Uma Senhora História

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Conheça um pouco sobre a trajetória de prof. Maria Morgado de Abreu considerada a “primeira dama da historiografia taubateana”

Em 1936, o francês Pierre Monbeig estava redefinindo a geografia brasileira. Segundo especialistas, antes dele não se pode pensar em uma Geografia científica no Brasil. Naquele mesmo ano, Maria de Barros Morgado, então com 17 anos, ingressou na embrionária Universidade de São Paulo para iniciar seu discipulado com Monbeig. Além das atividades em sala de aula, os alunos eram obrigados a participar de “seminários”: aulas de especialização que não seguiam rotinas de horário. “Estas aulas de história serão no arquivo municipal e faremos pesquisas sobre diversas cidades, a vontade. O professor vai reservar Taubaté para mim”[1].

“Tempos de estudos apertadíssimos, mas de agradável convivência com os colegas de curso, ou contemporâneos como Mario Guimarães Ferri, Nice Lecocq Müller, Lourdinha Pereira de Souza Radesca, Maria Lysia Bernardes, Odilon Nogueira de Matos…”[2], lembrou colegas de classe que, como ela, fizeram história. Dê um google em cada nome para comprovar.

Pierre Monbeig à direita. (Acervo Maria Morgado de Abreu)
Pierre Monbeig à direita. (Acervo Maria Morgado de Abreu)
Diploma de Maria Morgado de Abreu. (Acervo Maria Morgado de Abreu)
Diploma de Maria Morgado de Abreu. (Acervo Maria Morgado de Abreu)

Em 1940, Maria de Barros Morgado foi diplomada: “Lembro-me perfeitamente da mocinha que conseguiu sem dificuldades abrir as portas da sessão de geografia e deixou-as fechar atrás dela depois de obter com plena justiça o título de licenciada- a mocinha Maria Morgado passou assim a ser Senhora Licenciada”[3], recordou Monbeig. Em 1941, a Senhora Licenciada iniciou a carreira no magistério no Instituto Comercial de Taubaté, depois na Escola Estadual Monteiro Lobato e na municipal José Ezequiel. Dr. Herculano de Alvarenga, que, nos anos de 1960, foi aluno de Maria Morgado no Estadão, lembra bem daquela época: “suas aulas pareciam hipnotizar a classe; não sei como ela conseguia. Falava das regiões brasileiras, integrando a geografia com fatos históricos com costumes, fauna e flora locais, parecendo projetar um filme nas nossas cabeças”[4].

Pierre Monbeig continuou influenciando os ex-alunos, incentivando-os a estudarem cientificamente as regiões onde viviam. Em sua missão, contatou Maria Morgado de Abreu:”Posso sugerir a realização de uma monografia geográfica do município de Taubaté, tipo de estudo que interessa muito o Conselho Nacional de Geografia. Mas sempre com base geográfica e não como um estudo histórico em si”[5].O conselho do mestre foi seguido à risca pela discípula. “Suas criteriosas pesquisas, seguidas de anotações in loco, de tomadas de fotografia e até registros sonoros, deram-lhe, como resultado, a oportunidade de poder publicar em jornais e revistas especializadas”[6], atestou Paulo Florençano.

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1-Maria de Barros Morgado 2 -Pierre Monbeig 3- Jean Gagé 4- Antônio de Freitas Malaman em excursão às Caieiras(Fábrica de Papel – SP) 1940 (Acervo Maria Morgado de Abbreu)

“A Cerâmica Popular de Taubaté”, “Medicina Popular de Taubaté”, “A Breganha de Taubaté”, são artigos que marcaram essa época.

Ousada, Morgado foi fundadora do Curso de História de Taubaté e Vale do Paraíba, ministrando-o na Seção de História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Taubaté. “Para mim, dona Maria foi a mestra, um exemplo a ser seguido”[7], escreveu a paleógrafa e ex-aluna Lia Carolina Prado Alves; “uma pessoa muito especial em minha formação”[8], reconhece José Carlos Sebe Bom Meihy, outro aluno de projeção nacional. Intelectual multifacetada, Maria Morgado de Abreu colaborou na institucionalização de políticas publicas culturais em Taubaté: “Ela e Paulo Florençano formavam uma linha de frente intransponível. Um trabalho árduo, paciencioso, metódico, profundamente científico que ela fazia”[9], relembra Nelson Pisciotta, presidente de honra do IEV- Instituto de Estudos Valeparaibanos.

Prestigiada, a professora participou da criação do departamento de cultura e na instalação de museus, arquivos e bibliotecas que existem ou já existiram na cidade.

“Minhas colegas da USP – curso de Geografia e História – 1 – Maria Morgado de Abreu, 2- Lígia, 3 – Lourdes Pereira de Souza Rodesca, 4- Nice Leccoque Müller, 4- Vera Athaide, 5- Amélia Americano Domingues de Castro, em excursão às Caieiras, SP – 1940 (acervo Maria Morgado de Abreu)

Com “Taubaté: de núcleo irradiador do bandeirismo a centro industrial e universitário do Vale do Paraíba”, obra lançada em 1985 que amplia artigo publicado anos antes, Maria Morgado de Abreu lança o primeiro livro didático de história local, também feito para o leitor comum: “Ela soube escrever com clareza, com muito jeito, inclusive de uma forma atraente, porque o livro de história quando é muito técnico ele se torna às vezes insípido. Mas os livros de D. Maria Morgado eram extremamente atraentes”[10], afirmou Bernardo Ortiz. O livro é, até hoje, a salvação de muitos jornalistas que precisaram escrever sobre as origens da cidade.

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Em 2005 a prefeitura cogitou relançá-lo[11]. Abandonou a idéia para pagar um milhão e meio de reais a uma editora por um plágio organizado por um servidor público. Ex-alunos se indignaram, o Ministério Público Estadual denunciou a falcatrua, a Justiça reconheceu o plágio e o livro virou encalhe na breganha.

Carta de Silveira Peixoto em 1999
Carta de Silveira Peixoto em 1999

Acordo judicial promovido pelo Ministéro Público impôs que a editora teria 24 meses para instalar cerca e 170 bibliotecas em escolas municipais de ensinos infantil e fundamental de Taubaté[12].

O acordo de 2008, mesmo ano em que faleceu Maria Morgado de Abreu, nunca foi cumprido.

E assim, a professora, discípula de Pierre Mombeig, tem mais uma chance, ainda que via caminhos tortuosos, de elevar o índice cultural do taubateano, missão que ocupou grande parte de sua existência.

* Pedro Rubim é pesquisador e um dos editores do Almanaque Urupês


[1] Carta enviada à mãe em abril de 1936

[2] Carta enviada a Odilon Nogueira de Matos em 3/2/1986

[3] Texto enviado ao acervo Maria Morgado de Abreu

[4] Carta enviada por Pierre Monbeig a Maria Morgado de Abreu

[5] Idem

[6] Em prefácio do livro “Aspectos do Folclore em Taubaté”, de Maria Morgado de Abreu

[7] Declaração a TV Câmara publicada no Jornal Contato, edição 374.

[9] Declaração a TV Câmara publicada no Jornal Contato, edição 374.

[10] Idem

[11] Ibidem

[12] Ibidem

[box style=’note’] Impressões sobre Maria Morgado de Abreu:

A importância da historiadora, da geógrafa, da pesquisadora, da museóloga, da professora, da mãe de família, para a história de Taubaté na opinião de alguns amigos e colegas que compareceram ao seu enterro na manhã ensolarada de terça-feira, 21 de abril de 2008.

Os depoimentos foram dados à equipe da TV Câmara.

“Foi a Dona Maria que me abriu as portas, que me indicou a documentação perdida aqui em Taubaté. Então, ela esteve presente e vai continuar presente sempre na minha vida”.

Lia Carolina Alves Prado Marioto – Paleógrafa DMAPH.

“Ela é de grande importância para a história de Taubaté, mas é mais importante ainda como um exemplo de vida, de dedicação. Outro dia, eu escutei uma pessoa falar que foi tão bem tratada por ela que ela era muito especial para com essa pessoa. Imediatamente, nós falamos o seguinte: ela era muito especial e sempre tratou de um jeito muito especial a todas as pessoas, fossem elas historiadores, amigos, o primeiro encontro com ela. Uma amabilidade extrema, mulher de um caráter invejável – no bom sentido – e um exemplo para todos nós que ficamos com a obrigatoriedade de, sem dúvida alguma, continuar, dar seqüência ao trabalho dela e é isso que a gente se compromete a fazer pela história de Taubaté, pela história que ela nos deixou, que sempre vai estar conosco.”

Paulo Ernesto Marques Silva – Historiógrafo.

“Fundamental, insubstituível e pioneira. Acho que tudo que se faça pela história de Taubaté e tudo que se tem feito, sempre a gente vai ter a semente plantada pela D. Maria. Eu digo que ela fez o 14 BIS, e depois podem fazer supersônicos, porque a base está lá. Ela fez isso com um carinho fantástico. Quando entrei para dar aula no Colégio Municipal e escrevia as peças da Semana Monteiro Lobato, eu tive o privilégio de ir ao Museu, quando ainda era ali na Visconde do Rio Branco, Sentada com Paulo Florençano de um lado e Maria Morgado de Abreu do outro e eu dizia: esse ano eu quero falar da Emília na Trilha dos Bandeirantes, por exemplo, aí eles iam me contando histórias.

Eu passava ali uma semana, anotando coisas, e sempre a Dona Maria com aquele café com os biscoitinhos dela, com aquela delicadeza que a gente não vai encontrar mais. O contraponto da grande sabedoria da D. Maria com aquela gentileza de menina de uma outra época, ela nunca perdeu o olhar de menina, o sorriso de menina, então é, foi fantástico. Perder D. Maria é uma perda para Taubaté. Posso dizer, insubstituível.”

Duda Mattos – Ex-Gerente de cultura.

“Maria Morgado não é apenas um nome importante, uma obra importante apenas para Taubaté, mas para toda a região. No nosso Instituto de Estudos Valeparaibanos, ela sempre marcou presença. Ela com Paulo Florençano formavam uma linha de frente intransponível. Um trabalho árduo, paciencioso, metódico, profundamente científico que ela fazia. A cidade perde um valor extraordinário. No mundo atual, as pessoas se preocupam muito consigo próprias, com os interesses financeiros, e pouca atenção é dada àqueles valores que, a final de con¬tas, cimentam a vida coletiva. A cidade tem alma, e quem sustenta essa alma, quem dá vida a essa alma, são as pessoas que pensam, que trabalham, que elaboram, no sentido de transmitir para as gerações futuras esse sentimento de apreço, de respeito, de participação e de solidariedade na vida coletiva. Sem a história, as cidades perdem o seu eixo, sua alma. Graças à Maria, Taubaté tem uma documentação para fundamentar a vivência, o estudo, a tradição, a memória desse povo.”

Professor Nelson Piciotta – Presidente de honra do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibano).

“Foi uma das criaturas mais extraordinárias que Taubaté teve. Uma mulher exemplar. Muito culta, muito estudiosa, tinha um grande amor pela cidade em que ela nasceu e uma professora extraordinariamente devotada. D. Maria atendia aos estudantes na biblioteca do Museu, uma biblioteca geral mas com ênfase histórica, e atendia sempre com extraordinário carinho, orientando, ensinando, mostrando todos os detalhes da história de Taubaté. A história de Taubaté ela soube escrever com clareza, com muito jeito, inclusive de uma forma atraente, porque o livro de história quando ele é muito técnico ele se torna às vezes in¬sípido. Mas os livros de D. Maria Morgado eram extremamente atraentes. Uma redação gostosa, uma abordagem muito interessante dos assuntos históricos, uma fidelidade muito grande aos fatos, ela era realmente uma historiadora e uma historiógrafa. Ela sabia escrever respeitando a verdade e bus­cando sempre a verdade em suas pesquisas.

D. Maria foi assessora do professor Paulo Florençano durante muitos anos e depois que ele faleceu, em 1988, foi ela que montou realmente o Museu de História de Taubaté. As etiquetas foram redigidas por ela. Eu sei por que eu era prefeito nessa época, e tam­bém sempre gostei muito de história e a acompanhei nessa montagem do museu. O trabalho dela foi extraordinário. Ela sempre voltava ao museu com novas observações, com novas verificações, com novas aborda­gens para os temas da história de Taubaté.

A par de tudo isso, de professora ex­traordinária, de historiadora, de histo­riógrafa, de valor invulgar, D. Maria Mor­gado nunca perdeu sua condição feminina, de mulher educada, fina, de uma geração em que a mulher se esmerava muito nessa parte de convívio. Ela era, verdadeiramente, a senhora dos saraus, a moça que foi criada nos saraus antigos, sempre muito prendada e extraordinariamente elegante. D. Maria Morgado tem uma memória que será imo­rredoura em todas as pessoas que cultuam a história, que cultuam a cidade, que amam Taubaté. É uma grande perda, mas infeliz­mente, tudo que começa, acaba.”

José Ber­nardo Ortiz – ex-prefeito.

“Tenho um carinho muito especial por essa mulher que nos ensinou tanta coisa da vida, não só a parte cultural, mas a parte de família, de amizade, o respeito que ela tinha pelas pessoas e o respeito pelo trabalho das pessoas. Ela promoveu a arte aqui em Tau­baté,. Mas hoje, a gente viaja e vê em todo lugar os trabalhos dos figureiros de Taubaté.

Dificilmente a gente encontra palavras para expressar tudo o que ela representou para a gente na vida pessoal, para cidade e para a cultura de Taubaté. E a gente quer que essa memória dela permaneça sempre e que esse exemplo dela seja seguido pelos netos, pelos bisnetos, e que Taubaté não esqueça também dessa sua filha para dar continui­dade ao trabalho que ela promoveu aqui e criando condições para as pessoas poder­em desenvolver trabalhos semelhantes ao dela.”

Vera Lúcia Pires de Oliveira Vitti – amiga.

“Não tem como medir a importância de D. Maria Morgado como mulher que sem­pre trabalhou por Taubaté, em uma época em que as mulheres nem conseguiam tra­balhar muito em prol de alguma coisa. Ela sempre foi expoente com toda delicadeza, com toda nobreza, ela foi uma pessoa que sempre valorizou muito o trabalho de todo mundo. Eu falo por mim. Ela sempre valorizou muito o meu trabalho. Então, as lembranças que eu tenho dela são im­pecáveis como mulher, como profission­al. D. Maria é um expoente, sempre.”

Iara Matera – amiga.

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[box style=’note’]Noovha América Editora de Livros Ltda. tem 24 meses para instalar 170 bibliotecas em Taubaté

Por Marcos Limão

A justiça arquivou a Ação Civil Pública movido pelo Ministério Público Estadual contra o prefeito Roberto Peixoto (PMDB) por suposta improbidade administrativa por ter comprado da Noovha América Editora de Livros Ltda. um lote de 75 mil exemplares do livro “Taubaté. Cidade Educação, Cultura e Ciência” por R$ 1.575.000,00. A compra foi realizada em 2005, sem licitação.

Além disso, na época da Ação, o Promotor autor do processo, José Carlos de Oliveira Sampaio, classificou o livro como “Frankstein Literário” por causa do conteúdo plagiado de obras literárias da historiadora Maria Morgado de Abreu.

A juíza Eliza Amélia Maia Santos de Toledo Piza decidiu arquivar o processo depois

de um acordo proposto pelo próprio MPE para o prefeito e para a editora.As bases do acordo estão sob segredo de Justiça, a pedido do MPE que acatou solicitação das partes envolvidas no processo.

O Promotor José Carlos de Oliveira Sampaio, por meio de sua secretária, explicou que pediu sigilo do processo para preservar as “informações fiscais” da Noovha América.

Porém, enquanto essa mesma Ação Civil Pública tramitava na Justiça, as informações fiscais, hoje consideradas sigilosas, poderiam ser consultadas sem qualquer obstrução. Até o Jornal CONTATO tem uma cópia dessa Ação. Ou seja, o pedido de sigilo foi feito após surgir o acordo a fim de arquivar o processo.

PENA – Segundo a secretária do promotor Sampaio, a Noovha América Editora de Livros Ltda. terá que instalar em Taubaté cerca de 170 bibliotecas em escolas municipais de ensinos infantil e fundamental, dentro de 24 meses. A punição que cabe à prefeitura e/ou ao prefeito não foi informada.

CÂMARA – O vereador Jefferson Campos (PV), que denunciou irregularidades na compra dos livros, ficou surpreso com o acordo do MPE. “Eu denunciei o plágio e o superfaturamento [na compra dos 75 mil livros],

e foi tudo provado. A compra foi uma grande maracutaia da prefeitura. Tanto é que o Tribunal de Contas do Estado condenou a prefeitura. Eu estou surpreso com o acordo feito para arquivar a Ação [Civil Pública] do Ministério Público. Estou pensando em entrar com uma Ação Popular. Vou consultar o meu advogado”, disse Campos.

HISTÓRICO – A compra de 75 mil exemplares foi denunciado por CONTATO na edição 237, em agosto de 2005. O conteúdo do livro, plagiado da historiadora Maria Morgado de Abreu, foi coletado por funcionários

da prefeitura e organizado pelo diretor do Departamento de Educação e Cultura (DEC), José Benedito Prado.

Em 2007, o Tribunal de Contas do Estado condenou a inexigibilidade da licitação por parte da prefeitura. O Palácio Bom Conselho recorreu da decisão. Porém, no último dia 11 de junho, a Segunda Câmara do TCE julgou irregular a declaração de inexigibilidade de licitação contida no recurso impetrado pela

Prefeitura. Para essa ação não cabe mais recurso. Caberá agora à Câmara Municipal de Taubaté decidir pela impugnação ou não do prefeito Roberto Peixoto.

Jornal Contato, edição 374,

 25 de Julho a 1 de Agosto de 2008

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[box style=’note’]Peixoto terá que devolver dinheiro da comprados livros

 

O Ministério Público deTaubaté pediu na Justiça a devolução do dinheiro gasto pela prefeitura com a compra de 70 mil livros didáticos junto à editora Noovha América.

O material foi adquirido sem licitação em junho de 2005, primeiro ano do governo Roberto Peixoto (PMDB). Todo o conteúdo da obra foi produzido

por funcionários da prefeitura.

A compra dos livros custaria R$ 1,575 milhão aos cofres municipais.

Uma liminar obtida pelo MP bloqueou parte do pagamento,

mais precisamente, R$ 296.862,70.

Agora, o Ministério Público quer que a Noovha América e o

prefeito indenizem o município pelo suposto dano provocado.

Pelo acordo, a editora doaria R$ 1,2 milhão em livros para a criação de bibliotecas

nas 127 unidades de ensino da rede municipal (76 de educação infantil e 51 de ensino fundamental).

O valor restante (R$ 77,3 mil) seria pago por Peixoto(responsável direto pela assinatura do contrato dos livros) com dinheiro do próprio bolso em uma conta da prefeitura. O acordo proposto pelo MP livraria o prefeito de uma possível condenação por improbidade administrativa (crime que pode provocar até cassação de mandato). Peixoto é candidato à reeleição.

Boletim de prestação de contas do vereador Jeferson Campos, agosto 2008

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