Festas Juninas

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Em texto retirado do livro “Tempo e Memória”, Maria Thereza Marcondes relembra as tradicionais festas juninas de Taubaté

Por Maria Thereza Marcondes

Na época das festas juninas, era devoção pessoal do meu bairro levantar um “mastro” para cada santo. O primeiro, no dia 13 de junho, para Santo Antônio. O segundo, no dia 24, para São João e o terceiro, no dia 29, para São Pedro.

Os caboclos procuravam no mato uma arvorezinha chamada “Pindapiranga”, que tinha um tronco fino e comprido, com galhos lá bem em cima. A madeira avermelhada tinha uma casca fininha e toda arrepiada. As folhas miúdas e bem verdinhas faziam um contraste muito bonito. Cortavam alguns galinhos da pequena árvore, deixando umas pontas, onde espetavam laranjas. Era para o santo fazer dar fruta com abundância, no ano seguinte.

Algumas pessoas, amarravam flores, bico de papagaio, para enfeitar.

Levantavam os mastros sempre à tarde. No dia 30 de junho, em todas as casinhas de colonos, estavam fincados os três mastros, na beira do terreiro. Esse era o modo mais simples de festejar os santos.

Havia os que soltavam rojões, ou faziam rezas e danças, mas os mais pobres, somente levantavam os três mastros. Quando os galhos já estavam bem secos, depois de alguns meses, eles queimavam os mastros. Essa tradição também se repetia todos os anos.

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Texto retirado do livro Tempo e Memória  de Maria Thereza Ramos Marcondes. Na obra, a autora relembra sua infância e juventude passadas na Fazenda de São Joaquim no bairro do Mato Dentro do Macuco , zona rural de Taubaté.

 

Veja também:

– As festas de São João e as “Sortes”

– Festa Junina (II)

 

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