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by almanaqueurupes

O IHGB em Dr. Félix Guisard Filho: uma tentativa de construção de uma História Oficial para o Vale

dezembro 4, 2013
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Por Giovanna Louise Nunes

A presente porção de documentos engloba, por conseguinte, mais de um quarto de século de vida brasileira, precisamente a partir do ano glorioso em que, por fôrça dos sangrentos acontecimentos anteriores, foi enfim conseguida a nossa independência política.

[…] Quando, com a ajuda de Deus, chegarmos ao termo do nosso trabalho, terá a grande região do Vale do Paraíba a fonte de que, finalmente, poderão resultar  as obras de exegene histórica, com uma rigorosa interpretação científica dos seus homens e acontecimentos. Saibam os pesquisadores do nosso passado corresponder a esse esfôrço inicial, e nos daremos por largamente recompensado (GUISARD FILHO, 1944, p. 3-4).

 Essa citação foi retirada da página de introdução às transcrições feitas do Códice – Papéis Avulsos (1822-1854), elaboradas nos anos de 1944 e 1945, pelo médico Félix Guisard Filho, que nos abre uma série de questionamentos sobre a produção dos livros.

A análise consistiu em verificar apenas as Atas da Câmara de Taubaté (1823-1837 e 1880-1883) e o Códice de Papéis Avulsos (já citado anteriormente) para verificar a escrita dos textos, como cartas, correspondências com outras províncias e atas de sessões ordinárias e extraordinárias, a fim de localizar as intervenções feitas.

A dúvida surgiu quando em uma pesquisa no Arquivo Histórico de Taubaté percebi que a maioria dos jornais da Hemeroteca Antônio Mello Junior, que eram pertencentes ao Dr. Guisard Filho, continham escritas à caneta, predileção por determinados temas em jornais, e por fim, testamentos e inventários do século XVII, com alterações em datas, ou sugestão das mesmas nos documentos, que com análise paleográfica fica perceptível.

Após pontuar essas questões, como sempre o pesquisador em História se depara com a possibilidade de verificar a intervenção dos homens nos documentos históricos e quanto isso pode ser prejudicial à nossa verdadeira história.

Sem levantar verdades absolutas, percebo um fator curioso à nossa saga. Faço minhas as palavras do historiador Marc Bloch – “A História é a ciência dos homens no tempo” – na qual, não me desliguei durante esse enfrentamento: dos fatos com os documentos.

A partir de então, resolvi buscar analisar o papel exercido por Félix Guisard Filho “a favor da história do Vale”, o qual contribuiu com seus estudos e muito, mas, como tudo que escrevemos tem uma intencionalidade, é em busca dela que devemos ir.

Algumas perguntas que não me saíram da cabeça eram: o que levou o médico e amante da História a produzir uma gama de trabalhos (fundamentais para a compreensão da nossa cidade e região) sem se especializar em um período e por que ir ao encontro dos temas que são muito visados como “história oficial” e aquele cuja escrita pode encaminhar a outra interpretação?

Após os questionamentos algumas hipóteses foram surgindo: a primeira delas é que o Dr. Félix Guisard Filho pertencia ao IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) e do IHGSP (Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo), sendo o primeiro criado em 1838, no governo de Dom Pedro II, com o intuito de “forjar a nacionalidade” e “fundar” uma história do Brasil, pelas artes, literatura e produções históricas. Sobre a intenção a intenção do IHGB, podemos citar em As Barbas do Imperador – “Um Monarca nos Trópicos”: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a Academia Imperial de Belas – Artes e colégio Pedro II, em que a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz apresenta e analisa a criação do instituto.

[…] o IHGB pretendia fundar a história do Brasil tomando como modelo uma história de vultos e grandes personagens sempre exaltados tal qual heróis nacionais. Criar uma historiografia para esse país tão recente, ‘não deixar mais ao gênio especulador dos estrangeiros a tarefa de escrever nossa história […]’ eis nas palavras de Januário da Cunha Barbosa a meta dessa instituição, que pretendia estabelecer uma cronologia contínua e única, como parte da empresa que visava a própria ‘fundação da nacionalidade’ (SCHWARCZ, 1998, p. 127).

 

Com essa ideia apresentada pela historiadora, a segunda hipótese surgiu: até que ponto as interferências documentais realizadas pelo médico eram em função de sua participação e envolvimento com o instituto? O que para a análise parece muito claro que toda produção de uma pesquisa em um determinado tempo irá sofrer influências internas e externas a quem escreve. Conviver com essa ideia de que os documentos da Câmara Municipal possam ter sido alterados em benefício dos grandes feitos históricos, ao enaltecê-los é quase que uma verdade, se assim eu posso dizer. Esse fato fica mais complexo quando algumas destas atas e documentos originais ao serem transcritos desapareceram.

Interesses, projetos de uma História Oficial e o poder da escrita na História, contribui para a construção da identidade nacional e isso não passou despercebido de nossos acervos. Para a conclusão desta pesquisa falta muito material para a análise. É necessário fazer comparações com outros documentos do país, o que não deixa de permitir que outros trabalhos venham a sustentar a ideia ou combatê-la. Por isso, gosto muito da História, pois é uma ciência em construção e sem verdades absolutas.

Bibliografia

GUISARD FILHO, Atas da Câmara de Taubaté (1823-1837 e 1880-1883). Documentos para a História do Vale do Paraíba. Vol.V São Paulo: Editora Universal, 1945.

GUISARD FILHO, Félix. Papéis Avulsos (1822-1854). Documentos para a História do Vale do Paraíba. São Paulo: Editora Universal, 1944.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador. In: Um Monarca nos Trópicos”: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a Academia Imperial de Belas – Artes e colégio Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. pp. 124-144.

 _________________________

Giovanna Louise Nunes é professora de história

Felix Guisard FilhoGiovana Louise NunesGuisardHistoriografiaIHGBtexto
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Pela história do E.C. Taubaté

novembro 15, 2013
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Por Alfredo Abraão

Neste mês em que o E. C. Taubaté está comemorando 99 anos de existência, quero relembrar o ano de 1994, quando, de forma singela, porém marcante, tivemos oportunidade de festejar seu 80° aniversário.

Naquele ano, em uma reunião do Conselho Deliberativo, propus a criação de uma comissão cujo objetivo seria buscar elementos que pudessem compor o acervo histórico do alviazul, já que muito pouco desse material existia dentro do clube.

Aprovada a proposta, a comissão, que recebeu o nada modesto nome de COMISSÃO DE PRESERVAÇÃO E ENRIQUECIMENTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO ESPORTE CLUBE TAUBATÉ, ficou assim constituída: Carlos Mattos de Carvalho, Hugo dos Santos, Coronel Oliveira Junior, Horton Cunha, Moacir dos Santos e Alfredo Ortiz Abraão. No dia seguinte, a comissão deu início aos trabalhos, tendo recebido total apoio da Diretoria Executiva, então presidida pelo Diniz.

EXPOSHOPPING1

Após algumas reuniões, diversas tarefas foram distribuídas aos componentes da comissão.

Eu e o Moacir dos Santos nos encarregamos de sair à procura de pessoas que tivessem tido alguma ligação com o clube. Contatamos Gaminha, Bibide, Quote, Jorge Coutinho, Santana, Toninho Taino, e vários outros (aos quais peço que me perdoem pela falta de lembrança neste momento). Eles nos cederam fotos por empréstimo. Essas fotos eram numeradas e nelas anotados os nomes dos proprietários, para  posterior devolução.

Depois que tínhamos as fotos em mãos, eu as levava ao meu concunhado Normando Veríssimo, que as fotografava, mandava revelar e reproduzir duas cópias – uma ficava no clube, e a outra conosco. Em seguida, as originais eram devolvidas aos seus proprietários. Quase 180 fotos foram resgatadas.

EXPOSHOPPING4

Foi possível, então, realizar no Taubaté Shopping uma exposição de fotos, troféus, faixas e cartazes, aludindo aos 80 anos do clube. Apresento aqui algumas fotos do local da exposição. Na ocasião, cometi um erro: querendo mostrar com clareza os painéis, só foram feitas fotos nos momentos de pouco freqüência de público. Deveria ter também fotografado os momentos com grande concentração de pessoas, para deixar registrado o enorme sucesso que foi aquela exposição.

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É isso mesmo. O nosso E. C. Taubaté foi a principal atração daqueles dias no shopping. E continuará sendo atração em qualquer lugar e em qualquer data em que seja lembrado.

Quero pedir às pessoas que estão exercendo lideranças empresariais, administrativas, políticas, culturais e financeiras, ou seja, aqueles que têm proeminência e comando em nossa cidade, que se lembrem que o clube pertence a Taubaté, ao nosso povo, e por isso merece consideração e apoio. Se o futebol é a maior manifestação cultural e esportiva do povo brasileiro, e sendo o E. C. Taubaté um clube de futebol já quase centenário, há muito tempo conhecido em todo o nosso país, e muito querido por todos, a conclusão lógica disso tudo é que esse clube é um patrimônio muito importante para nossa cidade e para nosso povo. O Esporte Clube Taubaté foi fundado no mesmo ano em que a seleção brasileira foi formada pela primeira vez, no mesmo mês de novembro de 1914. Quer dizer: o ano de fundação do Taubaté é o mesmo ano de criação da 1ª. seleção brasileira de futebol, que no início também era azul e branca.

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A cidade de Taubaté estará fazendo 369 anos em 2014, e o clube, fazendo 100 anos. Quer dizer que, em mais de um quarto da existência da cidade, o clube esteve presente.

É uma grande História que, a meu ver, deve ser preservada, para orgulho e honra de todos nós, principalmente daqueles que têm liderança na cidade.

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Alfredo Abraão nasceu em Redenção da Serra. É taubateano desde 1954  e acompanha o E.C. Taubaté desde 1955. Atualmente é Primeiro Secretário do Conselho Deliberativo do Clube.

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PROSA COM UM POETA LOUCO

fevereiro 22, 2013
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Nunca pensei que conheceria pessoalmente algum dia uma lenda amazônica. Ainda bem que estava errado! Há mais ou menos um mês conheci o, no dizer do jornalista Narciso Lobo, “o mais torto dos poetas amazonenses”: Aldísio Filgueiras.

Tentar apresentar Aldísio para quem nunca leu um de seus poemas ou de seus artigos é um tanto difícil, mas vamos á luta. Estamos falando de um senhor de seus sessenta e cinco anos, bem  vividos, que até hoje trabalha no jornalismo – nossas entrevistas acontecem sempre na sede do jornal Amazonas Em Tempo – e não perdeu o jeito informal e inquieto de se comunicar com as pessoas.

Aldísio, filho de uma família humilde, cursava a Faculdade de Direito do Amazonas quando foi dado um golpe em 1964 em um certo país da América Latina. Já era figura carimbada do movimento estudantil em Manaus e tinha muitos amigos na esquerda. Como a maioria dos envolvidos no meio artístico nacional, Aldísio foi tomado por um sentimento de revolta e desilusão: o povo estava com a faca e o queijo na mão para fazer a revolução e então, em uma noite, uma quartelada acaba com tudo isso? O povo realmente estava com a faca e o queijo na mão, ou era tudo ilusão?

A gota d’água foi ouvir da boca de um professor de Direito Constitucional que o golpe era legal. Aí largou o futuro de advogado e passou a viver de suas colaborações na imprensa diária. Com seus vinte e poucos anos e morando numa cidade então pequena e muito provinciana nesse contexto de repressão e paranoia, Aldísio era tomado por um sentimento de insatisfação. Sua vontade era sacudir a cidade, fazer algo novo, se livrar da carcaça do moralismo e do porrete da repressão.

Seu livro de estreia, Estado de Sítio (nome sugestivo, não?), ganhou o concurso da União Brasileira dos Escritores (seção do Amazonas), mas não saiu em circulação. O motivo era que estávamos em dezembro de 1968 com o AI-5 saindo do forno e um livro que diz poucas e boas á Manaus e ao regime militar. Quem iria publicar?

Era o tempo dos festivais e o Amazonas também tinha seus festivais. Havia o Festival Universitário de Música, onde Aldísio e uma moçada concorriam. No entanto, os jurados ainda viam com desconfiança aquelas letras que não eram românticas, ufanistas ou melodiosas. Classificavam-na de “lixo” na cara dura. E cansado disso, Aldísio resolveu fazer um festival em especial para esse tipo de música. Era o Festival do Lixo, quer dizer, o Primeiro ExposiSom de Manaus (afinal, Lixo era muito forte para ser nome de um evento, segundo a Polícia Civil).

Aldísio Filgueiras

A inspiração maior vinha do lendário Festival de Woodstock que tinha acontecido em julho de 1969 nos EUA. Um marco na contracultura mundial. A juventude que desejava um mundo com mais paz e amor, um mundo fora da lógica da Guerra Fria, tinha encontrado para si uma data definidora. E no Amazonas não foi diferente. Só que o Woodstock baré levou três meses para acontecer, por conta do aval da Polícia Civil, e não teria acontecido se não fosse a doação generosa de um dos pais dos inscritos no evento em cima da hora.

Foi um domingo de muita música e sol na Ponta Negra. A polícia, militar e civil, estava presente vigiando, mas o apocalipse imaginado pela nata da sociedade amazonense não aconteceu. Tirando um acidente de um exibicionista com sua voadeira (barco com motor de linha) o Festival do Lixo teria repetido a mesma marca de incidentes que Woodstock registrou: zero.

Driblar a censura era algo que Aldísio quase dominava. Habilidade que adquiriu durante o tempo que participou do Teatro Experimental do SESC, encenando as peças mais polêmicas que essa cidade tinha visto. O uso do palavrão, atores seminus, trilha sonora violenta e qualquer menção ao governo ou a seus projetos eram o alvo de maiores reclamações dos censores e dos atores e encenadores mais tradicionais, que não entendiam todo esse experimentalismo.

O TESC, no entanto, foi ser fechado justamente por um governo democrático. Em 1982, em pleno mandato do primeiro governador eleito após o regime militar, as portas do teatro foram fechadas com um imenso cadeado. Anos depois o projeto retornou e continua até hoje, com as bênçãos dos seus pioneiros como Aldísio e Márcio Souza.

Aldísio Filgueiras. Foto de Maurílio Sayão.

Depois de passar pela música e pelo teatro, repousemos na poesia de Filgueiras. Influenciado pelo neoconcretismo, muitos consideram seus versos pós-modernos. Não é a toa que o escritor Márcio Souza o considere o “o poeta dos estilhaços da amazonidade”: sua escrita é fragmentada e guarda múltiplas interpretações.  Seus versos evocam cenas, guardam críticas ácidas e lúdicas. Lembra muito o objeto de seu olhar: a cidade de Manaus. Uma cidade que após a Zona Franca se transforma muito rápido e nem sempre pra melhor. Aldísio, que começou a publicar seus livros exatamente no mesmo ano de implantação do distrito industrial, busca representar essa transformação em seus livros Malária e Outras Canções Malignas (1976), A República Muda (1989), Manaus, as Muitas Cidades (1993) e Nova Subúrbios (2004).

Manaus é quase onipresente não só na sua poesia, mas na sua prosa. Á todo momento ela surge em sua conversa. É um pensador que não se furta á refletir sobre sua cidade. O que é incrível hoje quando todos parecem se focar apenas no básico, no superficial. Nosso poeta vai mais fundo na questão. Enxerga no capitalismo, no governo, nos intelectuais e até em nós mesmos a culpa de todo esse caos. No entanto, todos estes fatores não são o problema imediato, mas a ausência de iniciativa em resolvê-lo.

Se sua geração ficou conhecido por querer mudar o mundo e quebrar a cara com isso, a atual está se tornando famosa por reclamar de tudo, mas não levantar nem uma palha para melhorar a situação. Claro, uma geração é muito diversa e existem exemplos contrários á esse comportamento. Há quem diga que essa apatia está chegando ao fim com a força dos movimentos sociais, mas Aldísio se mostra desconfiado. “O que chamam de sociedade civil organizada é um monte de assentamentos: o movimento gay, o movimento negro, o movimento ecológico, o movimento contra a corrupção, etc… É uma loja de departamentos!”

A fragmentação das lutas sociais e o conformismo: dois obstáculos poderosos para se sair do buraco em que Manaus (e o mundo) se atolaram, segundo ele. E adverte: não adianta achar que descobrir a causa do problema resolve tudo. É preciso ação e é nessas horas que cada um tem seu grão de culpa. Pode-se condenar um prefeito que desvia verbas e coloca afilhados no poder, mas ele não chegou lá sozinho. Alguém o elegeu. Em um momento tão oportuno quanto este de eleições é sempre bom lembrar que nesse jogo ninguém é inocente e nada se conserta sozinho.

Enfim, isso é apenas um pedaço de nossa conversa. A cabeça de Aldísio é como a primeira página de um jornal: ali estão breves resumos de todas as seções ( esporte, música, cotidiano, economia, etc.). Incrível como ele consegue conectar temas tão díspares de forma tão crível e bem humorada. Mais incrível ainda é como ele nos aguenta, sempre o importunando em seu intervalo no trabalho para esses longos papos sobre o ontem e o hoje. E gostaria de finalizar mandando um abraço e um muito obrigado ao nosso “poetinha”. Evoé, Aldísio!

__________________________

Vinicius Alves do Amaral é licenciado em História pela Uninorte.

1 Comment
    Cida Ferreira says: Reply
    dezembro 4th 2013, 10:34 pm

    Félix Guisard merece todas as homenagens de Taubaté, e de seus filhos. Pois foi o pioneiro da Industrializaçõ em nossa cidade.

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Notícias do dia

Abril Boletim Efemérides Uncategorized
by almanaqueurupes

15 de abril de…

abril 15, 2021
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1873   Lei municipal obriga os proprietários de prédios  e terrenos e na sua falta os inquilinos a caiar a frente do prédio ou muro e a calçar de pedras ou tijolos a frente de suas casas ou terrenos. (Gazeta de Taubaté de 10 de junho de 1883 pág. 4).

 

1879   Lei provincial n.º 49 confirma as divisas entre os municípios de Jambeiro e Caçapava.

 

1883   A Junta Revisora da Comarca de Taubaté publica  1.ª  relação  de nomes de cidadãos da paróquia de Taubaté obrigados ao serviço de paz e guerra, da cidade, do quarteirão do bairro do Barranco, do bairro do Areão, do bairro do Tremembé e do bairro do Una e Tetequera, ao todo 66 indivíduos. (Gazeta de Taubaté).

 

1883   O Sr. José Leandro inaugura linha de troles entre Taubaté e Tremembé cobrando 500 réis de ida e volta por pessoa. Sai de Tremembé às 6 h. da manhã e de Taubaté às 9 h. A hora de volta à tarde será combinada com os passageiros. O Sr. Teixeirinha está preparando animais e troles para uma outra linha. (Gazeta de Taubaté).

 

1883   A alfaiataria dos srs. Leonardo & Pinto da Rua Dr.  Falcão Filho contíguo ao Largo da Matriz se chama “Alfaiataria da União”. (Gazeta de Taubaté).

 

1886   Lei provincial n.º 46 transfere para o distrito de Campos Novos de Cunha a fazenda de Daniel Gomes dos Santos Pinho.

 

1888   Telegrama procedente da Corte noticia o falecimento ali da  progenitora do Dr. Mathias Guimarães, engenheiro radicado em Taubaté, onde se encarrega do levantamento cadastral da cidade e iria ocupar o cargo de delegado de polícia. (O Liberal Taubateense).

 

1895   Realizam-se em Taubaté eleições para preenchimento de duas vagas de senadores. As eleições começam às 10 h. e as vagas de senadores decorrem da eleição do Dr. Prudente José de Moraes Barros para a Presidência da República e a da nomeação do Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves para ministro da Fazenda. As eleições se realizam em 10 seções instaladas inclusive nos bairros e no distrito de Tremembé. Há 2.260 eleitores inscritos. Os Drs. Moraes Barros e Dr. Paulo Souza obtém 387 votos cada. (O Popular).

 

1895   Após a entrada da procissão de São Benedito quando grande número de pessoas permaneciam em frente da Igreja Matriz o cocheiro da empresa de carris urbanos puxados a burro tenta atravessar a multidão com um bonde sendo impedido e preso por um popular. Não é a primeira vez que tal fato ocorre. (O Popular).

 

1898   Morre, em Taubaté, seu insigne filho D. José Pereira da Silva Barros, Arcebispo de Darnis, fundador do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho e do Externato São José. Era filho do Cap. Jacinto Pereira da Silva Barros e de D. Anna Joaquina de Alvarenga, tendo nascido em Taubaté a 24 de novembro de 1835. Fez os seus primeiros estudos no Liceu que então funcionava no Convento de Santa Clara e depois fez seus estudos eclesiásticos em São Paulo. Foi vigário de Taubaté por 19 anos. Reformou a nossa Matriz. Foi de grande abnegação durante a epidemia de varíola de 1873 a 1874 que assolou Taubaté, quando lhe ocorreu a idéia de fundar o Hospital Santa Isabel. Foi bispo de Olinda e do Rio de Janeiro e Deputado Provincial. (A Folha de 17/04/1932).

 

1900   O Grupo Particular Filhos de Talma realiza no Teatro São João um espetáculo em benefício das obras do prédio da sede da Associação Artística e Literária. (Jornal de Taubaté).

 

1901   Às 8 h. na Igreja Matriz celebram-se missas pelo 3.º ano de falecimento de Dom José Pereira de Barros e pelo 1.º ano do capitão Francisco Lopes Malta. (Jornal de Taubaté).

 

1903   Morre, em Taubaté, o Sr. Francisco Soares Barbosa, casado com  D.  Maria  Soares  de  Oliveira. (Jornal de Taubaté 14 – missa 2.º aniversário).

 

1906   Realizam-se, em Taubaté, solene Te-Deum e manifestação de júbilo em homenagem ao vigário da paróquia Côn. Antônio do Nascimento Castro por ter sido agraciado por S.S. Papa Pio X, a 19 de fevereiro último com o título de Monsenhor Prelado Doméstico. No Te-Deum toca a banda Philarmônica Taubateense, na passeata cívica a banda João do Carmo, ambas de Taubaté e na residência do homenageado a banda Dr. Antônio Maria, de Tremembé, cedida pelo c.el Antônio Monteiro Patto. (O Norte).

 

1909   Lei municipal n.º 126, em virtude de ter sido a água que abastece a cidade declarada impotável e conter grande quantidade de amônia conforme exame feito a pedido do Prefeito Dr. Gastão Aldano Vaz Lobo da Câmara Leal pelo Laboratório de Análises Químicas do Estado, é declarado de utilidade pública e decretada a desapropriação do serviço de abastecimento de água de Taubaté que vinha sendo feito pela Companhia Norte Paulista desde… (O Norte).

 

1910   Por motivo da passagem do 12.º aniversário da morte do ilustre taubateano D. José Pereira da Silva Barros, arcebispo de Darnis, 1.º depois da criação da diocese de Taubaté, realizam-se na Catedral solenes exéquias pelo sufrágio de sua alma oficiadas pelo nosso 1.º bispo D. Epaminondas Nunes D’Ávila e Silva. (O Norte).

 

1914   Noticia-se, em Taubaté, que o Dr. Oswaldo Cruz que durante muito tempo foi diretor da Saúde Pública no Rio de Janeiro acaba de ser agraciado com a Cruz da Legião de Honra. (O Norte).

 

1914   Circula o boato de que surgirá brevemente em Taubaté outro jornal de nome “O Paulista” à frente do qual estará o Prof. Bernardino Querido, colaborando Floriano de Lemos, Dr. Carlos Varella, Coelho Neto, Álvaro Guerra, Antônio Miranda e outros. (O Norte).

 

1914   Nas cerimônias da semana santa serviu a corporação musical João do Carmo, sob a regência do maestro Prof. Francisco Monteiro de Camargo. (O Norte).

 

1914   A firma Ramos & C.ia da Rua Duque de Caxias, 34, em Taubaté, compromete-se a entregar diariariamente garrafões de água de Quiririm mediante assinatura mensal a 3$000 o garrafão ou dois por 5$. Na mesma rua n.º 78 o empório Saraiva vende água de Cambuquira a $600 a garrafa para evitar os males do estômago. (O Norte)

 

1927   O Dr. Pedro Luiz de Oliveira Costa e a Ex.ma Sr.a D. Maria Eudóxia de Castilho Costa comemoram as suas bodas de prata matrimoniais mandando celebrar, a 19, missa em ação de graças. (Norte).

 

1932    Instala-se, em Taubaté, solenemente, o Ginásio Estadual, sob a Direção Prof. Major Acácio G. de Paula Ferreira. Constituem o seu 1.º corpo docente os professores: Cesídio Ambrogi, Joaquim Manoel Moreira, Dr. Jayme Pereira Vianna, Dr. Urbano Pereira, Dr. Pedro Barbosa Pereira, Emílio Simonetti, Clóvis Gomes Winther, Zita Conceição Rabello e maestro Fêgo Camargo. A secretaria estava a cargo do Sr. Cícero Azevedo sendo escriturária D. Carmosina Monteiro. Presente o Prefeito Municipal major João Cândido Zanani de Assis, proferiu a aula inaugural o Dr. Pedro Barbosa Pereira. (A Folha).

 

1949   Com a Catedral em reformas, a Semana Santa  é  realizada  no  Santuário de Santa Teresinha. Hoje é sexta-feira santa. (Taubaté Jornal).

____

Extraído das Efemérides Taubateanas, de José Cláudio Alves da Silva. Acervo Maria Morgado de Abreu

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