O vírus que matou mais que a Primeira Guerra

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A movimentação das tropas, navios e trens durante a Primeira Guerra espalharam o vírus da Gripe Espanhola pelo globo terrestre. Em 1918, a pandemia matou mais gente do que a soma de todas as guerras travadas até aquele momento.

 Alguns médicos lhe chamaram de DENGUE. Mas como dengue não prejudica os pulmões nem evolui para pneumonia, resolveram chamá-la gripe.  

histórico da gripe relatado por um taubateano em 1918

 Trem e a gripe

O trem trouxe progresso e também a Gripe Espanhola para Taubaté quando o febril Pedro Patrício desembarcou na estação ferroviária. Ele saiu carregado por enfermeiros. Dias amargos viriam a seguir.

Relatório

Segundo relatório do inspetor sanitário Martiniano de Azevedo no período de 26 de outubro a 14 de novembro de 1918, Taubaté teve 3860 doentes. 178 era a média diária de  novos casos. 84 taubateanos morreram em razão da gripe.

Martiniano Azevedo foi contratado interinamente para elaborar este relatório. O inspetor titular foi atingido pela gripe. Cronistas indicam que a epidemia teve início no fim de novembro e arrefeceu na primeira quinzena de dezembro.

Cálculos macabros 

Estima-se que a pandemia atingiu um terço da população mundial. A doença matou mais de 50 milhões de pessoas. Em Taubaté, os números finais da epidemia ainda não são conclusivos.

Trocavam-se cadáveres mais velhos por novos nas próprias residências, porque os coveiros não davam conta dos enterramentos.

Oswaldo Barbosa Guisard sobre a Gripe Espanhola

Produção Suspensa

A CTI foi transformada no maior ambulatório médico da cidade. Em 11 de novembro, 1666 operários estavam doentes, aproximadamente 43% de todos os casos registrados até aquele momento em Taubaté.

Bem antes de Tancredo

Em janeiro de Janeiro de 1919, em Guaratinguetá, o Arcebispo taubateano D. Duarte Leopoldo e Silva conduzia a missa fúnebre do presidente eleito Rodrigues Alves. A gripe matou o político antes que pudesse assumir o cargo.

Revista Careta, 25 de janeiro de 1919. Biblioteca Nacional

Referências:

–  Contribuição à história de Taubaté: denominações de vias e logradouros públicos de Umberto Passarelli;

– Hospital Santa Izabel de Antonio Mello Júnior;

– Atas da Câmara volumes de I à VI;

– Pobreza e conflito de Maria Cristina Soto;

– Taubaté e seus monumentos de Antonio Mello Júnior;

– Influenza, a medicina enferma: ciência e práticas de cura na época da gripe espanhola em São Paulo de Liane Maria Bertucci.

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