Paulioca

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Nós, cá do Vale, já sabíamos que um dia a cidade de São Paulo se uniria á cidade do Rio de Janeiro. Quem faz a viagem entre as duas cidades pela Dutra, percebe que esse dia, praticamente, chegou.

O saudoso Rubens de Mattos Pereira comentou certa vez que havia um estudo sobre essa projeção e muitas áreas valeparaibanas comporiam regiões a serem preservadas. SPRIO será sem duvida uma cidade com aspectos futuristas. Reparem; lentamente, lá vem o trem bala!

O que quase ninguém pensou em definir foi como seria o perfil do cidadão dessa superhiper-megalopolis. Tenho cá comigo algumas considerações a esse respeito visto que me considero uma espécie de embrião desse novo tipo de brasileiro.

Rodovia Presidente Dutra, principal porta de entrada e saída de Taubaté. Foto: Angelo Rubim
Rodovia Presidente Dutra, principal porta de entrada e saída de Taubaté. Foto: Angelo Rubim

Primeiramente considere-se o fato de SPRIO estar hoje no patamar das grandes cidades planetárias e com forte influência no equilíbrio econômico de todas as nações. São Paulo e Rio são capitais que decidem rumos e organizam tendências.

O Vale do Paraíba pode-se dizer que estava no lugar certo, mesmo que em alguns momentos da história isto tenha lhe custado sérias dificuldades. Estava e está, ciente de que, mais dia menos dia, o centro de SPRIO será dentro de seus territórios. No encontro geográfico é que se estabelecerá o ponto de equilíbrio. O meio é a menor distância entre dois pontos.

O novo cidadão de SPRIO é o Pauli-Oca, quando vem de Sampa ,ou simplesmente Paulioca. Quando todas as decisões relacionadas aos seus negócios se entrelaçam nas duas metrópoles você perceberá o quanto elas vão ficando cada vez mais próximas. Sendo necessário pode-se ir e vir entre elas até três vezes ao dia. Não existe mais um espaço vazio significativo separando as duas imensas capitais; é como se, finalmente, tivessem se dado as mãos.

Um sinal dessa evidência está no futebol; é cada vez maior o numero paulistas torcendo por times cariocas. O Paulioca mora em São Paulo e no Rio. Roberto, meu irmão, é um Paulioca. O Zé Carlos Sebe que prefaciou meu disco “Canta Taubaté” e quase me mata de emoção, também é um Paulioca. O Cariolista tem procedência carioca. Jorge Miguel Kater, por exemplo.

Enquanto vamos avaliando e fazendo previsões, é importante que não deixemos nunca de reparar, quando viajamos pela Presidente Dutra, as cidades se amalgamando, entrando uma por dentro das outras, criando um novo espaço urbano onde viverão outras gerações que com certeza ficarão admiradas quando souberem que um dia, entre Quiririm e Caçapava, haviam campos abertos, a perder de vista…

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