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by almanaqueurupes

O Renato Teixeira de 8 metros

outubro 18, 2016
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Estátua que demarca o acesso á Ubatuba teve compositor de Romaria como modelo

Zé Demetrio, famoso escultor taubateano, tem suas obras demarcando as duas entradas da rodovia Osvaldo Cruz: em Ubatuba, com o Monumento ao Caiçara, e em Taubaté, com o Monumento ao Bandeirante.

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Monumento ao Bandeirante: idealizado pela profª Lygia Fumagalli Ambrogi.

O Bandeirante  de Taubaté foi uma encomenda da prefeitura que atendia a antigas aspirações dos intelectuais mais veteranos da cidade. Antes de botar a mão na massa, Zé Demétrio telefonou para convidar o modelo que posaria para sua estátua.

“O Renato [Teixeira], você pode vir a Taubaté para posar? Vou fazer uma homenagem para você. O bandeirante de Taubaté vai ter a tua cara”, contou Demétrio.

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José Demétrio sendo entrevistado por Mario Ortiz em 2009.

Segundo Demétrio, Renato topou e veio para Taubaté.

“Ele ficou lá no [bairro do] Belém em minha casa por três dias. A fisionomia dele esta lá no bandeirante”, revelou Zé Demétrio em entrevista concedida em 2009 a Mario Ortiz.

Zé Demétrio disse também que o prefeito de Ubatuba teria ficado com “ciúmes” e o contratou para fazer o marco inicial da rodovia em Ubatuba, inaugurado em 2003, o Monumento ao Caiçara.

Leia sobre o Monumento ao Caiçara aqui.

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Monumento ao Caiçara: erigido por “ciúmes”

Veja a entrevista de José Demétrio a Mário Ortiz (ele fala sobre o bandeirante à partir de 02:49):

As duas obras estão lá, firmes e fortes demarcando os limites da rodovia entre Taubaté e Ubatuba.
Idealizadores   

Com 8 metros de altura, o Monumento ao Bandeirante foi inaugurado em 30 de junho de 2000. A obra foi idealizada por Lygia Fumagally Ambrogi e realizada pelo Governo Municipal com o apoio do Rotary Club Jacques Felix. O artista plástico José Demétrio construiu a obra com estrutura de ferro e cimento sobre uma base de resina.

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Monumento ao Bandeirante: colaboração taubateana para as festividades dos 500 anos do Brasil. A Voz do Vale, 01/08/2000. Acervo Lygia Fumagalli Ambrogi
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“Porque Indiana, João?” – Entrevista com o autor

janeiro 26, 2015
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Por Thiago Galvão, do Blog Livro Aberto

Danilo Leonardi é um dos atuais nomes da literatura nacional que mais ouvimos falar. Ele lançou em 2014 o seu primeiro livro: “Porque Indiana, João?”, e já é uma figura carimbada no meio literário. Conhecido por seu trabalho no site Cabine Literária, ele faz sucesso entre leitores e agora atinge um maior público com seu livro. Confira uma breve entrevista com o Danilo:

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Livro Aberto: Quando você viu que a literatura realmente era sua praia?

Danilo: Eu sou um geminiano bastante característico em alguns aspectos. Sempre tive o costume de criar novos projetos e, quando eles começavam a dar certo, eu os encerrava. Percebi que literatura era a minha praia quando o Cabine Literária começou a fazer sucesso e eu não tive vontade de apagar tudo.

 

LA: Você apresenta um trabalho fantástico, que gera milhares de seguidores na internet. Seu mundo literário na internet te impulsionou a escrever “Por que Indiana, João?”?

Danilo: Sem dúvidas. Meu público e o meu trabalho com as editoras me deram a confiança que eu precisava pra acreditar que eu era capaz de escrever um livro que tivesse alguma relevância.

 

LA: Como já havia muito conhecimento na área, como critico literário, você acha que está mais preparado que outros autores para o começo de careira?

Danilo: Depende de quais outros autores estamos falando. Afirmar qualquer coisa nesse sentido seria generalizar.

 

LA: Como está sendo esse estouro já no início? O livro já está entre os mais vendidos, isso não é para qualquer um.

Danilo: Fico muito feliz, e devo dizer que foi uma grande surpresa pra mim. Devo tudo ao meu público que fez a melhor divulgação espontânea que um novo escritor poderia querer.

 

LA: Eu pude perceber na Bienal que seu livro estava em quase todas as listas de compras, e era difícil não ver a sacolinha verde da Giz Editorial com um livro amarelo dentro. Como é ter essa sensação?

Danilo: Por incrível que pareça, essa visão me dá uma incrível paz de espírito. Eu admiro e assumo que jamais seria capaz de fazer como outros novos escritores que são verdadeiros vendedores quando vão a feiras como a Bienal. Quando me pedem pra explicar o PQIJ, eu falo no máximo duas frases.

 

LA: Pergunta clichê agora: de onde surgiu a vontade de escrever? De onde arrancou esse tema menino? E qual foi a maior dificuldade na trajetória do livro?

Danilo: Esse livro saiu do âmago. Algumas cenas foram bem dolorosas de colocar no papel, mas também por isso tenho certeza de que foram honestas e, portanto, têm maior chance de acabar tocando alguém que sofre ou sofreu bullying como eu sofri.

 

LA: E agora pra finalizar, projetos futuros? Alguma coisa?

Danilo: Já planejo um novo livro para este ano, mas tenho também muita vontade de, antes, escrever alguma coisa sob o ponto de vista da personagem Julia – que é apresentada em PQIJ. Fora isso, continuar meu intenso trabalho no Cabine.

 

 Veja aqui a resenha do livro feita no blog Livro Aberto

 

Veja também:

– O que você não pode perder este ano?

 

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meThiago Galvão é autor do Livro Aberto, blog que criou aos 17 anos para compartilhar com amigos o seu mundo literário. [/colored_box]

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Ditaduras escancaradas

abril 2, 2020
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Políticos, artistas, professores, sub-delegados, médicos e até os porteiros do bispo Dom Borja do Amaral estão entre os taubateanos fichados pelo DEOPS entre os anos de 1920 à 1980. Na listagem do governo nem membros de famílias tradicionais da cidade como os Guisard escaparam da vigilância do Departamento.

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Israel Guisburg, patrono do SESC Taubaté, foi vigiado pelo DOPS desde de 8 de julho de 1952. A alegação da vigilância era que o comerciante ainda quando estudante “fazia o jogo dos comunistas”. Também em sua ficha é citada a participação dele em comunicado publicado no jornal “A Tribuna” promovendo à ida do prof. Mário Schemberg (considerado comunista) à conferência “A maior aspiração de todos os povos”.


Ex-prefeitos

Guido Miné, prefeito de Taubaté de 1969 à 1973, foi “acompanhado” por ter ligação com o deputado federal Plínio de Arruda Sampaio. Pesa ainda sobre ele a acusação de que em seu Comício na última campanha à prefeito da cidade fez pronunciamentos “esquerdistas” e que teria viajado à Venezuela, para aprender técnicas de guerrilha.

Félix Guisard, fichado desde 18 de setembro de 1946 é taxado como integralista. Seu registro de nº 70.338 traz seu nome escrito como Feliz Guisard.

Ficha de Felix Guisard no arquivo do DEOPS (Acervo Arquivo do Estado de SP)

Artista

A apresentadora Hebe Camargo foi monitorada pelo DOPS desde 1947. O acompanhamento de suas atividades começou quando  ela assinou manifesto contra a cassação de mandatos. A taubateana também é citada por ter participado de manifesto contra a Lei de Segurança e Imprensa e por ter, segundo testemunha, consumido “pó do sonho” (conhecida hoje como cocaína).

Ex-vereadores

Wilson Alves de Carvalho era acusado por ser autor de livros comunistas e por receber jornais comunistas. Era considerado “espertinho” pelo DOPS por segundo eles, ter se filiado a um partido (UDN) oposto às suas idéias.

Ficha de Wilson Alves de Carvalho no DEOPS (ArquivoPúblico do Estado de São Paulo)

Humberto Puccinelli tem citado em seu prontuário o seu apoio ao prefeito Jaurés Guisard (considerado comunista), sua promoção à campanha contra o Hospital Santa Isabel e por ter como presidente da Associação dos Funcionários Municipais levado seus associados à greve.

Renato Feres, vereador eleito em 1963 foi indiciado por ter feito pronunciamentos marxistas na Câmara de Taubaté e por ter participado da fundação do núcleo taubateano da Frente de Mobilização Popular.

No prontuário de Oswaldo Barbosa Guisard, ex-vereador e chefe de gabinete de Juarés Guisard, consta que suas atividades “subversivas” estão evidenciadas em artigos que escreveu para o Jornal A Voz do Vale e por ter sido colaborador do comunista Hermínio Sacchetti.

Ficha de Oswaldo Barbosa Guisard no DEOPS (Arquivo Público de Estado de São Paulo)

Também estão fichados pelo DEOPS o escritor Monteiro Lobato, o ex-prefeito Juarés Guisard e o poeta Gentil de Camargo considerado pelo governo dos anos 40 como comunista muito perigoso.

Entre os vigiados pelo Departamento, um dos poucos para quem foi expedido atestado de comunista foi o socialista Eugênio Guisard (pai de Juarés e Oswaldo citados acima) que tem entre os seus “delitos” ter participado de reunião em maio de 1933 onde foi tocado o hino da Internacional Comunista.

eugenio

[box style=’info’] Acesse os arquivos do DEOPS no site oficial: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/memoriapolitica/[/box]

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