Taubaté e a epidemia de varíola de 1873

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Uma cidade fantasma. Centenas de mortos. Covas abertas por todos os cantos.

Essa era Taubaté em 1873, quando foi assolada por uma epidemia de varíola. Quem pôde, deu no pé. Os que ficaram tiveram que enfrentar a maior epidemia de varíola já registrada no município.

9 meses

A epidemia durou nove longos meses, entre novembro de 1873 e julho de 1874.

Na tentativa de sanar a crise, foi criado, de forma imediata, um hospital dentro do Convento de Santa Clara.

Nesse período, a cidade somou 423 mortos apenas entre os casos tratados no Hospital, pelo Dr. Barbosa de Oliveira, e na clínica do Dr. Souza Alves.

Segundo relatos, a maioria dos 30 mil habitantes de Taubaté vivia na zona rural. Os registros de casos nesta região são precários.

Trocaram o bandeirante pelo Doutor

Antonio Teixeira Souza Alves, médico da Câmara, foi o herói desta História quando elaborou a estratégia que estancou a epidemia. Ainda em vida, o médico foi homenageado pela Câmara Municipal que rebatizou a rua Rodrigues Arzão para rua Dr. Souza Alves.

Orar e Vigiar 

Não é de hoje que Taubaté é vulnerável a surtos, epidemias e endemias. No final do século 19 e primeiras décadas do século 20, nossos antepassados sofreram -além da varíola- com a febre amarela, peste bubônica, sífilis, difteria, escarlatina, meningite meningocóccica e mais algumas.

Na edição de 23 de julho de 1876, do jornal “A Imprensa de Taubaté”, Sérvulo Gonçalves faz um relato dramático da epidemia:

Há pouco mais de ano a epidemia variolosa assolou Taubaté, ceifando centenas de vidas e deixando esta cidade coberta de luto e tristeza. A cidade ficou completamente abandonada pelos que tinham recursos. (…) Oito variolosos sucumbiam por dia (…) a cada momento ouvia-se o lúgubre som do bronze anunciando mais um conduzido à sepultura; porque por todos os lados se abria um cemitério.

Monumento esquecido

No governo Jaurés Guisard(1964-1968), foi erigido no cemitério municipal um mausoléu de alvenaria onde estão depositados os restos mortais de vitimas de algumas das epidemias que assolaram a cidade.

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