Em maio de 2013, houve o lançamento de selo alusivo aos 95 anos do Dia das Mães no Brasil. Esse fato poderia passar desapercebido por aqui se não fosse um detalhe: quem trouxe essa celebração ao país foi uma taubateana.
Essa história começa na porta do salão social da Associação Cristã de Moços (ACM), em Porto Alegre (RS), no dia 12 de maio de 1918, quando uma senhora colocava flores brancas na lapela dos que chegavam e já tivesse a mãe morta e vermelhas naqueles cujas mães ainda estavam vivas. O nome desta mulher era Eula Lee Kennedy Long, que junto com o marido, Frank Millard Long, organizou a primeira comemoração do Dia das Mães no Brasil. Ele era americano, missionário da Igreja Metodista daquele país. Ela, natural de Taubaté, também fazia parte da igreja. Eula era filha do pastor James Lillbourne Kennedy (1857-1942), missionário que fez parte do grupo que consolidou o metodismo no Brasil. Em março de 1890, Kennedy fundou a primeira igreja evangélica de Taubaté e abriu um colégio na cidade. Monteiro Lobato foi um dos alunos. Eula nasceu na Rua das Palmeiras, em 25 de setembro de 1891.
Seguindo os passos dos pais, tornou-se missionária e educadora. Em 1918, atuava no Rio Grande do Sul e escrevia artigos para o “Correio do Povo”, principal jornal da capital gaúcha na época. A coletânea destes textos resultou no livro “Corações felizes”, que assim como “Mães de Homens Célebres” e “Conselhos às Mães”, contribuiu para que fosse eleita a “mãe do ano de 1959” no estado americano de Virgínia.
Pra Eula havia uma motivação pessoal em importar a comemoração que tinha sido oficializada nos Estados Unidos em 1914: lembrar os cinco anos da morte de sua mãe, Jennie Kennedy.
O dia das mães foi oficializado no Brasil pelo ex-presidente Getúlio Vargas em 1932. Só em 1947 a data passou a fazer parte das comemorações católicas.
Hoje, o dia das mães é comemorado no mundo todo. Indo além da motivação afetiva, a data movimenta muito dinheiro.
De acordo com Dan Guinsburg, presidente do Sincovat, o dia das mães é a segunda data mais importante para o comércio.Só perde para o natal em volume de vendas.
Está aí mais uma contribuição do Vale do Paraíba para a economia brasileira. Entre as várias as datas comemorativas usadas para abrir os bolsos dos consumidores e agradar os bolsos dos comerciantes, coube a missionária taubateana introduzir a mais rentável delas.
Eula Kennedy, uma taubateana a serviço do Tio Sam
A Taubaté Eula Kennedy long é considerada uma das grandes referência sobre o estudo do protestantismo no Brasil. Autora de livros que são básicos sobre o assunto, ela também foi colunista em jornais brasileiros.
Casou-se em 1914 com o missionário americano Frank Millard Long e teve 5 filhos.
Seguindo as tradições da família, aventurou-se em missões evangélicas pelo Brasil todo.
Em 1959 radicou-se nos estado norte-americano da Virgínia, quando foi escolhida a “Mãe do ano” em concurso tradicional da região.
Nas décadas de 1960 e 1970 escrevia sobre o Brasil para a revista internacional do Rotary Clube.
Eula foi uma das editoras da monumental “The Encyclopedia of World Methodism”, lançado em 1974.
Eula Lee Kennedy Long faleceu em 1979, na cidade de Roanoke, na Virgínia.
Criadora do Dia das Mães morreu sem filhos
Considera-se a norte-americana Anna Jarvis e suas iniciativas como a responsável pela idealização do Dia das Mães. A ideia surgiu a partir de um episódio pessoal ocorrido na vida de Jarvis, a morte da mãe em 1905.
As amigas, muito preocupadas com seu estado de espírito depois do fato, fizeram uma grande festa para homenagear a mãe de Anna. Ela pediu então para a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, como um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.
A primeiro Dia das Mães oficial ocorreu em 1910, no estado da Virginia. Rapidamente outros estados norte-americanos aderiram. Em 1914, o Dia das Mães tornou-se uma comemoração oficial nos Estados Unidos. A popularidade do feriado fez com que a data se tornasse um dia lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam cravos brancos, flor que simboliza a maternidade. Em 1923, Anna Jarvis chegou a entrar com um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso.
“Anna ficou indignada até com a primeira-dama americana Eleonor Roosevelt por esta utilizar o Dia das Mães para angariar fundos” afirmou ao jornal A Notícia Edith Schisler, filha de Eula Kennedy.
Anna Jarvis entrou novamente em depressão quando percebeu que a data tinha se tornado uma comemoração diferente da que idealizara. Gastou todo o dinheiro que tinha para tentar tirar o dia do calendário de comemorações. Envelheceu e ficou pobre nesta campanha, acabando internada em um hospital da Filadélfia.
Anna morreu sem filhos em 1948, aos 84 anos.
2 Comments
De Taubaté para o mundo…
para mim que sou filho desta terra , Dos ex barões do café/ Que trocou suas verdes lavouras/ Pelas altas chaminés/ Pra onde quer que eu vá de ti sempre irei lembrar/ Se distante eu me sucumbir nesta terra o meu corpo eu quero desposar/ Diz um antigo ditado quem the velha bica do bugre beber/ Já mais deixa esta cidade se deixa com certeza um dia retornara/ Esta bendita cidade que é abençoada lá na colina pelo Cristo Redentor e tendo como patrono São Francisco de Assis/esta cidade é minha querida Taubaté. Fiquei surpreso em saber que foi uma taubateana quem trouxe o dia alusivos as mães no brasil, vivendo e aprendendo. Claudio Costa de Taubaté S/P 11/05/2013 , um dia antes do dia the rainha do lar, meus mais sinceros votos não somente amanhã mas todos os dias de nossas vidas as Mães do mundo. SE você não tem dinheiro para um presente de somente um abraço e um beijo nesta que muito tê amama.