Escola Monteiro Lobato: a História de Taubaté passa por aqui

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Rachel Duarte Abdala

Universidade de Taubaté/ Coord. Projeto PIBID/UNITAU

 

Em abril de 2012, a Escola Monteiro Lobato de Taubaté completa 80 anos de existência. Por seus muros e bancos passaram gerações de taubateanos e valeparaibanos. Ao longo desse tempo tornou-se referência de ensino.
O carinho e as relações afetivas que geralmente os alunos guardam em relação às escolas nas quais estudaram exprime-se inclusive na forma como apelidam as escolas. Primeira escola estadual de Taubaté, a Escola Monteiro Lobato foi carinhosamente apelidada de “Estadão”. Além do fato de ter sido a primeira escola dessa natureza no município, as dimensões do prédio construído em 1957 contribuem para o uso do aumentativo. Realmente, o prédio impressiona até hoje pelo seu tamanho. Construído no bairro residencial Jardim Maria Augusta, o impacto do prédio no traçado urbano foi significativo. Seu projeto é do Prof. Urbano Pereira, que integrou o primeiro corpo docente da escola. Assim, sua história é plena de fatos marcantes e significativos. Importantes personalidades de Taubaté passaram pela escola. Professores como Urbano Pereira, de seu primeiro quadro docente, hoje nomeiam escolas da cidade: Emílio Simonetti, Cesídio Ambrogi e Gentil de Camargo.

Gentil de Camargo, um dos primeiros professores do atual Estadão

Um certo professor, que na década de 1980 se mudou para Taubaté para lecionar na escola, lembra que o impressionou muito o fato de o chão da escola ser encerado, o que refletia o zelo com o prédio e com a sua manutenção. Nesse período, o prestígio da escola pública decaía, invertendo a situação do início da República e do século XX, período em que estudavam na escola pública os filhos da elite, que ali recebiam preceitos de boas maneiras e educação de qualidade. Entretanto, na Escola Monteiro Lobato, o fato de o chão da escola ser encerado ainda na década de 1980 indica, não só o zelo com o prédio, mas com a própria educação, pois a escola se manteve como modelo de educação e de educação pública na cidade de Taubaté e na região.

Prédio da antiga Associação Artística e Literária de Taubaté, onde funcionou o Estadão em seus primeiros anos. Atualmente abriga do Departamento de Ciências Sociais e Letras da Unitau

A Escola Monteiro Lobato sempre participou com destaque dos eventos educacionais promovidos na cidade, como gincanas, campeonatos esportivos e desfiles. Além disso, promovia seus próprios eventos, que também se destacavam pela organização e por nobres objetivos. Suas formaturas, realizadas durante muito tempo no Teatro Metrópole, eram concorridas sessões da sociedade taubateana. Suas festas juninas, festas do sorvete e gincanas eram importantes momentos de integração com a comunidade. As feiras de ciências ficaram famosas, e ofereciam aos alunos a oportunidade de apresentar seus trabalhos e de se orgulharem deles.
Para a maioria dos alunos a passagem pela escola não foi curta, ao contrário, compreendeu toda sua vida escolar. Assim, a relação da vida desses alunos com a escola não foi efêmera, nem no impacto na formação e nas lembranças, nem na duração de tempo.
Professores, comerciantes, médicos, geógrafos, historiadores, engenheiros, jornalistas, a escola formou uma plêiade de pessoas ilustres que hoje atuam nas mais diversas áreas, muitos, inclusive, com grande projeção em suas profissões. Mesmo que os caminhos tenham sido diferentes após a formatura, a base de formação e educação foi lá, no “Estadão”..
Fazer parte dessa história tão rica de exemplos e de realizações deve ser motivo de orgulho para os alunos e professores que estudaram e trabalharam na Escola Monteiro Lobato, contribuindo para a construção, não só de suas próprias histórias, como também para a história da cidade de Taubaté. Deve também ser inspiração para aqueles que acreditam na educação e na história como transformadoras da sociedade e constitutivas da identidade que permite que nos reconheçamos como seres históricos.
Ainda, por fim, deve-se considerar que a escola continua sua história, pois, a história de Taubaté não passou pela Escola Monteiro Lobato, mas passa por ela.

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