barros e pelo 1.º ano do capitão Francisco Lopes Malta. (Jornal de Taubaté).

 

1903   Morre, em Taubaté, o Sr. Francisco Soares Barbosa, casado com  D.  Maria  Soares  de  Oliveira. (Jornal de Taubaté 14 – missa 2.º aniversário).

 

1906   Realizam-se, em Taubaté, solene Te-Deum e manifestação de júbilo em homenagem ao vigário da paróquia Côn. Antônio do Nascimento Castro por ter sido agraciado por S.S. Papa Pio X, a 19 de fevereiro último com o título de Monsenhor Prelado Doméstico. No Te-Deum toca a banda Philarmônica Taubateense, na passeata cívica a banda João do Carmo, ambas de Taubaté e na residência do homenageado a banda Dr. Antônio Maria, de Tremembé, cedida pelo c.el Antônio Monteiro Patto. (O Norte).

 

1909   Lei municipal n.º 126, em virtude de ter sido a água que abastece a cidade declarada impotável e conter grande quantidade de amônia conforme exame feito a pedido do Prefeito Dr. Gastão Aldano Vaz Lobo da Câmara Leal pelo Laboratório de Análises Químicas do Estado, é declarado de utilidade pública e decretada a desapropriação do serviço de abastecimento de água de Taubaté que vinha sendo feito pela Companhia Norte Paulista desde… (O Norte).

 

1910   Por motivo da passagem do 12.º aniversário da morte do ilustre taubateano D. José Pereira da Silva Barros, arcebispo de Darnis, 1.º depois da criação da diocese de Taubaté, realizam-se na Catedral solenes exéquias pelo sufrágio de sua alma oficiadas pelo nosso 1.º bispo D. Epaminondas Nunes D’Ávila e Silva. (O Norte).

 

1914   Noticia-se, em Taubaté, que o Dr. Oswaldo Cruz que durante muito tempo foi diretor da Saúde Pública no Rio de Janeiro acaba de ser agraciado com a Cruz da Legião de Honra. (O Norte).

 

1914   Circula o boato de que surgirá brevemente em Taubaté outro jornal de nome “O Paulista” à frente do qual estará o Prof. Bernardino Querido, colaborando Floriano de Lemos, Dr. Carlos Varella, Coelho Neto, Álvaro Guerra, Antônio Miranda e outros. (O Norte).

 

1914   Nas cerimônias da semana santa serviu a corporação musical João do Carmo, sob a regência do maestro Prof. Francisco Monteiro de Camargo. (O Norte).

 

1914   A firma Ramos & C.ia da Rua Duque de Caxias, 34, em Taubaté, compromete-se a entregar diariariamente garrafões de água de Quiririm mediante assinatura mensal a 3$000 o garrafão ou dois por 5$. Na mesma rua n.º 78 o empório Saraiva vende água de Cambuquira a $600 a garrafa para evitar os males do estômago. (O Norte)

 

1927   O Dr. Pedro Luiz de Oliveira Costa e a Ex.ma Sr.a D. Maria Eudóxia de Castilho Costa comemoram as suas bodas de prata matrimoniais mandando celebrar, a 19, missa em ação de graças. (Norte).

 

1932    Instala-se, em Taubaté, solenemente, o Ginásio Estadual, sob a Direção Prof. Major Acácio G. de Paula Ferreira. Constituem o seu 1.º corpo docente os professores: Cesídio Ambrogi, Joaquim Manoel Moreira, Dr. Jayme Pereira Vianna, Dr. Urbano Pereira, Dr. Pedro Barbosa Pereira, Emílio Simonetti, Clóvis Gomes Winther, Zita Conceição Rabello e maestro Fêgo Camargo. A secretaria estava a cargo do Sr. Cícero Azevedo sendo escriturária D. Carmosina Monteiro. Presente o Prefeito Municipal major João Cândido Zanani de Assis, proferiu a aula inaugural o Dr. Pedro Barbosa Pereira. (A Folha).

 

1949   Com a Catedral em reformas, a Semana Santa  é  realizada  no  Santuário de Santa Teresinha. Hoje é sexta-feira santa. (Taubaté Jornal).

____

Extraído das Efemérides Taubateanas, de José Cláudio Alves da Silva. Acervo Maria Morgado de Abreu

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