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by almanaqueurupes

O PEREGRINO DAS CIDADES MORTAS: MONTEIRO LOBATO E A “PROVÍNCIA”

abril 19, 2013
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Por Vinícius Amaral

Monteiro Lobato é um dos filhos de Taubaté mais festejados na cidade, no entanto sua relação com sua terra natal era um tanto conflituosa. Sua experiência como fazendeiro com as terras de seu pai em Buquira lhe deu a tônica de um sentimento de revolta que já carregava em si há tempos. A revolta com o poder do avô, o Visconde de Tremembé, direcionando a sua vida – inclusive lhe garantindo cargos como foi o caso da promotoria em Areias – irrompeu em sua frustração em implantar métodos mais progressistas de cultivar a terra. Aqueles caipiras que teimavam em aceitar as novas práticas não eram muito diferentes dos velhos barões do café que resistiam em seus casarões á todo tipo de mudança, ainda assim eles foram o alvo da fúria lobateana.

Detalhe de um artigo de Geraldo Marcondes Cabral publicado pelo jornal O Lábaro, nele o autor promete expor motivos que comprovam a “perniciosidade” da literatura de Lobato

No entanto, não é o caipira ou o barão (ou no caso, visconde) o maior inimigo da imaginação de Lobato, mas algo além destas duas personagens: o provincianismo. Tendo experimentado o espírito cosmopolita de São Paulo quando lá cursou Direito na Faculdade de São Francisco de Assis, nosso escritor sabia que ali poderia ser realmente livre. Livre do julgamento do avô e das moralistas convenções da cidade pequena. A obra de Lobato prova isso: criativa, pontual e ácida. Sua visão sobre os fazendeiros, caboclos, padres, dentre outros, não seria bem recebida numa cidade que ainda perseguia os “dias de glória” do Império novamente. Assim, a obra de Lobato pode florescer na frenética metrópole, mas seu alimento será o distante (no espaço e no tempo) Vale do Paraíba.

Grandes Figuras em Quadrinhos, Editora Ebal.

Seria reduzir demais toda a complexidade dos livros deste pensador a uma categoria, mas em certos termos Lobato inicia sua jornada literária fazendo uma crônica do provincianismo. As cidades mortas, contudo, não deixam de se ausentar de seus escritos, mesmo quando admira Nova York. Seu fascínio com os Estados Unidos, aliás está intimamente ligado com sua angústia com a mediocridade vale-paraibana e brasileira. O Brasil estaria doente, como constatou anos antes ao se vincular á campanha sanitarista, e o progresso americano (o fordismo, para ser mais exato) é o remédio.  Décadas depois, Lobato encontraria outro lenitivo: a proposta de reforma agrária defendida pelo comunismo.

O que pretendo afirmar aqui é que essa relação entre a intelectualidade de uma região periférica (sejamos sinceros, o Vale do Paraíba pós-Proclamação podia não estar morrendo como se acreditava, mas estava longe de estar á todo vigor) e essa condição regional é das mais turbulentas. Ou se luta contra a província ou é absorvido por ela. Existem os que se integram ás convenções locais e os que se recusam a fazê-lo. Esses, pelos mais variados motivos, tem duas opções: fugir dessa prisão criativa ou continuar nela, atacando-a constantemente.

O que há de errado com o provincianismo? Ser provinciano pode ser se apegar á valores da sua terra, resistir em modifica-los (e desse ponto de vista, o termo adquire um valor positivo atualmente, diante desse contexto de globalização e de defesa de valores culturais) como também pode ser tentar copiar um modelo de vida não chegando nem perto dele (e nessa acepção temos o etnocentrismo dando as caras, seja através do imperialismo cultural europeu ou americano). Estamos utilizando aqui essa última concepção do termo. Ou seja, entendemos o provincianismo como sinônimo de alienação temporal e cultural.

Alienação temporal: enquanto o resto do mundo caminha em uma direção, estamos empacados em outra. Aqui guardo algumas ressalvas: nem sempre o mundo caminha na direção certa, logo, às vezes é melhor estar no acostamento. Alienação cultural: procura-se seguir um modelo de vida que não é o seu, apenas por seguir. De qualquer maneira, esse será um relacionamento sempre passional: pode-se amá-la ou odiá-la, mas é impossível ser indiferente à sua terra natal. Penso aqui em dois casos: Taubaté e Manaus tentando imitar Paris, na arquitetura e nos costumes. Claro que não se pode implantar integralmente um estilo de vida em outro lugar, sempre há as adaptações. Só que tentar ser o que não é sempre implica em crise de identidade. O caboclo andando de tênis importado da China, falando inglês e comendo sobremesas francesas é chinês, inglês, francês ou caboclo no final das contas?

Em todo caso, o provincianismo se aferra a padrões de vida restritos, não admite algo diferente do que possui. E esse é o maior motivo de briga entre os intelectuais e seu povo. O inovador é estigmatizado, enquanto na metrópole e nos demais centros urbanos de grande porte é aplaudido. Demorou para que Monteiro Lobato fosse aplaudido em sua própria terra. Claro, ele ainda estava vivo para saborear esse momento, mas já tinha muitos cabelos brancos. Lobato foi reabilitado em Taubaté aos poucos graças ao seu sucesso como escritor infantil. Suas demais realizações, no entanto, demoraram a ser consagradas no Vale e só o foram devido á campanha sistemática de Oswaldo Barbosa Guisard, dentre outros, que fundaram e capitanearam desde os anos 50 as Semanas Monteiro Lobato. Taubaté e o criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo, podiam ter um relacionamento turbulento, passando do amor ao ódio, mas nunca indiferente e é interessante como ainda podemos ver essa ambivalência até hoje.

__________________________

Vinicius Alves do Amaral é licenciado em História pela Uninorte.

Monteiro LobatotextoVinícius Amaral
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A compreensão da escrita antiga: Paleografia

setembro 1, 2014
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O contato diário com os documentos e com os pesquisadores que ao arquivo se dirigem nos traz boas experiências e também aprendizados. Todos os dias aprendemos algo novo ou novos questionamentos surgem e é neste momento que vamos em busca de respostas. É muito comum algum pesquisador que está no início de sua pesquisa e nunca teve contato com um documento manuscrito, ao se deparar com algum, fica completamente deslumbrado ou no mínimo surpreso, tem medo de tocar, e as perguntas que expressam essa surpresa surgem: “Está escrito em português?”, “mas como vou ler isso?”, “alguém consegue decifrar?”.

Essa prática de ler manuscritos antigos é uma ciência que, além de estudos, requer muita prática e mesmo assim muitas dúvidas sempre estarão presentes, pois se trata da escrita de outros tempos, época em que poucos sabiam escrever. Até o século XVI, na Europa, somente uma pequena parcela da população era letrada, pois o monopólio de ensino pertencia à Igreja. Eram nos mosteiros cristãos que o conhecimento era preservado da sua expansão. Isto porque na Idade Média, não havia imprensa, por isso todo o processo da escrita e a composição de livros eram feitas nos mosteiros, pelos monges copistas. Segundo Maria José de Azevedo Santos, era no chamado scriptorium que o monge escrevia e copiava livros. Poderia ser qualquer lugar onde “o monge com pergaminho, pena e tinta podia escrever” (SANTOS, 1994, p.4). Santos ainda afirma que havia alguns monges que não sabiam escrever, embora todos pudessem ler. Isto porque para as necessidades litúrgicas, os monges precisavam unicamente ler, mas não escrever.

Monge redige livro no scriptorium

A necessidade de comunicação e de registros, como em todo lugar, ocorreu também no Brasil desde sua descoberta. São nestes registros que obtemos informações da época, assim como a forma escrita que utilizavam e que nos possibilitam, graças a sua preservação e divulgação, o conhecimento de tempos vividos. Documentos esses que causam tanto espanto e admiração ao primeiro contato.

A ciência que estuda a escrita destes documentos históricos é a Paleografia. Sua etimologia procede do grego Palaios=antigo; Graphien= escrita, portanto, Paleografia é o estudo da escrita antiga. Vera Lúcia Costa Acioli define Paleografia sendo:

 “Ciência que lê e interpreta as formas gráficas antigas, determina o tempo e o lugar em que foi redigido o manuscrito, anota os erros que possa conter o mesmo, com o fim de fornecer subsídios à História, à Filologia, ao Direito e a outras ciências que tenham a escrita como fonte de conhecimento” (ACIOLI, 1994, p.5).
A Paleografia, portanto, tem o papel de interpretar os documentos através da escrita, determinando o tempo e o local de sua redação através de exame sistemático.

Cesar Nardelli Cambraia também define a Paleografia com duas finalidades. A finalidade teórica “manifesta-se na preocupação em se entender como se constituíram sócio-historicamente os sistemas de escrita;” e também a finalidade pragmática que se mostra “na capacidade de leitores modernos para avaliarem a autenticidade de um documento, com base na sua escrita, e de interpretarem adequadamente as escritas do passado” (CAMBRAIA, 2005, p.23). Dessa forma, a análise dos textos manuscritos precisa de muita atenção e técnica a partir dos estudos paleográficos, para assim evitar possíveis erros de leitura ou interpretação.

A escrita pode ser encontrada registrada em diversos suportes, mas vale ressaltar que a Paleografia estuda a escrita nos suportes como Ubirajara Dolácio Mendes salienta “são apenas aqueles vazados sobre matéria mais facilmente perecível e de fácil transporte, como o papel, o pergaminho e as tabuinhas enceradas” (MENDES, 2008, p.18). São suportes também o papiro e o tecido.

Trecho de documento do Arquivo Histórico Dr. Felix Guisard Filho.

Ler um documento antigo abrange certas dificuldades, como o tipo da letra, a formação das palavras e frases, o estado do papel e da tinta. Na ocasião da leitura dos documentos temos que refletir também sobre as condições do copista no momento em que o redigiu, ou seja, o que ocasionou certa mudança na escrita. Segundo Barbara Spaggiari e Maurizio Perugi “além dos de tipo histórico, geográfico ou social, mudanças podem intervir por causa da idade, do cansaço, da pressa com que o copista escreve, duma doença que faz mais débil e incerto o ‘ductus’[1], etc” (SPAGGIARI; PERUGI, 2004, p.18). É somente com estudo e pratica constante e contato com os documentos que o entendimento e a posterior transcrição poderá ser efetivada.

A relação entre a Paleografia e a História é muito evidente, pois ao longo da leitura, transcrição e edição dos manuscritos, é impossível para o pesquisador não se interessar pelo conteúdo e pela história de cada texto.  Os conhecimentos necessários para ler e transcrever manuscritos dados pela Paleografia possibilitam para a Filologia estudar toda a evolução, particularidades e origens da escrita portuguesa utilizada no Brasil colonial.

Ler documentos de outras épocas e entender como se comunicavam, decifrar palavras que hoje não utilizamos mais faz da Paleografia um instrumento de extrema importância para o pesquisador. Isso me faz lembrar de um Seminário organizado pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo em 2008, com o tema “Paleografia: a arte de decifrar”. E é por meio desta arte da decifração da escrita antiga que novas pesquisas e descobertas vão sendo desenvolvidas.

Referências bibliográficas:

ACIOLI, Vera Lucia Costa. A Escrita no Brasil Colônia: uma guia para leitura de documentos manuscritos. Recife: Editora UFPE/ Fundação Joaquim Nabuco/ Massangana, 1994.

CAMBRAIA, César Nardelli. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

MENDES, Ubirajara Dolácio. Noções de paleografia. 2.ed. São Paulo: Arquivo Público do Estado de São Paulo, 2008.

SANTOS, Maria José de Azevedo. Da Visigótica à Carolina. A escrita em Portugal de 882 a 1172 (aspectos técnicos e culturais). Lisboa: Editora Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.

SPAGGIARI, Barbara & PERUGI, Maurizio. Fundamentos da Crítica Textual. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.


[1] ductus: ordem de sucessão dos traços da letra.

_____________

Amanda Valéria de Oliveira Monteiro é formada em História pela Universidade de Taubaté. Mestranda em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Trabalha no Arquivo Histórico Municipal Felix Guisard Filho com documentos datados a partir do Século XVII.

Minha alma no caminho da salvação

junho 5, 2014
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Os testamentos coloniais taubateanos encontrados no Arquivo Felix Guisard Filho

Por Amanda Oliveira

Num Arquivo Histórico são armazenados documentos de várias espécies: inventários, testamentos, processos de natureza diversa, etc. Neles estão contidas informações que vão auxiliar nas pesquisas de quem se dirige até lá.

Os testamentos são documentos oficiais que registram a “disposição ou declaração solene da vontade do testador sobre aquilo que deseja que se faça, depois de sua morte, com seus bens e fortuna” (Belloto, 2002, p. 89). Enquanto fonte de análise histórica, sua importância se dá na análise das atitudes perante a morte da sociedade taubateana desde o século XVII. Cada testamento reflete a vida e a derradeira vontade do testador.

O primeiro testamento Taubaté é datado de 1651 e nele, além de conter dados oficiais com relação ao ato de transmitir a vontade do testador de deixar sua herança aos seus herdeiros, se manifesta seus pensamentos, suas decisões, sua fé religiosa, seu apego às coisas, as pessoas que amava e a Deus, missas e intercessões dos santos para assegurar a salvação de sua alma, suas convicções e arrependimentos.

Testamento de Manoel Monteiro de Bezerra, de 1658 – Cartório do 2º. Ofício. Acervo DMPAH

 Regra geral, o testamento é o ato pelo qual o indivíduo lega aos seus herdeiros obrigatórios, ascendentes ou descendentes, ou, na falta destes, a terceiros, os bens que possuía quando vivo. Há, porém, casos em que o testador falece sem deixar nenhuma fortuna. Trata-se, então, de um testamento espiritual, em que são consignadas as últimas vontades do testador em relação ao modo de seu sepultamento e as várias devoções de caráter religioso (missas, esmolas aos pobres, etc.), do cumprimento das quais são encarregados membros de sua família, parentes ou terceiros. (MATTOSO, 2004, p. 173).

 As partes que geralmente compõe um testamento são: a invocação inicial, os santos invocados, as missas a serem rezadas, o modo do sepultamento, o lugar do sepultamento, os  dados pessoais como: data do falecimento, registro do testamento, nome do testador, profissão, naturalidade, filiação, credo religioso, condição social, cor, estado civil, número de filhos, nome do testamenteiro, condição econômica, bens a serem deixados, entre outros.  Com isso, por meios dos itens observados acima, percebemos que há várias possibilidade de análise e pesquisa em um testamento.

Cortejo fúnebre no Brasil no traço de Jean Baptiste Debret

Vale ressaltar, o que era comum nos testamentos coloniais em geral, o pedido de proteção de diversos santos, para que fossem intercessores na hora da morte, além de missas em honra dos mesmos. Essa era uma função religiosa que vinha desde a Idade Média, e segundo Philippe Ariès (2003):

O objetivo do testamento era o de obrigar o homem a pensar na morte enquanto era tempo […], em que o testador exprimia, por formalidades mais espontâneas o que se pensava, sua fé e sua confiança na intercessão da “Corte Celeste”, e dispunha do que ainda lhe era mais precioso: seus corpo e sua alma. (ARIÈS, 2003, p.187)

 Além disso, o pedido de missas feitos nos testamentos tinha como função abreviar o tempo passado no Purgatório, ou á elevação da gloria do Paraíso. Segundo José Reis, “por meio das encomendas de missas e de apelos a santos intercessores eles tratavam da chegada ao mundo dos mortos. Pensavam no julgamento da alma perante o Tribunal Divino, buscando abreviar ou até (os mais otimistas) evitar a passagem pelo Purgatório” (REIS, 1991, p.209). Podemos perceber com isso que os testadores tinham a oportunidade de demonstrar seus desejos e vontades antes da morte, evidenciando sua mentalidade e cultura, profundamente religiosas.

Elementos de um velório no Brasil colônia. Jean Baptiste Debret

Era prática antiga e comum entre os abastados da sociedade colonial o ato de se enterrar nos templos. Quanto mais próxima do altar ficava a sepultura, mais próximo este indivíduo estava diante de Deus.  É interessante encontrar nos testamentos a descrição minuciosa da localização da sepultura dentro de igrejas como o Convento de Santa Clara ou a Matriz da vila de Taubaté (hoje catedral de São Francisca das Chagas).

Por meio de testamentos nos é proporcionado a compreensão de aspectos das atitudes perante a morte da sociedade colonial taubateana desde o século XVII, e esses documentos são fontes riquíssimas de estudo das mentalidades, costumes, práticas e representações culturais.  Esses indivíduos que escreviam ou pediam que escrevessem seus testamentos tinham medo da morte, anseios de deixar preparado a sua salvação, ou seja, era uma sociedade emocionalmente envolvida pela religiosidade por todos os sentidos, em todas as fases da vida.

Referências Bibliográficas:

ARIÈS, Philippe. História da Morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos dias. Tradução: Priscila Viana de Siqueira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

BELLOTO, Heloísa Liberalli. Como fazer análise diplomática e análise tipológica de documento de Arquivo. São Paulo: Arquivo do Estado e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002.

MATTOSO, Kátia M. De Queirós. Da Revolução dos Alfaiates à Riqueza dos Baianos no século XIX: Itinerário de uma Historiadora. Salvador, Corrupio, 2004.

REIS, João José. A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São Paulo: Companhia as Letras, 1991.

_____________ Amanda Valéria de Oliveira Monteiro é formada em História pela Universidade de Taubaté. Mestranda em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Trabalha no Arquivo Histórico Municipal Felix Guisard Filho com documentos datados a partir do Século XVII.

1 Comment
    Edna Guisard Thaumaturgo says: Reply
    janeiro 28th 2013, 11:53 am

    Eu, como sobrinha de Oswaldo Guisard desejo agradecer o reconhecimento que fazem nesta matéria publicada. Tio Oswaldo foi um idealista, um aficcionado admirador e amigo de Monteiro Lobato e lutou muito mesmo pra que se valorizassem nosso grande escritor. Lembro-me das Semanas Monteiro Lobato organizadas por ele e um grupo de admiradores e políticos daquele tempo , os desfiles nos quais estudantes taubateanos (e eu também) participavam. Era muito bonito e movimentava a cidade. Saudades de tio Oswaldo, saudade de meu pai Jaurés Guisard, irmão de tio Oswaldo que como prefeito também prestigiava muito as “Semanas Monteiro Lobato.”

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Notícias do dia

Abril Boletim Efemérides Uncategorized
by almanaqueurupes

15 de abril de…

abril 15, 2021
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1873   Lei municipal obriga os proprietários de prédios  e terrenos e na sua falta os inquilinos a caiar a frente do prédio ou muro e a calçar de pedras ou tijolos a frente de suas casas ou terrenos. (Gazeta de Taubaté de 10 de junho de 1883 pág. 4).

 

1879   Lei provincial n.º 49 confirma as divisas entre os municípios de Jambeiro e Caçapava.

 

1883   A Junta Revisora da Comarca de Taubaté publica  1.ª  relação  de nomes de cidadãos da paróquia de Taubaté obrigados ao serviço de paz e guerra, da cidade, do quarteirão do bairro do Barranco, do bairro do Areão, do bairro do Tremembé e do bairro do Una e Tetequera, ao todo 66 indivíduos. (Gazeta de Taubaté).

 

1883   O Sr. José Leandro inaugura linha de troles entre Taubaté e Tremembé cobrando 500 réis de ida e volta por pessoa. Sai de Tremembé às 6 h. da manhã e de Taubaté às 9 h. A hora de volta à tarde será combinada com os passageiros. O Sr. Teixeirinha está preparando animais e troles para uma outra linha. (Gazeta de Taubaté).

 

1883   A alfaiataria dos srs. Leonardo & Pinto da Rua Dr.  Falcão Filho contíguo ao Largo da Matriz se chama “Alfaiataria da União”. (Gazeta de Taubaté).

 

1886   Lei provincial n.º 46 transfere para o distrito de Campos Novos de Cunha a fazenda de Daniel Gomes dos Santos Pinho.

 

1888   Telegrama procedente da Corte noticia o falecimento ali da  progenitora do Dr. Mathias Guimarães, engenheiro radicado em Taubaté, onde se encarrega do levantamento cadastral da cidade e iria ocupar o cargo de delegado de polícia. (O Liberal Taubateense).

 

1895   Realizam-se em Taubaté eleições para preenchimento de duas vagas de senadores. As eleições começam às 10 h. e as vagas de senadores decorrem da eleição do Dr. Prudente José de Moraes Barros para a Presidência da República e a da nomeação do Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves para ministro da Fazenda. As eleições se realizam em 10 seções instaladas inclusive nos bairros e no distrito de Tremembé. Há 2.260 eleitores inscritos. Os Drs. Moraes Barros e Dr. Paulo Souza obtém 387 votos cada. (O Popular).

 

1895   Após a entrada da procissão de São Benedito quando grande número de pessoas permaneciam em frente da Igreja Matriz o cocheiro da empresa de carris urbanos puxados a burro tenta atravessar a multidão com um bonde sendo impedido e preso por um popular. Não é a primeira vez que tal fato ocorre. (O Popular).

 

1898   Morre, em Taubaté, seu insigne filho D. José Pereira da Silva Barros, Arcebispo de Darnis, fundador do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho e do Externato São José. Era filho do Cap. Jacinto Pereira da Silva Barros e de D. Anna Joaquina de Alvarenga, tendo nascido em Taubaté a 24 de novembro de 1835. Fez os seus primeiros estudos no Liceu que então funcionava no Convento de Santa Clara e depois fez seus estudos eclesiásticos em São Paulo. Foi vigário de Taubaté por 19 anos. Reformou a nossa Matriz. Foi de grande abnegação durante a epidemia de varíola de 1873 a 1874 que assolou Taubaté, quando lhe ocorreu a idéia de fundar o Hospital Santa Isabel. Foi bispo de Olinda e do Rio de Janeiro e Deputado Provincial. (A Folha de 17/04/1932).

 

1900   O Grupo Particular Filhos de Talma realiza no Teatro São João um espetáculo em benefício das obras do prédio da sede da Associação Artística e Literária. (Jornal de Taubaté).

 

1901   Às 8 h. na Igreja Matriz celebram-se missas pelo 3.º ano de falecimento de Dom José Pereira de Barros e pelo 1.º ano do capitão Francisco Lopes Malta. (Jornal de Taubaté).

 

1903   Morre, em Taubaté, o Sr. Francisco Soares Barbosa, casado com  D.  Maria  Soares  de  Oliveira. (Jornal de Taubaté 14 – missa 2.º aniversário).

 

1906   Realizam-se, em Taubaté, solene Te-Deum e manifestação de júbilo em homenagem ao vigário da paróquia Côn. Antônio do Nascimento Castro por ter sido agraciado por S.S. Papa Pio X, a 19 de fevereiro último com o título de Monsenhor Prelado Doméstico. No Te-Deum toca a banda Philarmônica Taubateense, na passeata cívica a banda João do Carmo, ambas de Taubaté e na residência do homenageado a banda Dr. Antônio Maria, de Tremembé, cedida pelo c.el Antônio Monteiro Patto. (O Norte).

 

1909   Lei municipal n.º 126, em virtude de ter sido a água que abastece a cidade declarada impotável e conter grande quantidade de amônia conforme exame feito a pedido do Prefeito Dr. Gastão Aldano Vaz Lobo da Câmara Leal pelo Laboratório de Análises Químicas do Estado, é declarado de utilidade pública e decretada a desapropriação do serviço de abastecimento de água de Taubaté que vinha sendo feito pela Companhia Norte Paulista desde… (O Norte).

 

1910   Por motivo da passagem do 12.º aniversário da morte do ilustre taubateano D. José Pereira da Silva Barros, arcebispo de Darnis, 1.º depois da criação da diocese de Taubaté, realizam-se na Catedral solenes exéquias pelo sufrágio de sua alma oficiadas pelo nosso 1.º bispo D. Epaminondas Nunes D’Ávila e Silva. (O Norte).

 

1914   Noticia-se, em Taubaté, que o Dr. Oswaldo Cruz que durante muito tempo foi diretor da Saúde Pública no Rio de Janeiro acaba de ser agraciado com a Cruz da Legião de Honra. (O Norte).

 

1914   Circula o boato de que surgirá brevemente em Taubaté outro jornal de nome “O Paulista” à frente do qual estará o Prof. Bernardino Querido, colaborando Floriano de Lemos, Dr. Carlos Varella, Coelho Neto, Álvaro Guerra, Antônio Miranda e outros. (O Norte).

 

1914   Nas cerimônias da semana santa serviu a corporação musical João do Carmo, sob a regência do maestro Prof. Francisco Monteiro de Camargo. (O Norte).

 

1914   A firma Ramos & C.ia da Rua Duque de Caxias, 34, em Taubaté, compromete-se a entregar diariariamente garrafões de água de Quiririm mediante assinatura mensal a 3$000 o garrafão ou dois por 5$. Na mesma rua n.º 78 o empório Saraiva vende água de Cambuquira a $600 a garrafa para evitar os males do estômago. (O Norte)

 

1927   O Dr. Pedro Luiz de Oliveira Costa e a Ex.ma Sr.a D. Maria Eudóxia de Castilho Costa comemoram as suas bodas de prata matrimoniais mandando celebrar, a 19, missa em ação de graças. (Norte).

 

1932    Instala-se, em Taubaté, solenemente, o Ginásio Estadual, sob a Direção Prof. Major Acácio G. de Paula Ferreira. Constituem o seu 1.º corpo docente os professores: Cesídio Ambrogi, Joaquim Manoel Moreira, Dr. Jayme Pereira Vianna, Dr. Urbano Pereira, Dr. Pedro Barbosa Pereira, Emílio Simonetti, Clóvis Gomes Winther, Zita Conceição Rabello e maestro Fêgo Camargo. A secretaria estava a cargo do Sr. Cícero Azevedo sendo escriturária D. Carmosina Monteiro. Presente o Prefeito Municipal major João Cândido Zanani de Assis, proferiu a aula inaugural o Dr. Pedro Barbosa Pereira. (A Folha).

 

1949   Com a Catedral em reformas, a Semana Santa  é  realizada  no  Santuário de Santa Teresinha. Hoje é sexta-feira santa. (Taubaté Jornal).

____

Extraído das Efemérides Taubateanas, de José Cláudio Alves da Silva. Acervo Maria Morgado de Abreu

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