Os taubateanos na 1ª Guerra Mundial

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 Longe dos Combates

O Brasil declarou guerra aos países da Tríplice Aliança (Alemanha e Império Austro-Húngaro) em 1º de junho de 1917, mas não enviou soldados para os campos de batalha. Não foi o combate nas trincheiras que matou brasileiros naquela guerra.

 Taubateanos na Grande Guerra 

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O Brasil entrou na Primeira Guerra (1914-18) quando o conflito já encaminhava para seu fim. A Divisão Naval em Operações de Guerra(DNOG), formada por oito navios, partiu para a África em 1918. Pelo menos 4 taubateanos estiveram naquele continente. Um deles lutou pela Itália.

 – Cabo artilheiro Aarão Areão;

– Sub-oficial Florival Toledo;

– Marcelo Torcchio,italiano radicado em Taubaté;

– João Gigli, filho de italianos radicados em Taubaté;

O curioso caso de João Gigli

Gigli, que era filho de italianos, nasceu em Taubaté, mas ainda bebê foi viver na Itália. Na Primeira Guerra, lutou ao lado dos italianos e foi prisioneiro na Áustria. Foi condecorado pelo rei da Itália por sua bravura no fronte. Voltou para Taubaté nomeado vice-cônsul italiano e ficou por aqui até morrer, em 1971.

Aarão Areão e a epidemia de 1918 

Até onde se sabe, Areão foi o único taubateano a morrer na Primeira Guerra.  Quem o matou foi a “mãe de todas as pandemias”, a Gripe Espanhola. Aarão Areão foi infectado em Dacar, no Senegal. Quase 10% dos marinheiros do Brasil morreram na África em decorrência da gripe.

Rastro sombrio: galpão lotado de soldados contaminados pelo implacável vírus; no mundo, já são milhões de cadáveres. Imagem: Revista Veja
Galpão de soldados contaminados pelo vírus. Imagem: Revista Veja

“Os doentes caíam ardendo em febre, cobertos de suor emplastado com moinho de carvão, sem ter nem sequer quem os auxiliasse a tomar banho e mudar de roupa, pois, os poucos válidos que lhes poderiam assistir nisso diminuíam de hora em hora, de minuto a minuto…” , relato de um oficial sobre os marinheiros gripados

Atas da Câmara

Requerimento de Melchíades Marcondes de Mello e Florival de Toledo datado de 7 de março de 1923 pede que seja dado o nome de Aarão Areão, marinheiro nacional e taubateano, que faleceu de gripe em Dakar, quando no cumprimento do dever seguiu com a esquadra brasileira, para fazer o policiamento dos mares europeus por ocasião da grande guerra, a uma das ruas desta cidade(Atas da Câmara de Taubaté, 7/3/1923)

 

Nome de rua

“Na estação de Taubaté, entrevistado por um jornalista carioca que lhe perguntara ” se ele não tinha medo de ir a guerra”, Aarão, respondeu: “Para que eu não tenha medo, basta que eu seja brasileiro”. Trecho retirado do livro Contribuição á história de Taubaté: denominação de ruas e logradouros público de Umberto Passarelli

 O cabo foi homenageado pela Câmara, após sua morte, com o nome de rua situada hoje no Jardim Maria Augusta.

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