Silva Barros: “o mais ilustre dos taubateanos”

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O Monsenhor Nascimento e Castro entendia que D. José Pereira da Silva Barros era o mais ilustre dos Taubateanos. O religioso, que foi homenageado com o nome de uma praça e um busto no Largo do Bom Conselho, foi uma das personalidades mais influentes da cidade em seu tempo.

Nascido em 24 de novembro de 1835 em Taubaté, José Pereira da Silva Barros fez seus estudos clássicos no Seminário de São Paulo. Foi ordenado em 27 de dezembro de 1858 na cidade de Alfenas, Minas Gerais, que na época pertencia à diocese de São Paulo. Vigário em Taubaté durante 19 anos foi fundador do Externato São José e do Colégio Nossa Senhora Bom Conselho. Foi por duas legislaturas deputado na Assembléia Provincial de São Paulo; bispo de Olinda em 1881; conde Santo Agostinho, honra que lhe foi conferida pela princesa Isabel; bispo do Rio de Janeiro e arcebispo de Olinda. Faleceu em 15 de abril de 1898.

(biografia retirada do livro Contribuições à história de Taubaté: denominações de vias e logradouros públicos de Umberto Passareli)

Imagem do livro D. Rodovalho e D. José, de Felix Guisard Filho

“A êsse homem extraordinário, que, no julgamento imparcial de Sacramento Blake, “foi um dos sacerdotes brasileiros de maiores virtudes, de mais ilustração e de mais adiantadas idéias”. Devem-lhe os taubatenos, entre outras realizações  imperecíveis, a fundação do Colégio de Nossa Senhora do Bom Conselho, a criação do Externato São José e a reforma do  antigo Hospital de Santa Isabel.

Foi um benemérito e um santo, pois nem lhe faltaria a auréola do martírio: bispo do Rio de Janeiro, onde fêz entrada solene em 5 de agosto de 1891,  – diz nos ainda Sacramento Blake,  – “quando, entretanto, espalhava benefícios na nova diocese, quando se sacrificava com a bela construção da catedral, quando gozava das mais merecidas simpatias, veneração e maior de suas ovelhas, sendo criado pelo atual pontífice o arcebispado do Rio de Janeiro, foi dispensado do cargo que exercia, sendo nomeado arcebispo in partibus“.

Aprendemos a cultuar o nome glorioso de D. José desde a nossa infância, quando as palavras de reconhecimento aquele de quem herdamos o nome respeitável nos recordávamos sempre as dificuldades de outrora. Era nossa fábrica de tecidos, em seus primórdios, um pequeno estabelecimento com exíguo capital. Grande amigo de todos nós, confortava-nos frequentemente D. José com sua presença carinhosa. Incentivava o trabalho, fazia-se ouvir com expressões de estímulo e encorajamento, encaminhava à fabrica os desamparados do lugar. Em março de 1894, nosso querido pai teria talvez desanimado em consequência de um terrível golpe: o fogo irrompera na secção de tecelagem e em poucas horas tudo se transformava em cinzas e ruínas. Interveio D. José com o habitual solicitude, amparou-nos nesse instante amargo e, providencialmente inspirado pelos sentimentos do coração magnânimo, decidiu Felix Guisard a seguir para o Rio de Janeiro com um cartão em que o apresentava ao conselheiro João Alfredo, então presidente do Banco do Brasil. O resultado foi imediato. Realizado o empréstimo em boas condições, tudo pode ser em breve restaurado, pela atividade prodigiosa do nosso austero progenitor, que assim estaria de novo em plena prosperidade, a ponto de ter pago com tolerável antecedência o que tomara por empréstimo graças a influência de D.José.

D. José Pereira da Silva Barros, aquele que, em verdade, no justo dizer de Monsenhor Nascimento Castro, foi “o mais ilustre dos taubateanos”.

(trecho retirado do livro D. José Pereira da Silva Barros de Felix Guisard Filho) 

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