4ª vista Taubaté meia legoa adiante de Piracangaguá - Miguelzinho Dutra, 1840. Pinacoteca do Estado de SP

Histórico

Os frades franciscanos têm uma presença centenária em Taubaté, desde o século XVII, quando a vila convidou religiosos para erguer um convento sob o nome de Santa Clara. Segundo Frei Apolinário da Conceição, no auge, chegavam a viver no convento até 16 religiosos que se ocupavam ativamente com a catequese, a educação dos meninos e a confissão dos fiéis, inclusive de povos indígenas. A igreja do convento era modesta, com três altares, sendo o altar-mor dedicado a Santa Clara, ladeado por imagens de São Francisco e São Domingos. 

Quando os capuchinhos da província de Trento chegaram a Taubaté, em 1892, eles assumiram o Convento de Santa Clara e intensificaram a missão educativa. No ano seguinte, criaram um externato chamado Sagrado Coração de Maria para meninos pobres, onde os professores capuchinhos davam aulas gratuitas e até distribuíam livros e roupas para os alunos mais vulneráveis. A estrutura escolar cresceu rapidamente — foram criadas diferentes seções (alfabetização, progressiva e complementar), e matérias como português, matemática, contabilidade e história natural passaram a integrar o currículo.

Além da educação, os frades mantiveram uma forte participação na vida religiosa e social da cidade: fundaram o Colégio Seráfico, anexo ao Convento, e formaram diversos sacerdotes capuchinhos brasileiros. Também atuaram no Seminário Diocesano de Taubaté, ajudando a mantê-lo nos primeiros anos, sobretudo quando os recursos eram escassos. Essa trajetória educativa e missionária reforça o papel simbólico e concreto dos franciscanos no desenvolvimento espiritual e humano de Taubaté ao longo dos séculos. 

Vista geral

Curiosidades

Mais de 300 natais

Olhe com atenção essa torre. Por séculos, ela foi o ponto mais alto de Taubaté. Uma sentinela de pedra que viu a cidade nascer, crescer e mudar sua face inúmeras vezes.
Seus sinos já tocaram mais de trezentos natais, ecoando desde o tempo em que o Vale do Paraíba ainda era um grande sertão, quando viajantes se surpreendiam ao ouvir, no meio do silêncio, esse som que parecia anunciar: “Você está chegando em Taubaté.”
Nenhuma construção da região é mais antiga que a torre sineira do Convento de Santa Clara.

O grande incêndio

Esse fato ocorreu no dia 17 de setembro de 1843, quando o convento teve a capela-mor da igreja destruída, um grande e espaçoso salão atrás da sacristia. Parte dos compartimentos internos e o que foi pior para a memória da própria cidade: o arquivo e a biblioteca.

O jornal Diário Novo, de 6 de novembro de 1863, descreveu o evento.
"Temos à vista uma carta de Taubaté que diz o seguinte:
'O mais lamentável acontecimento compungiu os corações de todos os habitantes desta cidade na noite de 17 de setembro. Incendiou-se o convento de Santa Clara! E tal foi a voracidade das chamas, que forças humanas jamais poderiam conter. Oh! que horror! Que assombro!
Suas sagradas imagens lançadas por terra em pequenos fragmentos, seus altares destruídos, e os paramentos reduzidos a cinzas!
Graças sejam rendidas ao revendo João Batista Bitencourt, que arrostando os maiores perigos, por entre as chamas avançou e salvou o Santíssimo Sacramento, conduzindo-o para a igreja matriz'."

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